Niterói – Capela e Cemitério de Maruí


Imagem: Google Street View

A Capela e Cemitério de Maruí, em Niterói-RJ, foi tombada por sua importância cultural. Datando de 1751, foi construída em alvenaria de pedra e cal.

IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional
Nome atribuído: Capela e Cemitério de Maruí
Outros Nomes: Capela de São Pedro e cemitério
Localização: R. General Castrioto Barreto – Niterói-RJ
Número do Processo: 163-T-1938
Livro do Tombo Histórico: Inscr. nº 248, de 12/01/1948
Livro do Tombo Belas Artes: Inscr. nº 214, de 23/08/1938
Observações: O tombamento inclui todo o acervo da capela, de acordo com a Resolução do Conselho Consultivo da SPHAN, de 13/08/85, referente ao Processo Administrativo nº 13/85/SPHAN.

Descrição: Sendo essas terras, anteriormente, pertencentes à Fazenda do Maruí, a Capela de São Pedro servia como templo aos moradores locais, sua arquitetura é simples e se assemelha a das pequenas igrejas construídas no mesmo período.
Datando de 1751, foi construída em alvenaria de pedra e cal, com paredes de grande espessura, abrangendo nave, capela-mor e torre sineira – com acesso externo – e uma sacristia de construção mais recente. Internamente destaca-se a ornamentação barroca, em estuque, do retábulo onde o nicho principal guarda a imagem de São Pedro e os laterais as de Santo Antônio e São Francisco. Na sacristia está a imagem de São Benedito e, também, um lavabo em mármore.
A capela foi restaurada várias vezes, mas ainda mantém o aspecto original da época da construção.
Construída pelos proprietários da fazenda São Pedro, os irmãos Francisco Vitoriano Pereira e José Pereira Correia, na enseada do Maruí, por considerarem que a capela mais próxima – a de Santana, estava muito distante, teve autorização concedida pelo Bispo do Rio de Janeiro, em 17 de agosto de 1751. O pequeno templo foi implantado próximo à casa grande da fazenda, da qual não restou nenhum vestígio.
Em 1850 a fazenda pertencia a Domingos Ferreira Bastos que a vendeu ao Governo Provincial, em 1853, para construção do primeiro cemitério público, em Niterói, as terras foram consideradas ideais por possuírem uma capela e disporem de um bom porto para o transporte marítimo de cadáveres. Em agosto de 1855, as obras ainda não estavam terminadas mas, em virtude da epidemia de cólera, que exigia cada vez mais sepultamentos, foi feita sua sagração e inaugurado em 1º de novembro de 1855. Com a Revolta da Armada – 6 de setembro de 1893 a 13 de março de 1894 – a capela de São Pedro ficou em evidência porque nela passou-se a celebrar a missa anual de 9 de fevereiro, em memória aos mortos no movimento.
Entre os túmulos de várias personalidades da história brasileira e fluminense, merecem ser citados os do poeta Fagundes Varela, do exilado francês Charles Ribeyrolles e do herói niteroiense General Luís José da Fonseca Ramos. O mausoléu de Fagundes Varela, inaugurado em 2 de novembro de 1886, é de autoria do escritor Ludovico Berna, em mármore, tendo na fachada principal o perfil em bronze do poeta. O mausoléu do francês Ribeyrolles foi mandado construir, em 1886, conforme projeto do engenheiro municipal Dionisio da Costa e Silva. Porém, como a urna de chumbo que encerrava o corpo embalsamado de Ribeyrolles, falecido em 1860, sofrera infiltrações, o francês foi sepultado e só quatro anos depois seus ossos foram transferidos para o mausoléu. Este monumento tem o epitáfio especialmente escrito por Victor Hugo, em homenagem ao companheiro de exílio.
Finalmente, o mausoléu do defensor da cidade na Revolta da Armada, General Fonseca Ramos, morto em 1895, inaugurado em 1º de novembro de 1911, pelo Presidente da República, Marechal Hermes da Fonseca. Com projeto do arquiteto Desidório Strauss, o túmulo é significativo pelo seu simbolismo: o busto de bronze do herói está entre duas piras, também de bronze. Completando o monumento, uma coluna quebrada de granito, símbolo da vida interrompida. Junto dela forma-se um castelo tendo nas quatro faces, flores de bronze onde foram escritas as palavras: Calma, Brio, Coragem e Energia. Ao conjunto acrescentou-se uma pirâmide de granito, cuja ponta, delgada, busca o céu, símbolo da audácia. No medalhão, os dizeres: “A cidade de Niterói a seu defensor, General Fonseca Ramos. 29/7/1911”.
Fonte: Iphan.

FOTOS:

MAIS INFORMAÇÕES:
Secretaria de Estado de Cultura
Patrimônio de Influência Portuguesa


4 comments

  1. Luís Oliveira |

    Bela súmula!.As almas agradecem o cuidado e agradecem a acolhida
    que têm, pedindo a Nosso Pai Javé, Senhor e Criador, que abençoe os empreendedores pela construção do cemitério …
    Louvemos a Nosso Pai Javé e a Jesus Nosso Senhor e Salvador, amém!

  2. Parabéns pelo trabalho. Você saberia me informar se os imigrantes italianos que morriam na hospedaria de Ilha das Flores eram enterrados neste cemitério? Ano 1892

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