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Comentários

1. 

   carlos | 01/02/2020 at 15:27

   Este magnífico exemplar assemelha-se em tudo á Casa Saloia, assumindo uma forma quase pura da geometria – dimensões repetitivas de comprimento, largura e altura, acentuada pela exiguidade de vãos nas suas faces, remete-nos para a Caaba – cubo sagrado do Islão, porventura numa necessidade isotérica do povo de origem do norte de Africa que se fixou na periferia de Lisboa.
   Pequenas casas isoladas ou constituindo pequenos aglomerados urbanos, de forma marcadamente cúbica ou paralelepipédica resultante, por razões de necessidade de maior espaço, da união de 2 cubos iguais, constituindo dois pisos quase sempre com ligação interior. Virada para o interior as fachadas possuem pequenos vãos e telhados de quatro águas de curvatura muito própria, muitas possuindo um logradouro cercado por altos muros, constituindo a parte de fora da própria casa (Caldas, J. 1999, pp.101-112)..
   Pela sua notória e prolongada presença na paisagem em que se inseria é bem provável que tenham tido ao longo das épocas influência na conceção de novos modelos arquitetónicos eruditos como sejam os da arquitetura chã – séculos XVII-XVIII, verificando-se ainda analogias nas proporções que passaram a ter novos solares e igrejas, bem como na arquitetura pombalina que apresenta sistemas de coberturas muito semelhantes(Fernandes, J. & Janeiro, M. 1991, pp. 18-25).
   O modelo de Casa Saloia foi exportado para outros territórios não só sobre jurisdição portuguesa como os Açores, Madeira e restantes colónias ultramarinas, como também por portugueses que se estabelecerem nas Canárias já pertencentes ao reino de Espanha, e daqui e através da deslocação de uma forte comunidade de origem portuguesa, para Cuba onde se podem observar na cidade de Havana corpos torreados inseridos na arquitetura colonial espanhola(Fernandes, J. & Janeiro, M. 1991,pp.49-74).

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