Niterói – Forte de Gragoatá


Imagem: Google Street View

O Forte de Gragoatá, em Niterói-RJ, foi tombado por sua importância cultural.

IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional
Nome atribuído: Forte de Gragoatá
Localização: Niterói-RJ
Número do Processo: 155-T-1938
Livro do Tombo Histórico: Inscr. nº 51, de 24/05/1938
Uso Atual: Exército. Brigada de Infantaria, 2.

Descrição: A data de construção do Forte do Gragoatá é controversa dependendo da fonte consultada. O certo é que em 17 de novembro de 1698, uma Carta Régia mandava pagar as obras ali realizadas por Pedro Gomes de Barros, obras que teriam sido malfeitas, a ponto de, em 1701, o vice-rei ter mandado proceder contra os empreiteiros por “falsificação das obras que haviam feito”. O forte deveria cruzar fogo com o Forte da Boa Viagem e o Forte Villegaignon. No entanto, tendo sido desarmado em 1710, não ofereceu resistência à invasão promovida por Duguay-Troin, no ano seguinte. Após a invasão foi novamente rearmado, mas ficaria ora guarnecido, ora abandonado durante os anos que se seguiram. Apenas na época da Questão Christie seria dignamente aparelhado, e teria sofrido a reforma que o deixou com as características bastante semelhantes às atuais, inclusive a inscrição sobre o portão principal, que diz: “Sendo Pedro II Imperador constitucional e perpétuo defensor do Brasil foi acabada esta fortificação em 41 da Independência da Pátria/1863”.
O Forte Gragoatá – também denominado de São Domingos – é constituído por um terrapleno poligonal irregular cercado por muralha robusta, coroada por ameias, outrora à flor da água, e que cruzava seus fogos com a bateria da Boa Viagem e com o Forte de Santa Cruz, na margem oriental da Guanabara. Atualmente afastado do mar, por força de sucessivos aterros, é quase totalmente envolvido pelas edificações do centro da cidade. Mas, resolvida a Questão Christie – quando se temia que O Brasil entrasse em guerra com a poderosa Inglaterra – o forte foi novamente abandonado.
Apenas na República se armaria novamente o forte, temendo movimentos restauradores da monarquia recém deposta. Foi nessa época que o forte teria sua mais destacada atuação, na resistência às forças rebeldes, durante a Revolta da Armada (6/9/1893 a 13/3/1894). A Revolta pretendia a deposição de Floriano Peixoto em favor de novas eleições, após a renúncia de Deodoro. Cogitou-se mesmo, entre os diplomatas estrangeiros, a intervenção na Revolta, mas a idéia foi abandonada. No entanto, ficou acordado que a cidade do Rio de Janeiro deveria ser poupada do bombardeio revolucionário, mas nada foi mencionado quanto a Niterói. Assim, a partir de outubro, o alvo das balas revoltosas seria Niterói. Embora os revoltosos tivessem conseguido desembarcar em nossa cidade em fevereiro de 1894, o Forte do Gragoatá, sede do Batalhão Acadêmico, não deixou de abrir fogo contra os invasores. Contra ele dispararam os canhões do Tiradentes e do Aquidaban – orgulho maior da armada nacional. Os estragos feitos no Forte foram documentados por Juan Gutierrez, e estão reproduzidos no livro “Niterói e a Fotografia – 1858/1958” de Pedro Vasquez, editado pela Niterói Livros. A exemplar atuação do “acadêmicos” fez com que, cessada a Revolta, o Marechal Floriano quisesse visitar suas instalações, e, em homenagem àqueles que tão bem a defenderam, mudasse o nome do forte para Forte Batalhão Acadêmico.
O presidente seguinte, Prudente de Morais, também homenageou a resistência niteroiense, fazendo com que a Festa da Pacificação fosse nessa cidade, que então recebeu o titulo de “Cidade Invicta”. Por volta de 1940, pensou-se em estabelecer no Forte do Gragoatá um Museu da República, conforme sugestão dos generais Manoel Rabelo e Cândido Rondon. No entanto, a Segunda Guerra, a mudança de governo e a morte de Manoel Rabelo fizeram com que a ideia não vingasse. Em 1952 o forte foi sede da seção fluminense da Colmeia de Pintores do Brasil, fundada por Levino Fânzeres. Hoje o forte é sede da IIª Brigada de Infantaria, e promove mensalmente cerimonias cívicas, com a participação de escolas da cidade e da região. Guarda bastante de sua altivez, mas goza de tempos muito mais tranquilos, harmonizando-se com a paisagem da Baía de Guanabara.
Fonte: Iphan.

FOTOS:

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MAIS INFORMAÇÕES:
Fortalezas
Funceb
Secretaria de Estado de Cultura
Patrimônio de Influência Portuguesa
Wikipedia


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