Fortaleza – Teatro José de Alencar


Imagem: Embratur

O Teatro José de Alencar, em Fortaleza-CE, é de autoria do engenheiro militar Bernardo José de Melo, e foi construído entre os anos 1908 – 1910.

IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional
Nome atribuído: Teatro José de Alencar
Outros Nomes: Teatro Municipal
Localização: Praça José de Alencar – Fortaleza – CE
Número do Processo: 650-T-1962
Livro do Tombo Belas Artes: Inscr. nº 479, de 10/08/1964

Descrição: O conjunto original do Teatro José de Alencar é de autoria do engenheiro militar Bernardo José de Melo, e foi construído entre os anos 1908 – 1910, ocupando uma área construída de 3.800 m2. O conjunto é formado por duas construções: a primeira trata-se de de um “foyer” com dois pavimentos, construído em alvenaria e pedra.

A construção possui um pórtico formado por quatro colunas, as quais sustentam um balcão com uma balaustrada. O pórtico situa-se na entrada principal da construção, a qual apresenta três portas em arco pleno. Existe um conjunto de duas portas em arco pleno. O frontão é decorado com pináculos, possuindo, ainda, a parte superior, estatuária nos cantos esquerdo e direito da fachada principal. As janelas do pavimento superior são em formato retangular, possuindo ombreiras e arcos decorados e gradis em ferro. Nas duas laterais existem outros dois balcões com balaustradas decoradas com pináculos. Na fachada principal, piso inferior, há dois vãos cegos em arco pleno.

A construção localizada na parte posterior é formada pela sala de espetáculos propriamente, dita. Trata-se de uma construção que concilia a utilização da alvenaria (paredes laterais, posterior e teto), com a estrutura de ferro decorado, formando as frisas, camarotes e varandas externas, bem como a fachada principal. A estrutura foi confeccionada en Glasgow, pela empresa Walter Macfarlane & Co. A fachada principal é em estilo “art noveau”, sendo o frontão formado por um arco vedado em vidro. Ladeando este, existem dois outros menores no mesmo estilo. No frontão, a decoração é feita com os símbolos da música e do teatro.

No térreo existe o acesso à platéia. Nos cantos direito e esquerdo existem escadas que dão acesso aos camarotes e às frisas. No segundo pavimento, a fachada é formada por um varanda com gradil em formas circulares. O terceiro pavimento possui gradil em forma retangular. Acima deste último andar há gradil em forma circular, vedado por vidro. A construção comunica-se com o “foyer”, através de passarelas dispostas no terceiro andar.

Na parte interna, temos a platéia disposta no andar térreo, e nos andares superiores temos as frisas e camarotes divididos por gradis em ferro decorado. As cadeiras da platéia são em “palhinha”. No palco, a boca de cena é encimada por um arco decorado por uma pintura que faz alusão ao teatro. O forro do teto é em madeira pintada com motivos ligados à musica. Toda a estrutura metálica é sustentada por colunas ao longo de toda a sua extensão. No lado direito da construção, existe um jardim projetado por Burle Marx. O teatro passou por reformas (1918, 1938, 1956 e 1974), sendo a mais importante feita em 1990/91, quando foi acrescentado ao conjunto: um prédio anexo, funcionando como centro técnico; ar refrigerado; remoção de duas colunas, aumentando o campo de visão da platéia; vedamento contra ruídos externos; e o acréscimo das antigas instalações da Faculdade de Odontologia da Universidade Federal do Ceará, adicionando mais três palcos e transformando o teatro num centro cultural.
Fonte: Iphan.

Histórico do município: Capitania dependente, o Ceará teve a sua formação econômica iniciada no século XVII com a pecuária, para fornecer carne e tração à economia açucareira estabelecida na Zona da Mata. E Fortaleza, fundada em 13 de abril de 1726, ficou à margem.

Nessa fase, a cidade primaz era Aracati. Icó, Sobral e Crato também ocupavam o primeiro nível na hierarquia urbana no final do século XVIII. Ao contrário de Aracati, de Icó e de outras vilas setecentistas fundadas nas picadas das boiadas, Fortaleza achava-se longe dos principais sistemas hidrográficos cearenses – as bacias dos rios Jaguaribe e Acaraú – e, portanto, à margem da atividade criatória, ausente dos caminhos por onde a economia fluía no território.

Por todos os setecentos, a vila não despertou grandes interesses do Reino, não tendo desenvolvido qualquer atividade terciária. Mas, em 1799, coincidindo com o declínio da pecuária (a Seca Grande de 1790-1793 liquidou com a atividade), a Capitania tornou-se autônoma, passando a fazer comércio direto com Lisboa, através, preferencialmente, de Fortaleza, que se torna a capital.

De 1808 em diante, com a abertura dos portos, o intercâmbio estendeu-se às nações amigas e, em especial, à Inglaterra, para onde o Ceará fez, em 1809, a primeira exportação direta de algodão.

Como capitania autônoma, o Ceará ingressava então na economia agroexportadora. O viajante inglês Henry Koster, que, exatamente nessa época (1810), visitou Fortaleza, não a enxergava com otimismo: “Não obstante a má impressão geral, pela pobreza do solo em que esta Vila está situada, confesso ter ela boa aparência, embora escassamente possa este ser o estado real dessa terra. A dificuldade de transportes (…), e falta de um porto, as terríveis secas, [todos esses fatores] afastam algumas ousadas esperanças no desenvolvimento da sua prosperidade”.

Em 1822, com o Brasil independente, o Ceará passou a província; no ano seguinte, a vila de Fortaleza foi elevada a cidade, o que robusteceu o seu papel primaz, dentro já da política de centralização do Império. As propriedades agropecuárias da província, a principal riqueza de então, pertenciam a pouco mais de 1% da população livre. Dado que a Lei de Terras, de 1850, só fez contribuir para a concentração fundiária, estavam fincadas então as bases das desigualdades de renda e riqueza que, embora em menor proporção, observam-se até os dias atuais no Ceará e em Fortaleza.
Fonte: Prefeitura Municipal.

FOTOS:

PANORAMA 360 GRAUS 1
PANORAMA 360 GRAUS 2

MAIS INFORMAÇÕES:
Silveira Lima
Iphan
Monumenta, p. 163
Patrimônio de Influência Portuguesa
Wikipedia


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