Guaíba – Matadouro São Geraldo


Imagem: Iphae

O Matadouro São Geraldo, de 1920, está associado à indústria do charque no RS. Primeiro grande empreendimento no ramo com capital exclusivamente nacional.

IPHAE – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado
Nome Atribuído: Matadouro São Geraldo
Localização: R. São Geraldo, n° 51 – Guaíba-RS
Número do Processo: 1499-1100/09-3
Portaria de Tombamento: 15/2012
Livro Tombo Histórico: Inscr. Nº 111, de 14/12/2012
Publicação no Diário Oficial: 03/04/2012

Descrição: A construção do Matadouro São Geraldo remonta à década de 1920, e está associada ao apogeu da indústria do charque no Rio Grande do Sul, constituindo o primeiro grande empreendimento no ramo com capital exclusivamente nacional. O antigo matadouro constitui um testemunho de um período de expansão industrial do estado.
O município de Guaíba é oficialmente novo, tendo sido criado em 1926, quando o 9º distrito de Pedras Brancas foi emancipado de Porto Alegre. Contudo, a história da região remonta ao início da povoação portuguesa, que ocorreu no final do século XVIII. A região era ponto de parada para o gado transportado pelos tropeiros, sendo produtora de charque e carne fresca. No início do século XX, com o aumento da demanda, tornou-se necessária a instalação de matadouros no local, e em 1905 foi fundado o matadouro municipal. Após o encerramento de suas atividades, em 1916, os irmãos Linck adquirem uma área de 12 hectares no bairro Ermo. Assim, em 1926, ano da emancipação de Guaíba, inicia-se a obra do Matadouro São Geraldo. O projeto foi realizado provavelmente pelo arquiteto Christiano de la Paix Gelbert, que era funcionário da prefeitura de Porto Alegre, e o prédio foi concluído em 1927. Com maquinaria originária da Europa, era um dos estabelecimentos mais modernos do estado.
No matadouro produziam-se charque, salame, lingüiça, graxa para uso doméstico, sebo para as fábricas de sabão, chifres, cascos e cabelos para as fábricas de pentes e pincéis, materiais eram extraídos de suínos, ovinos e bovinos. Além das atividades econômicas acima, no local também existia uma fábrica de adubos. O matadouro tornou-se um dos maiores do ramo e um dos mais importantes do estado, representando um período de prosperidade, diretamente relacionado com uma das principais atividades econômicas do Rio Grande do Sul.
Fechado em 1972, permanece desocupado até hoje, o que causou a deterioração progressiva da edificação. Foi tombado pela prefeitura de Guaíba em 1999.
Em relação ao estilo arquitetônico, a construção sólida e sóbria, com pequenos frontões repetidos, difere das demais edificações de tipologia industrial do estado. Foram utilizadas “pedras de granito e aço forjado para as fundações e paredes até aproximadamente 2,00m (dois metros) de altura, com fechamentos de tijolos de barro”, conforme a proposta de tombamento municipal. O complexo encontra-se atualmente inserido na estrutura urbana de Guaíba. Foram tombadas todas as construções remanescentes do antigo matadouro ainda existentes.
Fonte: IPHAE.

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Mitiele Bilhalva Hass


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