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A Casa da Fazenda Queluz, em Elias Fausto-SP, do início do séc. XX, é o último remanescente do período cafeeiro municipal.

Prefeitura Municipal de Elias Fausto-SP
Nome Atribuído: Casa de Fazenda Que Luz e seus arredores
Localização: Elias Fausto-SP

Descrição: A importância histórica da Casa Grande da Fazenda Queluz é incontestável. Trata-se de construção datada do início do século XX, situada em uma área onde se localizava uma pequena propriedade produtora de café, “último remanescente simbólico de um período de relevância para o Município de Elias Fausto” (fls. 451).

Colhem, por significativas, algumas passagens do laudo:

“A edificação e resquícios encontrados na Fazenda Queluz apresentam elementos que levam a crer que tivessem feito parte de um conjunto de uma pequena propriedade produtora de café, os nomeados” sítios de café “, muito comuns no início do século XX na região de Campinas, principalmente depois do crash da bolsa em 1929, quando houve uma queda nas exportações.
Nos “sítios de café”, as casa-sede eram modestas e às vezes limitavam-se apenas a uma pequena casa de administrador, os terreiros possuíam pequenas dimensões, as colônias que desapareceram, restringindo-se a poucas casas espalhadas pela propriedade. O dono da Fazenda, e os trabalhadores viviam na cidade, e a propriedade não necessitava ser auto-suficiente, como as fazendas cafeeiras do início do século XIX, pois as atividades se limitarão a colheita e secagem, já que a produção passou a ser transportada para unidades específicas de processamento.
No caso da Fazenda Queluz as características observadas foram a existência de uma edificação maior de fronte a um terreiro, ensolarado, e de modestas dimensões, com remanescentes de canais de água que provavelmente serviam para o complexo de lavagem de grãos. O conjunto se encontra próximo a um pequeno lago, com a existência de edificações menores, mais isoladas, com processo construtivo similar ao da edificação maior. A propriedade não apresenta mais nenhuma edificação ou equipamento da produção cafeeira, mesmo porque atualmente a fazenda produz cana-de-açúcar. A Casa Grande em frente ao terreiro, provavelmente seria a casa-sede por sua localização perante o conjunto, programa de baixa planta e proporção métrica em relação as outras edificações, é muito simplória sem grande complexidade construtiva ou de elementos ornamentais, características das casas do período e da região.
Possui planta originalmente retangular, salões centrais e cômodos menores laterais, dispostos ao redor do salão principal e prolongo em L destinado a acomodar a área de serviços domésticos como a cozinha e banheiros, provavelmente posteriormente foram anexados elementos, como o prolongo lateral, que causa uma quebra de ritmo da planta, talvez para ampliar a residência visando acomodar os funcionários residenciais, sendo que esta hipótese apenas será confirmada através de realização de prospecções arquitetônicas das paredes da edificação para análise do material formador.
Através da entrada principal existe o que deveria ser a sala de visitas, pois neste período a vida privada era totalmente reservada da pública, e dali nos encaminhamos a um grande salão principal, que poderia ser a sala de almoço, que possui ligação a todos os cômodos da casa, ao setor privado nas laterais, onde estão os dormitórios e ao setor de serviços aos fundos, cozinha e banheiros, que ainda estão localizados neste setor da edificação. A estrutura da planta empregada funciona de acordo com as utilizadas em residências rurais de pequeno porte do início do século XX, nesta região.”(p. 440 e 441)
“A edificação denominada Casa Grande da Fazenda Queluz, no Município de Elias Fausto, possui apesar das patologias apresentadas, viabilidade de recuperação de seus elementos.
É indiscutível a posição de último remanescente simbólico de um período de relevância para o Município de Elias Fausto.
Baseado neste valor de remanescente simbólico deve-se trabalhar a preservação deste imóvel não só como uma intervenção física, antes de tudo a preservação deve considerar o conjunto de bens, materiais e imateriais”(fls. 451).
Prova da relevância que a Fazenda tem para o povo de Elias Fausto está no fato de que faz parte de um trajeto turístico denominado “Caminho do Sol”, o qual remete os visitantes aos costumes e hábitos do final do século XIX e início do século XX (fls. 453).
[…]

Todavia, o simples fato – voz corrente na Cidade – de a casa haver pertencido aos Martinelli e, depois, aos Diários Associados (empresa na qual floresceram grandes intelectuais e artistas contemporâneos), tendo sido freqüentada por Francisco de Assis Chateaubriand Bandeira de Melo, simplesmente, Assis Chateaubriand ou Chatô, na qual o empresário e mecenas, fundador da televisão brasileira e do MASP, promovia festas juninas que reuniam todo o povo das cercanias (como consta, inclusive, de sua autorizada biografia), vale por si próprio e merece ser preservado na memória recente do País.
Fonte: Processo.

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