Candiota – Usina de Candiota I


Imagem: Iphae

A Usina de Candiota I foi pioneira na utilização do carvão mineral como fonte de energia, imprescindível para a economia do RS.

IPHAE – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado
Nome Atribuído: Usina de Candiota I
Localização: Candiota-RS
Número do Processo: 1707-1100/94-0
Portaria de Tombamento: 31/2013
Livro Tombo: Inscr. Nº 122, de 06/12/2013
Publicação no Diário Oficial: 17/04/2013

Descrição: No período posterior à Segunda Guerra Mundial (1939 – 1945), houve um incremento na produção carbonífera no Estado em decorrência do racionamento de petróleo causado pela guerra. O estímulo ao aumento da produção carbonífera, somado ao projeto de eletrificação de ramais ferroviários, levou ao projeto de construção de uma usina termoelétrica na década de 1950. Desde o século XIX, a exploração do carvão mineral ocorria no território sul-rio-grandense, pois começou em 1855, no atual município de Arroio dos Ratos. Na região onde hoje é Candiota, a mineração começou na década seguinte.
No ano de 1952, após apresentação de relatório de pesquisa geológica na região, um plano de lavra de carvão mineral foi autorizado por meio do Decreto nº 30.569. Durante o mesmo ano, a Viação Férrea do Rio Grande do Sul (VFRGS) estudava alterar a tração a vapor das locomotivas para um sistema elétrico em alguns trechos da malha ferroviária, incluindo o trajeto de Bagé à estação de Torquato Severo, no município de Dom Pedrito. Como meio de atender às principais cidades na zona da estrada de ferro, o Governo do Estado propôs uma ampliação na capacidade da usina termoelétrica a ser construída pelo Ministério da Viação e Obras Públicas, responsabilizando-se o Estado pelas linhas de transmissão e subestações.
Em outubro de 1956, foi entregue um dos transformadores da subestação, e as obras do prédio correspondente iniciaram em novembro daquele ano. Mais de cinco anos depois, em dezembro de 1961, ocorreu a inauguração oficial da usina, com a presença do Presidente da República, João Goulart, e do Governador do Estado, Leonel Brizola. A cidade de Bagé passou então a receber energia elétrica proveniente de Candiota I. Nas décadas seguintes, a crescente demanda por energia levou à implementação das usinas de Candiota II (1974) e Candiota III, que está em obras. Atualizou-se a tecnologia das termoelétricas e as instalações pioneiras de Candiota I se tornaram ruínas industriais.
O tombamento do conjunto arquitetônico foi realizado devido ao valor histórico, artístico e de referencial urbano. Trata-se de exemplar do patrimônio industrial do Rio Grande do Sul pioneiro na utilização do carvão mineral como fonte de energia, o que foi imprescindível para o desenvolvimento econômico da região e do Estado. Ademais, conforme a Carta de Nizhny Tagil (2003) sobre o patrimônio industrial, do Conselho Internacional dos Monumentos e dos Sítios, os bens possuem valor inerente pelo fato de representarem vestígios da cultura industrial.
No que diz respeito à arquitetura das edificações existentes, o conjunto reúne valores que qualificam a arquitetura industrial, de tendência modernista, introduzindo nesta região do pampa gaúcho um fazer arquitetônico com tecnologia construtiva já presente em centros mais industrializados. Outro fator a ser destacado é que estas instalações geradoras, por sua volumetria singular, destacam-se visualmente no entorno local, tornando-se um marco referencial na paisagem. Ressalta-se ainda que a implantação desta atividade industrial demandou a criação de um núcleo urbano completo para os funcionários. Este núcleo, racionalmente planejado e anexo às instalações de geração de energia, apresenta qualidades urbanas e arquitetônicas singulares, tornando-se a sede do município de Candiota.
A área tombada, além da poligonal descrita no processo de tombamento, inclui as edificações inseridas em seus limites que fazem parte do complexo inicial da Usina de Candiota l. Foram tombadas, portanto: a volumetria original de todos os edifícios, a modenatura das fachadas e vãos de todas as edificações, as esquadrias externas, a cobertura original e demais detalhes construtivos que caracterizam a concepção original do Complexo.
Fonte: IPHAE.

MAIS INFORMAÇÕES:
Rosilene Oliveira Silva
Iphae
CGTEE
IPEA
Wikipedia


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