Cariacica – Folias de Samba


Imagem: Prefeitura Municipal

As Folias de Samba foram registradas pela Prefeitura Municipal de Cariacica-ES por sua importância cultural para a cidade.

Prefeitura Municipal de Cariacica-ES
Nome Atribuído: Folias de Samba
Localização: Cariacica-ES
Bem de natureza imaterial

O Carnaval: Comemorado em Portugal, desde o século XV, a manifestação cultural conhecida como Entrudo – precursora do Carnaval – foi trazida pelos portugueses para a o Brasil. Segundo alguns autores e historiadores, o Carnaval da Madeira, em Portugal, que remonta ao período áureo da produção de açúcar, no século XVI, e a sua ligação aos escravos enquanto porto de passagem de bens e pessoas, teria acompanhado a expansão do comércio internacional açucareiro no Atlântico e influenciado as tradições carnavalescas do Brasil com as tradições e expressões lúdicas madeirenses.

Os primeiros sinais dos festejos carnavalescos no Brasil sugiram ainda no século XVII, em Pernambuco, quando trabalhadores das companhias de carregadores de açúcar e das companhias de carregadores de mercadorias se reuniam para a Festa de Reis, formando cortejos carregando caixões de madeira e improvisando cantigas em ritmo de marcha.

No fim do século XVIII já era praticado por todo o território. A corte imperial considerava o Entrudo uma festa suja e violenta, embora a maioria dos senhores liberasse os escravos pra folia. Consistia em brincadeiras e folguedos que variavam conforme os locais e os grupos sociais envolvidos. Com a mudança da corte portuguesa para o Rio de Janeiro, surgiram as primeiras tentativas de civilizar a festa carnavalesca brasileira, por meio da
importação dos bailes e dos passeios mascarados parisienses, colocando o Entrudo Popular sob forte controle policial. A partir do ano de 1830, uma série de proibições vai se suceder na tentativa, sempre infrutífera, de acabar com a festa grosseira.

Em finais do século XIX, toda uma série de grupos carnavalescos ocupavam as ruas do Rio de Janeiro, servindo de modelo para as diferentes folias. Nessa época, esses grupos eram chamados indiscriminadamente de cordões, ranchos ou blocos. Em 1890, Chiquinha Gonzaga compôs a primeira música especificamente para o Carnaval: “Ô Abre Alas!”. A música havia sido composta para o cordão Rosas de Ouro, que desfilava pelas ruas do Rio de Janeiro durante o Carnaval. Os foliões costumavam frequentar os bailes fantasiados, usando máscaras e disfarces inspirados nos bailes de máscaras parisienses. As fantasias mais tradicionais e usadas até hoje são as de Pierrot, Arlequim e Colombina, originárias da Commedia Dell’arte.

O carnaval é uma das principais festas do Brasil, ocupando lugar de destaque entre diversas camadas da população e da mídia. Em São Paulo, teve sua origem ligada à manifestação do Entrudo, uma brincadeira na qual os foliões atiravam água e outros líquidos entre si, existente desde o século XV. Por volta de 1870, a maneira como a população divertia-se no período carnavalesco passou a apresentar mudanças decorrentes do enriquecimento proporcionado pela expansão cafeeira. A formação do carnaval popular paulistano tem como base fundamental as festas de caráter religioso-profano das pequenas cidades interioranas nas quais a população pobre manifestava-se por meio de suas danças e músicas.

O primeiro cordão carnavalesco paulistano foi criado por Dionísio Barbosa em 1914 e chamava-se Cordão da Barra Funda (posteriormente Camisa Verde e Branco). A influência dos cordões foi determinante para as primeiras escolas de samba de São Paulo na mesma medida em que os ranchos influenciaram as escolas cariocas. Atualmente, em São Paulo e em várias grandes e pequenas cidades, as escolas de samba fazem desfiles organizados, verdadeiras disputas para a eleição da melhor escola do ano segundo uma série de quesitos. Com o crescimento vertiginoso dessas agremiações o processo de criação se especializou gerando muitos empregos concentrados, principalmente, nos chamados barracões das escolas de samba.

O Carnaval do Rio de Janeiro figura no Livro dos Recordes como o maior carnaval do mundo. O Carnaval de Recife e Olinda é considerado o carnaval mais democrático e culturalmente diverso do país, e é conhecido por seus característicos bonecos de Olinda e pelo ritmo do frevo e do maracatu.
Fonte: Prefeitura Municipal.

Carnaval no Espírito Santo: O Carnaval no Espírito Santo é realizado em Vitória, antes do Carnaval oficial. Os desfiles são realizados no Sambão do Povo. Em Cariacica, duas escolas de samba são reconhecidas: O Grêmio Recreativo Escola de Samba Independente de Boa Vista, fundada em 14 de outubro de 1975, e a Academia Recreativa Escola de Samba União Jovem de Itacibá, fundada em 1976.
Fonte: Prefeitura Municipal.

Grêmio Recreativo Escola de Samba Independente de Boa Vista: Esta agremiação nasceu como bloco Mocidade Unida de Boa Vista e logo se tornou uma escola de samba. Alguns anos depois, por sugestão de alguns membros da escola, ela passou a se chamar Independente de Boa Vista. Embora a maior parte dos integrantes seja de Alto Boa Vista, bairro cujo nome inspira inclusive o nome da agremiação. A quadra da escola fica no bairro vizinho Itaquari.

Em 1984, a Boa Vista desfilou pela primeira vez no grupo especial de Vitória com o enredo “O festejar da natureza”. No ano seguinte veio com o enredo “O carnaval é mm jogo de bicho” com o qual foi rebaixada para o grupo de acesso, tendo conseguido retornar para a elite do samba capixaba somente em 1991, com o enredo “Brasil, o incrível país das ilusões”. Em 1993 surge um hiato no samba capixaba: ficamos cinco anos sem desfile das escolas.

Em 1998 a Boa Vista, juntamente com outras cinco co-irmãs, volta a desfilar. Durante os anos de 1998 a 2001, período durante o qual os desfiles eram realizados na Avenida Jerônimo Monteiro, não havia disputa pelo título. Em 2002, o desfile volta a ser realizado no Sambão do Povo e em 2003 a escola traz o enredo “360º – Vitória, uma viagem em torno de ti”, considerado uns dos mais belos e bem elaborados do samba capixaba.

Em 2009, com o enredo sobre São João denominado “Com devoção ao padroeiro”, a Boa Vista festeja São João e termina na 5º colocação. Em 2010, a escola conquista o título pela primeira vez com o enredo “Nem tudo que reluz é ouro, nem tudo que balança cai”, de Orlando Júnior.
Fonte: Prefeitura Municipal.

Academia Recreativa Escola de Samba União Jovem de Itacibá: Tradicional agremiação carnavalesca do bairro de Itacibá em Cariacica/ES, esta escola desfilou por muitos anos no carnaval de Vitória, sob as cores verde e branco. Apesar de sua fundação constar do ano de 1976, há relatos de antigos moradores que iniciou seus desfiles no ano anterior, 1975, considerada, com isso, a primeira escola de samba de Cariacica. Em 1981, chegou a estar perto de vencer o carnaval em Vitória quando perdeu o título no quesito cronometragem. A escola desfilou até 1992, quando houve uma paralisação de 5 anos nos desfiles das escolas de samba de Vitória. O desfile voltou em 1998, mas a escola continuou sem atividades.

Por volta de 2007, os moradores de Itacibá resolveram criar um bloco pra tentar reviver a tradição carnavalesca do bairro e o batizaram de União Jovem SPC, em homenagem à antiga agremiação. Em 2015, a diretoria somou esforços para alterar o registro do bloco, promovendo a volta da Escola de Samba União Jovem de Itacibá, que esperava por um convite da Liga Independente das Escolas de Samba do Espírito Santo (LIESES), atual liga organizadora do Desfile das Escolas de Samba de Vitória, para desfilar como convidada e ser avaliada para uma possível filiação à liga. Porém, esse convite nunca ocorreu. A escola chegou a desfilar em 2016 pelas ruas do próprio bairro.

Em 2017, a União Jovem de Itacibá, com outras quatro escolas buscaram filiação à Liga Espírito-santense de Escolas de Samba (LIESES), se unindo e fundando a Federação Capixaba das Escolas de Samba (FECAPES), que pretendem organizar um desfile alternativo ao da Liga, democratizando e dando oportunidades a novas agremiações. A União Jovem voltou a desfilar no Carnaval de Vitória em 2018 conquistando o vicecampeonato no Grupo B (acesso) e em 2019 ficou em 3º lugar.
Fonte: Prefeitura Municipal.

Blocos de Rua (carnaval): No Brasil, bloco carnavalesco é um termo genérico usado para definir diversos tipos de manifestações carnavalescas populares. Designa um conjunto de pessoas que se unem durante o carnaval e saem às ruas trajando, na maior parte das vezes, o mesmo tipo de fantasia. Geralmente constituem uma agremiação e são acompanhados por banda com instrumentos de percussão, ou animados por carros de som ou trios elétricos, e percorrem trajetos urbanos definidos (ruas e avenidas principais das cidades). Os blocos de rua são populares e muito tradicionais no Carnaval brasileiro.

Os primeiros registros de blocos licenciados pela polícia no Rio de Janeiro datam de 1889: Grupo Carnavalesco São Cristóvão, Bumba meu Boi, Estrela da Mocidade, Corações de Ouro, Recreio dos Inocentes, Um Grupo de Máscaras, Novo Clube Terpsícoro, Guarani, Piratas do Amor, Bondengó, Zé Pereira, Lanceiros, Guaranis da Cidade Nova, Prazer da Providência, Teimosos do Catete, Prazer do Livramento, Filhos de Satã e Crianças de Família.

Ao longo do tempo, diversos grupos carnavalescos já foram genericamente chamados de blocos, havendo atualmente blocos que são mais parecidos com escolas de samba, outros mais parecidos com os antigos cordões, e outros de diversos tipos. Seus integrantes vestem roupas da mesma cor ou fantasias carnavalescas, dependendo do tipo de bloco.

No Nordeste, é comum a participação de bonecos grandes (bonecões) nos desfiles de alguns blocos, principalmente na cidade de Olinda (PE), que também possui o maior bloco carnavalesco do mundo segundo o Guinness Book 1995, o Galo da Madrugada.

Segundo Felipe Ferreira, em “O livro de ouro do Carnaval brasileiro”, (2005), no início do século XX não havia grandes distinções entre os vários tipos de brincadeiras que ocupavam a cidade e que podiam ser chamadas indistintamente de ranchos, cordões, grupos, sociedades ou blocos, entre outras denominações genéricas. De acordo com o autor, durante a década de 1920 a intelectualidade brasileira volta-se para as questões ligadas à identidade nacional destacando a importância da festa carnavalesca carioca, que passa ser vista como uma espécie de “resumo” da diversidade cultural brasileira.

Organizar a “confusão” carnavalesca passa a ser um dos objetivos da elite cultural que, com ajuda da imprensa, começa a definir as diferentes categorias da folia numa escala que iria das sofisticadas sociedades carnavalescas – ou grandes sociedades – até os temidos cordões.

Dentro dessa nova organização, os grupos do carnaval chamado de popular (ou pequeno carnaval) podiam ser classificados como ranchos (considerados como mais sociáveis), e blocos ou cordões (vistos como o carnaval descontrolado). Nelson da Nóbrega Fernandes afirma que os cordões cariocas sofreram um processo de “satanização” e passaram a se denominar blocos ou transformarem-se em ranchos. No entanto, havia diferenças conceituais importantes entre ranchos e cordões: os primeiros consistiam num cortejo mais focado no elemento teatral, com forte presença de instrumentos de sopro e no canto, enquanto os segundos enfatizavam a percussão e em geral não possuíam outros instrumentos musicais.

A classificação dos blocos situava-se, portanto, entre os louváveis ranchos e os frequentemente condenados cordões. Essa característica ambivalente faria dos blocos a inspiração para os grupos de samba que buscariam a aceitação da sociedade no final da década de 1920 e que passariam a ser denominados de escolas de samba a partir da década de 1930.

Em dado momento, a partir do crescimento das escolas de samba, a história dos blocos carnavalescos que utilizavam o samba como ritmo condutor passa a ser intimamente ligada à história dessas agremiações. O conceito de “bloco de enredo” surgiu no Rio de Janeiro sem uma data precisa, embora a Federação dos Blocos Carnavalescos do Estado do Rio de Janeiro considere o ano 1965, 13 anos após a criação da Associação das Escolas de Samba da Cidade do Rio de Janeiro (AESCRJ).
Fonte: Prefeitura Municipal.

Principais tipos de blocos de carnaval:
– Blocos de enredo: São muito comuns no Rio de Janeiro. Possuem samba-enredo e uma relativa organização no desfile. Muitos deles são embriões de escolas de samba.

– Blocos líricos: São comuns em Pernambuco. O destaque são as músicas, frevos e marchinhas carnavalescas antigas. As pessoas desfilam nas ruas, geralmente usando fantasias.

– Blocos de sujo: são comuns em São Paulo e Rio de Janeiro. São descontraídos e propositalmente desorganizados e improvisados. As pessoas desfilam nas ruas usando fantasias geralmente feitas por elas mesmas. Cantam marchinhas carnavalescas, sambasenredo ou até mesmo músicas relacionadas  cotidiano ou com temas envolvendo críticas políticas com tom bem humorado.

– Blocos afro: valorizam a cultura afro-brasileira nas músicas, ritmos, vestimentas e fantasias. São muito comuns na cidade de Salvador (BA).
Fonte: Prefeitura Municipal.

MAIS INFORMAÇÕES:


Deixe um Comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado.