Goiânia – Teatro Goiânia


Imagem: Governo do Estado

O Teatro Goiânia é o mais nobre e tradicional espaço cultural da cidade. Ele integra o conjunto arquitetônico do início da capital.

IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional
Nome atribuído: Acervo Arquitetônico e Urbanístico Art Déco de Goiânia
Localização: Goiânia-GO
Número do Processo: 1500-T-2002
Livro do Tombo Arqueológico, Etnográfico e Paisagístico: Inscrito em 02/2005
Livro do Tombo Histórico: Inscrito em 02/2005
Livro do Tombo Belas Artes: Inscrito em 02/2005
Dossiê de tombamento

Descrição: Tombado pelo Iphan, em 2003, o conjunto urbano de Goiânia inclui 22 edifícios e monumentos públicos, concentrados em sua maioria no centro da cidade, e o núcleo pioneiro de Campinas, antigo município e atual bairro da capital goiana. Entre essas edificações, destacam-se o Cine Teatro Goiânia e a Torre do Relógio da Av. Goiás, de 1942. Inaugurada em 1935, seu acervo arquitetônico é considerado um dos mais significativos do Brasil.
Goiânia foi planejada e construída para ser a capital de Goiás, por iniciativa do político goiano Pedro Ludovico Teixeira, em consonância com a Marcha para o Oeste – estratégia desenvolvida no final dos anos 1930, pelo governo de Getúlio Vargas, para acelerar o desenvolvimento e incentivar a ocupação do Centro-Oeste. O estilo art déco inspirou os primeiros prédios (erguidos entre as décadas de 1940 e 1950) de Goiânia, a nova capital do Estado de Goiás, projetada pelo urbanista Attílio Corrêa Lima.
Corrêa Lima criou o projeto da cidade e Armando de Godoy, o do Plano Diretor, inspirado na teoria das cidades-jardim, do urbanista inglês Ebenezer Howard. Inicialmente, foram abertas três avenidas principais (Goiás, Araguaia e Tocantins) que confluem para o Centro, onde foi erguido o Palácio das Esmeraldas, sede do governo estadual.
Fonte: Iphan.

CONJUNTO:
CONJUNTO DA PRAÇA CÍVICA:
Goiânia – Casa de Pedro Ludovico Teixeira
Goiânia – Coreto
Goiânia – Delegacia Fiscal
Goiânia – Fontes Luminosas
Goiânia – Fórum
Goiânia – Museu Zoroastro Artiaga
Goiânia – Obeliscos
Goiânia – Palácio do Governo
Goiânia – Procuradoria-Geral do Estado
Goiânia – Secretaria-Geral
Goiânia – Relógio da Av. Goiás
Goiânia – Tribunal Eleitoral
BENS ISOLADOS:
Goiânia – Escola Técnica Federal de Goiás
Goiânia – Estação Ferroviária
Goiânia – Lago das Rosas
Goiânia – Liceu de Goiânia
Goiânia – Prédio do Grande HotelGoiânia – Teatro Goiânia
NÚCLEO PIONEIRO DE CAMPINAS:
Goiânia – Antigo Palace Hotel
Goiânia – Sede do Fórum e da Prefeitura Municipal de Campinas

SPHA – Superintendência de Patrimônio Histórico e Artístico
Nome Atribuído: Teatro Goiânia (antigo Cine-Teatro Goiânia)
Outros Nomes: Antigo Cine-Teatro Goiânia
Localização: Av. Tocantins, qd. 67,lt. 28E, nº 10 – Setor Central – Goiânia-GO
Resolução de Tombamento: Despacho nº 1.096, de 1982 (Processo CEC 302/81) e Decreto nº 4.943, de 1998 (Processo 16204654)

Descrição: O Teatro Goiânia é o mais nobre e tradicional espaço cultural da cidade. Ele integra o conjunto arquitetônico do início da capital. Trata-se de projeto do arquiteto Jorge Félix, que o concebeu em estilo art déco. Sua construção teve início em 1940. O Correio Oficial de 12 de junho de 1942, trazia a informação: “A inauguração do Cine-Teatro Goiânia vai ser marcada por uma super produção da Metro Goldwyn Mayer, na próxima terça-feira”. O DC-3, avião que trouxe autoridades para o Batismo Cultural da cidade, aterrissou na pista da Avenida Tocantins, onde hoje está a Praça do Avião no Setor Aeroporto. À entrada do Cine-Teatro, o então interventor federal no Estado, Pedro Ludovico Teixeira descerrava a placa, dando por inaugurada a mais luxuosa casa de espetáculos da nova capital.
Foi no Cine-Teatro Goiânia que se relizou o Batismo Cultural de Goiânia – a sessão solene de inauguração com discursos, entrega da chave da cidade ao primeiro prefeito, Venerando de Freitas, e uma movimentada programação cultural, que reuniu governadores, intelectuais e ministros. A programação do Batismo Cultural se estendeu de 1º a 11 de julho de 1942. No dia 14 de julho do mesmo ano, fez-se a estréia da casa de espetáculos.
Divino Tormento, com Jeannette McDonald e Nelson Eddy foi o filme exibido na estréia. Na mesma semana, a maior empresa de comédia brasileira – a Companhia Eva Todor – inaugurou o palco com a obra Colégio Interno, de Ladislaw Todor. Embora tenha sido projetado para as funções de cinema e teatro, na verdade, o local jamais ofereceu condições para apresentações teatrais. As dimensões do palco eram reduzidas e impróprias para a montagem de espetáculos amplos e sofisticados.
Como sala exibidora de filmes que o Cine-Teatro Goiânia atingiu sua fase áurea na década de 40. Além de contar com moderna aparelhagem cinematográfica (equipamentos importados, o que havia de mais sofisticados na época), acomodações confortáveis, o espaço que passou a ser conhecido apenas como Cine Goiânia mantinha programação de filmes nacionais e estrangeiros em sintonia com o eixo Rio-São Paulo. O espaço suntuoso era ponto de encontro tanto de intelectuais, artistas e personalidades políticas, como também de operários que tinham acesso por um preço diferenciado.
Mais tarde viria o declínio do cinema. O Cine-Teatro Goiânia, que não contava com uma estrutura teatral, foi entrando em decadência e abandono, até a completa deterioração de suas instalações. Rachaduras nas paredes , encanamento comprometido, cortinas, poltronas, carpetes destruídos e equipamentos estragados, incluindo camarins e banheiros, eram reflexo do abandono do prédio.
No início de 1976, o espaço foi fechado e passou por minuciosa reforma. Os engenheiros Aldo Calvo e Igor Iresnewsky foram os responsáveis pelas obras. A preocupação era adaptar o prédio, especialmente o palco, para abrigar espetáculos teatrais. A reforma foi executada pela Construtora Serrana, sob a supervisão do CRISA. Foram trocados o telhado, a tubulação, o calçamento, as luminárias internas. As paredes receberam tratamento especial dos restauradores que fizeram um criterioso trabalho de prospecção para chegar à pintura original. As cortinas, os carpetes e as poltronas foram substituídas. O piso do palco foi trocado. Novos equipamentos cenotécnicos foram adquiridos. A lanchonete que funcionava nas dependências do teatro e o descaracterizava foi retirada do local. A obra do Teatro Goiânia custou ao governo estadual R$ 817.257,00 – recursos da iniciativa privada. Depois de tanta reforma, o espaço deixou de ser cinema e passou a funcionar definitivamente como teatro.
A reinauguração aconteceu na noite de 15 de março de 1978, marcada pela apresentação do Corpo de Baile da Associação de Ballet do Rio de Janeiro. A companhia trouxe ao palco os bailarinos Margot Fonteyn e David Wall. Após o espetáculo, Margot Fonteyn declarou para a imprensa: “O equipamento eletrônico do Teatro Goiânia coloca esta casa na liderança dos teatros do Brasil e entre as melhores do mundo”. A companhia impediu que emissoras de TV filmassem a apresentação. Sem saber desta exigência, Eudaldo Guimarães, funcionário da, então Fundação, levou até o teatro uma câmera 16mm, uma vez que, durante aquela tarde esteve filmando no local. Eudaldo deixou o equipamento no teatro, e mais tarde, quando o espetáculo havia começado, sem que ninguém percebesse, registrou todo o espetáculo dos bailarinos. Anos depois com a morte de Margot Fonteyn, todas as emissoras, que não tinham imagens da bailarina, precisaram recorrer às imagens de Eudaldo Guimarães.
Entre os diretores do Teatro Goiânia está João Bennio, pioneiro do cinema goiano, que administrou a casa de espetáculo de 1982 a 1984.
Aos 56 anos, o Teatro Goiânia recebeu sua segunda reforma. Permaneceu em 1998, fechado por 10 meses para o trabalho de restauração, que o tornou um das mais modernas casas de espetáculos do país. A Quasar, a companhia de dança goiana mais premiada do Brasil, marcou a noite de estréia com o espetáculo Registro, com o qual ganhou cinco premiações Mambembe de Dança em 1997.
O Teatro Goiânia foi tombado pelo Estado a partir do Despacho nº 1.096/82, de 18 de novembro de 1982. A Lei n.º 10.759 de 9 de maio de 1989 criava a Fundação Cultural Pedro Ludovico (antecessora da Agência Goiana de Cultura, a quem pertence o teatro). Esta mesma lei dava às unidades culturais do Estado nomes de pessoas que fazem parte da história ou que tiveram importância no meio artístico goiano. Assim, o Teatro Goiânia recebeu o nome de “Centro Cultural João Bennio”. Ainda em 1982, outros prédios históricos importantes da cidade foram restaurados e entregues à população. Como: o Museu Zoroastro Artiaga, Museu Pedro Ludovico, os Centros Culturais Gustav Ritter e Martim Cererê e, no interior, o Museu Ferroviário de Pires do Rio e Palácio Conde dos Arcos.
O hall de entrada do Teatro recebeu o nome de “Tia Amélia”. Trata-se de homenagem a Amélia Brandão, que começou a tocar piano aos 4 anos de idade e morreu aos 90 anos. Amélia Brandão foi uma das mais famosas intérpretes do choro no Brasil. Produziu 300 músicas e 20 discos, gravados desde 1928. Depois de seis anos da morte de Tia Amélia, a Secretaria de Cultura do Estado, decidiu homenagear a artista dando seu nome à sala de entrada do Teatro Goiânia.
Criado em 1942, com o nome de Cine Teatro Goiânia, durante o Batismo Cultural da nova capital, o Teatro Goiânia mantém os detalhes arquitetônicos de sua concepção original. Sua última reforma, foi em 1998, com reinauguração em 28 de novembro. Na reforma geral, recebeu 100 novos lugares. Com isso, passou a acolher 836 pessoas. Outro aspecto de reforma foi a retirada da antiga lanchonete que funcionava em suas dependências, descaracterizando o projeto original.
O Teatro Goiânia foi palco de memoráveis solenidades históricas que marcaram o Batismo Cultural. Desde então, tem abrigado grandes e médios espetáculos. De concertos a recitais e peças teatrais.
Fonte: SeCult.

FOTOS:

MAIS INFORMAÇÕES:
Prefeitura Municipal
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Governo do Estado
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