Jaguarão – Clube 24 de Agosto


Imagem: MP

Em 1918, 13 pessoas reunidas no Círculo Operário Jaguarense fundaram o Clube 24 de Agosto como espaço de sociabilidade da comunidade negra de Jaguarão-RS.

IPHAE – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado
Nome Atribuído: Clube 24 de Agosto
Localização: R. Augusto Leivas, n° 217 – Jaguarão-RS
Número do Processo: 2627-1100/11-0
Portaria de Tombamento: 04/2012
Livro Tombo Histórico: Inscr. Nº 107, de 20/07/2012
Publicação no Diário Oficial: 25/01/2012

Descrição: Os clubes sociais negros são espaços associativos do grupo étnico afro-brasileiro, originários da necessidade de criação de espaços de sociabilidade. Os clubes foram voluntariamente constituídos e desenvolveram finalidades beneficientes, culturais e recreativas. Surgidas no período pré-abolição, essas associações se dedicaram, inclusive, à arrecadação de fundos visando a alforria de trabalhadores escravizados, entre outras finalidades de ajuda mútua.
A criação do clube foi uma iniciativa capitaneada por dois amigos: Malaquia de Oliveira e Theodoro Rodrigues. Em 24 de agosto de 1918, os dois trabalhadores, somados a um grupo de mais onze pessoas reunidas no Círculo Operário Jaguarense, fundaram o Clube 24 de Agosto, visando a criação de um espaço de sociabilidade para os integrantes da comunidade negra de Jaguarão. Antes da fundação do “24”, a comunidade negra tinha como opções apenas as festas nas casas de famílias, o Clube O Gaúcho ou o referido Círculo Operário. Este último, ligado à comunidade católica, e responsável por promover, além de divertimentos como jogos de cartas, o ensino de artes e ofícios.
Desde o princípio o clube manteve, portanto, laços sociais com o Círculo Operário. Muitos integrantes pertenceram aos dois grupos. Esse vínculo de integrantes da comunidade negra com o Círculo Operário criava uma imagem de membros da classe operária, perante a sociedade branca, o que evitava ou reduzia os estigmas raciais.
A construção da atual sede do Clube cultural 24 de Agosto representou um marco na trajetória da comunidade negra de Jaguarão, pois até aquele momento os membros da associação dependiam de local cedido para a realização de suas reuniões. Durante setenta anos, um imóvel que era inicialmente de propriedade do Coronel Gabriel Gonçalves da Silva, membro da elite branca local, foi emprestado para a realização das atividades do Clube. Em reconhecimento ao marco da construção da sede e por sua representatividade para a comunidade negra, o imóvel foi tombado como um espaço de memória da cultura afro-brasileira no Rio Grande do Sul.
Portanto, este tombamento não se deveu às características arquitetônicas da edificação. Trata-se de um prédio de esquina construído em alvenaria, com arquitetura singela e fachadas simples, apresentando elementos decorativos geométricos e platibanda escalonada.
Fonte: IPHAE.

MAIS INFORMAÇÕES:
Iphae
AGM
Alexandre Peres de Lima


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