Itaara – Cemitério Israelita de Philippson


Imagem: Iphae

O cemitério Israelita de Philippson, em Itaara-RS, é um marco histórico da colonização israelita no RS. Os 80 túmulos estão em uma área de 1200 m².

IPHAE – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado
Nome Atribuído: Cemitério Israelita de Philippson
Localização: BR 158, km 302 – Itaara-RS
Número do Processo: 1707-1100-SEDAC.93/2
Portaria de Tombamento: 36/94
Livro Tombo Histórico: Inscr. Nº 81, de 28/12/1994
Publicação no Diário Oficial: 28/12/1994

Descrição: Em 24/08/1891 o barão Maurice Hirsch criava a Jewish Colonization Association (JCA ou ICA) , com o objetivo de auxiliar a emigração de judeus russos, que lá sofriam perseguições e massacres. Esta associação desenvolveu um projeto agrícola voltado para a América Latina, e em l902 a ICA adquiriu terras no Pinhal, em Santa Maria. Em 1904 ali se estabeleceu a primeira colônia judaica do Rio Grande do Sul, denominada Philippson. Eram 38 famílias, aproximadamente 300 pessoas, vindas da Bessarábia, região situada entre a Romênia e o Império Russo. O projeto agrícola não se desenvolveu como esperado, e aos poucos os imigrantes deixaram o local, estabelecendo-se em cidades como Santa Maria, Porto Alegre e outras.
Após alguns anos, partes da área da colônia de Philippson foram vendidas para a Brigada Militar e para o Exército Nacional. O restante das terras permanece até hoje em propriedade de descendentes dos primeiros imigrantes.

O cemitério de Philippson pode ser considerado um marco histórico da colonização israelita no Estado. Os túmulos, num total de oitenta, estão dispostos em três agrupamentos, seguindo os costumes religiosos judaicos de enterrar separadamente homens, mulheres e crianças, e o terreno onde se encontram possui área aproximada de 1200 m². As lápides apresentam diversidade formal, desde as mais simples pedras de arenito com inscrições em língua hebraica (as mais antigas e representativas), até as mais elaboradas, mais recentes; e a singular característica de que a identificação do falecido se encontra no lado oposto ao seu corpo, na parte posterior da lápide.
Fonte: IPHAE.

Descrição: Santa Maria foi o berço da cultura judaica no Rio Grande do Sul com famílias oriundas da Bessarábia, na Moldávia. Segundo as informações da comunidade judaica, o grupo de colonos chegou ao Rio Grande do Sul após as portas da imigração para os Estados Unidos se fecharem para os que fugiam do massacre que vinha ocorrendo em terras judaicas, debaixo do império russo.
Nesse período de perseguição, foram organizadas varias associações judaicas com finalidade de auxiliar essa comunidade perseguida. Uma delas era a Jewish Colonization Association, a ICA, fundada em 1881 e presidida pelo banqueiro e barão Maurice Hirsch Von Gereuth. O objetivo era proporcionar aos judeus da Europa Oriental estudos agrícolas básicos, transporte para países sem restrições raciais e religiosas, lotes de terra para cultivos, equipamentos e animais para o início dos trabalhos e escolas para as crianças.
Depois de atuar por mais de 10 anos enviando judeus para os Estados Unidos, Canadá e Argentina, a ICA decidiu investir em um assentamento agrícola no Brasil. Em 1900, uma comissão de estudos esteve no Rio Grande do Sul examinando as possibilidades para assentamento em solo brasileiro. Nesta mesma época, o Estado, presidido por Borges de Medeiros, começou a promover incentivos e renúncias fiscais para recolonização e retomada da produção agropastoril dos campos gaúchos, ainda ressentidos pela revolução federalista de 1893/97.
Após dois anos de procura e estudos, a comissão responsável pelo assentamento optou pela aquisição de terras em Itaara, na época 6º Distrito do Município de Santa Maria. Tudo indica que o principal motivo era a proximidade da linha ferroviária para facilitar o escoamento e venda da produção. Em 1903, foi efetivada a compra da antiga Fazenda do Pinhal, uma área de 51 quadras de sesmarias. Na ocasião, foi homenageado Franz Philippson, presidente da Compaigne Auxiliare de Chemins du Ferré du Brésil, companhia que explorava as ferrovias no Rio Grande do Sul, Uruguai e Argentina. Philippson também era acionista da ICA. Começava então, o sonho agricola judeu no Brasil: a Colônia Philippson.
Alguns meses depois, em 18 de outubro de 1904, 148 pessoas chegaram no gare da Viação Férrea de Santa Maria. Para os judeus, era o ano de 5.665. Quando os imigrantes chegaram à colônia, a ICA já havia construído uma sinagoga, uma escola e destinado um lote para o cemitério. O lote número um foi oferecido a Shalon Nicolaievisky, em um gesto significativo, já que seu nome em hebraico significa paz. Os outros 37 lotes foram sorteados.
Hoje, da Colônia Philippson, restam apenas o nome e o cemitério, que agora será restaurado.
Texto: Maria Emilia Portella
Fonte: Governo do Estado.

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Comentários

  1. Vocês poderiam disponibilizar fotos nítidas das sepulturas, preferencialmente se as letras fossem repintadas para ajudar na leitura e decifração.
    Isso pode atrair turistas/descendentes dos falecidos à região ou o público em geral.
    Att

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