Pilar – Casa Natal de Artur Ramos


Imagem: SeCult-AL

Arthur de Araújo Pereira Ramos nasceu no município de Pilar, atual Manguaba, em Algoas, na casa nº 195 da rua Amazonas, no dia 7 de julho de 1903.

SECULT-AL – Secretaria de Estado da Cultura
Nome atribuído: Casa Natal de Artur Ramos
Localização: R. Artur Ramos, nº 195 – Pilar-AL
Processo de Tombamento: 32915
Resolução de Tombamento: Decreto Nº 32.915, de 25/04/1988
Livro de Tombo dos Edifícios e Monumentos Isolados

Descrição: Arthur de Araújo Pereira Ramos nasceu no município de Pilar, atual Manguaba, em Algoas, na casa nº 195 da rua Amazonas (hoje Av. Wenceslau Batista), no dia 7 de julho de 1903, filho do médico Manuel Ramos de Araújo e Ana Ramos. Iniciou seus estudos primários em Pilar, completando-os em Maceió, no Colégio São João e no Liceu Alagoano. Aos 15 anos, em 1918, teve seu primeiro trabalho publicado, em letra de forma como havia escrito. Trata-se de uma carta, dirigida ao irmão, Nilo Ramos, redator-chefe do semanário O Pilar, enaltecendo o jornal que a publicou sob o título Carta.
Em 1921, ingressou na Faculdade de Medicina da Bahia, recebendo o título de Doutor em Ciências Médicas Cirúrgicas após a defesa da tese Primitivo e loucura, em 1926, trabalho que recebeu elogios de Sigmund Freud, e do famoso psiquiatra suiço Paul Eugen Bleuler. Ainda como estudante de medicina, iniciou sua colaboração em jornais de Alagoas e da Bahia, publicando vários artigos sobre folclore como O culto da lua na história e no folclore, Tradições Africo-brasileiras (1922); Cavalhadas (1923); Folclore e sociologfia, A poesia popular, A ciência do folclore, Autos de Natal (1924).
Exerceu diversas atividades em instituições baianas entre as quais o Hospital São João de Deus, onde estudou o fenômeno da possessão entre os negros da Bahia,e o Instituto Nina Rodrigues, local em que, como médico-legista, desenvolveu atividades científicas, escrevendo sobre criminologia, medicina legal e psicopatologia forense.
Em 1928, fez o concurso para livre-docente de Clínica Psiquiátrica, da Faculdade de Medicina da Bahia, defendendo a tese A sordície nos alienados: ensaio de uma psicopatologia da imundice, trabalho também bastante elogiado pelo professor Paul Bleuler. Nomeado por Anísio Teixeira como chefe da seção Técnica de Ortofrenia e Higiene Mental, do Departamento de Educação da Secretaria Geral de Educação e Cultura, no então Distrito Federal, mudou-se, em 1934, para o Rio de Janeiro, onde instalou as primeiras clínicas ortofrênicas (ramo da medicina que se ocupa de doenças mentais) nas Escolas Experimentais, inaugurando o primeiro Serviço de Higiene Mental aplicada à Escola no país. Indicado por Afrânio Peixoto, torna-se também, na época, professor de Psicologia Social na Universidade do Distrito Federal (então o Rio de Janeiro).
Casou-se, em 1935, com Luisa Gallet, viúva de Luciano Gallet, que foi sua grande colaboradora e a quem dedicou várias obras. Não tiveram filhos.
Participou, em 1936, do 2º Congresso Afro-Brasileiro da Bahia, apresentando trabalhos onde demonstrava a prioridade dos estudos negros realizados no estado e ressaltava a importância do pesquisador baiano Nina Rodrigues.
A partir de 1937, Arthur Ramos mesmo trabalhando em clinica médica, se voltou, cada vez mais, para o estudo da cultura e do folclore brasileiros, especializando-se no campo da antropologia. Intelectual com conhecimento em diferentes áreas como psiquiatria, educação, psicanálise, medicina legal, higiene mental, antropologia, etnografia e neurologia, suas atividades abrangeram práticas de ensino, pesquisa, clínica, ação educativa e criminal.
Contemplado com uma bolsa de estudos pela Fundação Guggenheim, em 1941, viajou aos Estados Unidos para participar de mesas redondas e proferir palestras em universidades norte-americanas, entre as quais a de Harvard, Louisiana, Columbia, Califórnia, Minnesota e Yale. Ao voltar ao Brasil, ainda em 1941, fundou a Sociedade Brasileira de Antropologia e Etnografia tornando-se seu primeiro presidente.
Foi membro de diversas instituições científicas brasileiras, como a Sociedade Brasileira de Neurologia e Psiquiatria e a Liga Brasileira de Higiene Mental. Ao prestar concurso para a cadeira de Antropologia, da Universidade do Brasil, em 1945, com a tese A organização dual entre os índios brasileiros, apresentou no currículo 1.234 títulos, 432 livros e artigos publicados, 96 cursos e conferências e 57 entrevistas.
Fonte: Fundaj.

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