Pelotas – Casa da Banha


Imagem: Iphae

O prédio da Casa da Banha foi construído entre 1830 e 1835, com características coloniais. Serviu de quartel-general durante a Guerra dos Farrapos.

IPHAE – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado
Nome Atribuído: Casa da Banha
Localização: Praça Coronel Pedro Osório, nº 100/102, esquina com R. Félix da Cunha – Pelotas-RS
Número do Processo: 1869-1100-Sedac.96/1
Ato de Tombamento : 27/04/99
Livro Tombo Histórico: Inscr. Nº 83, de 28/06/1999
Publicação no Diário Oficial: 05/05/1999
Uso Atual: Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Turismo

Descrição: Sobrado de esquina construído sobre o alinhamento das ruas. O andar térreo tem caráter comercial, possuindo portas nas duas fachadas, e o andar superior apresenta oito janelas na fachada maior (Rua Félix da Cunha) e seis portas e sacadas com gradis de ferro trabalhado na fachada menor (Praça). Todas as aberturas têm verga reta. A platibanda possui ornamentação geométrica, com um pequeno frontão que marca o centro da fachada menor. Os relevos em massa que emolduram as aberturas também apresentam motivos geométricos, aparecendo ainda na marcação dos cunhais e das pilastras que dividem verticalmente as fachadas. A cobertura de quatro águas é de telhas de barro tipo capa-e-canal. O prédio, construído no início do século XX, tem características coloniais, entretanto alterações realizadas em 1926 o transformaram num prédio eclético, com “linhas formais da linguagem historicista“. Nesta ocasião o beiral foi substituído pela platibanda e as janelas de guilhotina foram trocadas.
Na época do tombamento o prédio encontrava-se descaracterizado por pinturas incompatíveis com o caráter da edificação, realizadas sem critério. Os letreiros das fachadas seguiam o mesmo padrão caótico, escondendo detalhes arquitetônicos como os gradis de ferro.

HISTÓRICO: Construído entre 1830 e 1835, o prédio serviu de quartel-general a tropas imperiais durante a Guerra dos Farrapos em 1836. Foi sede da Câmara Municipal por volta de 1870, conforme o historiador Mário Osório Magalhães. Foi redação e oficinas do extinto jornal Diário de Pelotas, por volta de 1889. Foi colégio de José de Seixas (Colégio São Salvador), de Bernardo Taveira Júnior e, por último, do Dr. Brasiliano da Costa e Silva. Foi estação telegráfica. Foi o prédio sede da União Republicana e da Igreja Evangelista. Foi Quartel de Polícia. Foi sede da Sociedade Musical Euterpe, formada por “”distintos moços”” do comércio local. Foi sede do clube carnavalesco Demócrito. Foi prisão de chefes federalistas. Foi residência do Dr. Adolfo Gastal (1922). Em 1924 o prédio já pertencia ao Clube Caixeiral. A partir daí teve vários usos, presumindo-se, através de plantas existentes, que tenha funcionado como hotel ou casa de cômodos no segundo piso e que tenha abrigado atividades comerciais e residenciais no térreo.
Em 1926 o prédio passou por uma grande reforma, perdendo suas características coloniais como o beiral e as janelas de guilhotina. Em 1949 sofreu pequenas reformas, passando a abrigar salas comerciais no segundo piso. Em 1933 houve outras intervenções, quando o corredor lateral que havia pela Rua Félix da Cunha foi ocupado no segundo piso pelo prédio contíguo. O corredor ainda existe no pavimento térreo. A parede que divide os dois sobrados (Casa da Banha e o número 609 da Rua Félix da Cunha) é comum aos mesmos, de meação. Outras alterações, como a ocupação do pátio dos fundos, foram feitas em datas ignoradas. A escada interna que dá acesso ao segundo piso foi substituída por escada de concreto em data desconhecida, assim como a porta de entrada em frente a esta escada. A troca por uma porta de metal, sem relação com as aberturas existentes, contribuiu para a acentuada descaracterização estética do prédio. O uso exclusivamente comercial da edificação data de 1949, sendo que um dos estabelecimentos do térreo emprestou seu nome ao prédio: Casa da Banha.
Fonte: IPHAE.

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