Fortaleza – Casa Juvenal Galeno


Imagem: Coepa

A Casa Juvenal Galeno foi construída pelo poeta em 1886 e transformada em centro de cultura em 1919 por suas filhas Júlia e Henriqueta Galeno.

COEPA – Conselho Estadual de Preservação do Patrimônio Cultural do Estado do Ceará
Nome atribuído: Casa Juvenal Galeno
Localização: R. Gen. Sampaio, nº 1128 – Centro – Fortaleza-CE
Número do Tombamento: Nº 042

Descrição: Fundada em 27 de setembro de 1919, é uma instituição mantida pela Secretaria da Cultura do Estado do Ceará (Secult), com objetivo de difundir e incentivar a cultura cearense. A Casa de Juvenal Galeno, dirigida por Antônio Galeno, sempre foi um movimentado centro cultural da cidade. Nesta casa, o poeta Juvenal Galeno criou os seus sete filhos e falecendo aos 95 anos.

Instalada à rua General Sampaio, 1128, a Casa de Juvenal Galeno, construída pelo poeta em 1886 e transformada em centro de cultura em 1919 por suas filhas Júlia e Henriqueta Galeno, é um dos palcos mais antigos da nossa história cultural, que já recebeu personalidades como Rachel de Queiroz, Euclides da Cunha, Gustavo Barroso, Antônio Sales, Leonardo Mota, Jáder de Carvalho e, Patativa do Assaré. O poeta quis nesta casa receber a Medalha do Abolição, do Governo do Estado do Ceará.

A casa possui dez cômodos, onde abriga um valioso acervo bibliográfico, doado por Mozart Monteiro, e a biblioteca do próprio Juvenal Galeno, que juntos totalizam dezoito mil volumes, higienizados, catalogados e informatizados. Possui dois auditórios. O principal, chamado Henriqueta Galeno, tem capacidade para 120 pessoas e dispõe de um pequeno palco com um piano de meia cauda e várias obras de arte, entre elas, duas obras do pintor e escritor Otacílio Azevedo. O outro auditório – chamado Nenzinha Galeno – é ao ar livre, sombreado por frondosas mangueiras, tem capacidade para 200 pessoas.

No corredor da entrada, duas estátuas de mármores recepcionam os visitantes – uma representa a música e a outra a maternidade. No salão Alberto Galeno, há um mobiliário antigo, um móvel envidraçado onde estão guardados os objetos de uso pessoal do poeta, a herma de Juvenal Galeno, duas grandes mesas para reuniões e recepções, fotos dos escritores, poetas e sócios da instituição. No salão Júlia Galeno existem móveis centenários de luxo, faqueiros de prata, conjunto de louças importadas da Europa (pertencentes aos pais de Juvenal Galeno), cristais e vários outros utensílios, do século XIX, utilizados pela família Galeno.

Na Sala dos Espelhos, existe uma escrivaninha de Juvenal Galeno, um quadro de Juvenal Galeno pintado por Vicente Leite, um móvel envidraçado onde estão guardados documentos e manuscritos do poeta, cadeiras de palhinhas, mesas de mármore, espelhos e os bustos de Goethe e Schiller.

Nos anos 30 e 40, viveu sua fase áurea, quando era freqüentada por artistas, intelectuais e políticos que cultivavam o gosto pelas letras. Os saraus literários que animavam as noites da casa eram prestigiados por escritores famosos como Leonardo Mota, Quintino Cunha, Jader de Carvalho, Patativa do Assaré, Rachel de Queiroz, Fernandes Távora, Raimundo Girão, Moreira Campos, Mozart Soriano Albuquerque entre tantos outros. Entre estátuas e bustos de granitos, móveis coloniais, arquitetura esmeralda, jardim assombreado, a Casa de Juvenal de Galeno faz parte da memória cultural cearense e brasileira.
Fonte: Coepa.

Histórico do município: Capitania dependente, o Ceará teve a sua formação econômica iniciada no século XVII com a pecuária, para fornecer carne e tração à economia açucareira estabelecida na Zona da Mata. E Fortaleza, fundada em 13 de abril de 1726, ficou à margem.

Nessa fase, a cidade primaz era Aracati. Icó, Sobral e Crato também ocupavam o primeiro nível na hierarquia urbana no final do século XVIII. Ao contrário de Aracati, de Icó e de outras vilas setecentistas fundadas nas picadas das boiadas, Fortaleza achava-se longe dos principais sistemas hidrográficos cearenses – as bacias dos rios Jaguaribe e Acaraú – e, portanto, à margem da atividade criatória, ausente dos caminhos por onde a economia fluía no território.

Por todos os setecentos, a vila não despertou grandes interesses do Reino, não tendo desenvolvido qualquer atividade terciária. Mas, em 1799, coincidindo com o declínio da pecuária (a Seca Grande de 1790-1793 liquidou com a atividade), a Capitania tornou-se autônoma, passando a fazer comércio direto com Lisboa, através, preferencialmente, de Fortaleza, que se torna a capital.

De 1808 em diante, com a abertura dos portos, o intercâmbio estendeu-se às nações amigas e, em especial, à Inglaterra, para onde o Ceará fez, em 1809, a primeira exportação direta de algodão.

Como capitania autônoma, o Ceará ingressava então na economia agroexportadora. O viajante inglês Henry Koster, que, exatamente nessa época (1810), visitou Fortaleza, não a enxergava com otimismo: “Não obstante a má impressão geral, pela pobreza do solo em que esta Vila está situada, confesso ter ela boa aparência, embora escassamente possa este ser o estado real dessa terra. A dificuldade de transportes (…), e falta de um porto, as terríveis secas, [todos esses fatores] afastam algumas ousadas esperanças no desenvolvimento da sua prosperidade”.

Em 1822, com o Brasil independente, o Ceará passou a província; no ano seguinte, a vila de Fortaleza foi elevada a cidade, o que robusteceu o seu papel primaz, dentro já da política de centralização do Império. As propriedades agropecuárias da província, a principal riqueza de então, pertenciam a pouco mais de 1% da população livre. Dado que a Lei de Terras, de 1850, só fez contribuir para a concentração fundiária, estavam fincadas então as bases das desigualdades de renda e riqueza que, embora em menor proporção, observam-se até os dias atuais no Ceará e em Fortaleza.
Fonte: Prefeitura Municipal.

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