Niterói – Igreja Matriz de São Francisco Xavier


Imagem: Secretaria de Estado de Cultura

A Igreja de São Francisco Xavier foi erguida como capela, em 1572, por José de Anchieta, com o auxílio dos índios aliados de Araribóia, em terras de propriedade jesuítica.

IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional
Nome atribuído: Igreja Matriz de São Francisco Xavier, inclusive o outeiro onde está situado e o antigo marco jesuítico localizado no sopé
Localização: Av. Quintino Bocaiúva, Saco de São Francisco – Niterói – RJ
Número do Processo: 162-T-1938
Livro do Tombo Belas Artes: Inscr. nº 73, de 20/05/1938

Descrição: A atual Igreja de São Francisco Xavier foi erguida como capela, em 1572, por José de Anchieta e seus irmãos de catequese, com o auxílio dos índios aliados de Araribóia, em terras de propriedade jesuítica, à beira mar, entre as praias de São Francisco e Charitas. A atual construída entre os anos de 1662 e 1696, seu projeto, provavelmente, é de autoria do jesuíta Irmão Lourenço Gonçalves, tendo eu vista as similaridades encontradas nas características arquitetônicas da ermida com outras obras de autoria comprovada do jesuíta construtor – que, neste período, se encontrava no Rio de Janeiro.
Cercada de frondosas mangueiras e com vista panorâmica, a igreja de São Francisco é um belo exemplar da arquitetura barroca jesuítica. O templo traz, na sua composição arquitetônica, características da arquitetura religiosa rural, típica dos padres jesuítas que, tão logo aportaram no Brasil, trataram de fundar aldeamentos nos lugares mais longínquos deste país. Após a expulsão da Companhia de Jesus no século XVIII, a igreja foi sede de uma fazenda particular e logo após, transferida ao Governo Provincial; em 1891, este entregou a igreja ao Bispado do Rio de Janeiro, voltando o seu uso a ter religioso. Construída em alvenaria de pedra e cal, o templo de arquitetura simples e proporção pequena compõe-se de nave e capela-mor, com paredes grossas, portas e janelas em madeira maciça, a igreja apresenta graciosa torre campanária e é encimada por uma cruz.
A igreja apresenta o frontispício coroado por frontão triangular, guarnecido por telhas capa-e-canal, sem cimalha intermediária e com janela de coro, central, acima da única porta de entrada, de verga reta, e ladeada por duas pequenas janelas. Uma pequena torre sineira, se encontra disposta entre o corpo da nave e a casa dos padres, a qual envolve toda a edificação religiosa. O sino, de bronze, é do século XVI.
O interior é singelo, com imagem em madeira de São Francisco Xavier, altar-mor em madeira pintada, conservando o púlpito, composto de grossos balaustres de madeira torneada, de onde, diz a lenda, pregava José de Anchieta, um armário de jacarandá, com o ano de 1696 esculpido – data da criação da Freguesia de São João Batista de Icaraí, a qual pertencia o templo, e a pia batismal em cerâmica feita pelos índios, e onde foram batizados os primeiros indígenas convertidos. Uma construção térrea que servia à residência dos padres – hoje utilizada pela paróquia – contorna a capela lateralmente e pelos fundos, deixando livre um pátio interno em forma de U. Na fachada dos fundos, voltada para o nascente, a igreja possui um relógio de sol, com as insígnias da Companhia de Jesus. Ao pé do outeiro onde se localiza a igreja encontra-se o antigo marco de medição jesuítico, conhecido como “Peão das Terras”, com inscrições e insígnias jesuíticas, fincado em 1730, à subida do outeiro e hoje parcialmente danificado.
Quando, em 1659, foi feita a medição das terras dos índios da aldeia de São Lourenço, constava nas “terras do Saco” a fazenda do Capitão Mateus Antunes. Seu sobrinho e herdeiro teria doado ou vendido parte ou toda a fazenda aos jesuítas no período de 1659 a 1696, que implantaram uma fazenda de gado, responsáveis pela construção do templo. Em 1730, o Ouvidor Manoel da Costa Mimoso realizou o tombamento das terras da Fazenda do Saco, a pedido do padre-reitor Antônio Cardoso, do Colégio dos Jesuítas. Feitas as medições, fincou o peão de terras, próximo à subida do outeiro. Com a expulsão dos jesuítas de Portugal e de suas colônias, em 1759, pelo Marquês de Pombal, os bens da ordem foram confiscados e vendidos em leilão público. A partir de então, a fazenda de gado do Saco de São Francisco passou por vários proprietários.
Com a lei provincial de janeiro de 1869, o templo e as terras adjacentes foram desapropriadas, destinando parte da área para a construção de uma praça pública e do cemitério local. Por ocasião da Proclamação da República, quando ocorreu a separação entre a Igreja e Estado, o governador do Rio de Janeiro através da Portaria de 08/05/1891, entregou a capela e seu patrimônio às autoridades eclesiásticas.
Fonte: Iphan.

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