Porto Alegre – Hospital Psiquiátrico São Pedro

Iphae - RS

Porto Alegre – Hospital Psiquiátrico São Pedro

Imagem: Iepha

O Hospital Psiquiátrico São Pedro, em Porto Alegre-RS, foi tombado por sua importância cultural.

IPHAE – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado
Nome Atribuído: Edificações Centenárias do Hospital Psiquiátrico São Pedro
Localização: R. Bento Gonçalves, nº 2440 – Porto Alegre-RS
Número do Processo: 644-08.04-CODEC-1990
Portaria de Tombamento: 13/90
Livro Tombo Histórico: Inscr. Nº 63, de 21/12/1992
Publicação no Diário Oficial: 26/09/1990

Descrição: O Hospital Psiquiátrico São Pedro, um conjunto de edificações centenárias, constitui-se na maior área edificada de interesse social que o século XIX legou à Província. Sua construção foi conseqüência da preocupação com a inexistência de um tratamento especializado para os doentes mentais no Rio Grande do Sul, que eram encaminhados ao Hospício Dom Pedro II, no Rio de Janeiro, ou “depositados” na cadeia civil, conforme alertava, em relatório ao presidente da Província, o provedor da Santa Casa de Misericórdia. Em 1879, a Província adquiriu a chácara de Dona Maria Clara Rabello, situada na Estrada de Mato Grosso, antigo Caminho de Viamão. Os recursos para a construção eram oriundos de doações filantrópicas e loterias.
A obra foi inaugurada em 1884, mas a construção deu-se em etapas sucessivas. De 1889 a 1903 construíram-se mais dois pavilhões e em 1927 realizaram-se “obras de modernização”.
Inaugurado em 29 de junho de 1884, o Hospício São Pedro foi o primeiro hospital psiquiátrico de Porto Alegre e da Província de São Pedro. Dentro do complexo do Hospital Psiquiátrico São Pedro, cuja área de 13,9 hectares inclui 43.710 m2 de área edificada, o prédio histórico do São Pedro, de expressão imperial, está tombado pelos poderes públicos, estadual e municipal.
Com 12.324 m2, o conjunto arquitetônico centenário é composto por seis pavilhões de dois pavimentos voltados para o sul e ligados transversalmente por um pavilhão na direção leste-oeste. Com linhas ecléticas, predomina na área histórica do São Pedro a arquitetura neoclássica.
Fonte: IPHAE.

Prefeitura Municipal de Porto Alegre-RS
COMPAHC – Conselho do Patrimônio Histórico e Cultural
Nome Atribuído: Hospital São Pedro
Localização: Av. Bento Gonçalves, n° 2440 – Porto Alegre-RS
Resolução de Tombamento: Lei n° 1.018464.93.9
Inscrição no Livro do Tombo: n° 49, p. 63, de 09/12/1993
Descrição: Na segunda metade do século XIX, os doentes mentais em Porto Alegre eram responsabilidade ou da Cadeia Civil, que os acolhia, ou da Santa Casa de Misericórdia, que possui em seus arquivos relatórios com capítulos especiais intitulados “azylo de alienados”. No entanto nenhuma dessas instituições conseguia manter esses doentes com os cuidados necessários à sua recuperação.
Em 1874, pela lei provincial n° 984 de 13 de maio, foi autorizada a fundação de um “hospício”. Dois anos após, 1876, já havia sido apurada a quantia de ”36 contos de réis”, proveniente de três loterias. Nesse mesmo ano, após discussões para a escolha do terreno, foi aceita a área no caminho de Viamão, propriedade de D. Maria Clara Rabello. A inauguração se deu em junho de 1884, com uma quarta parte do projeto executado.
O antigo nome “Hospício São Pedro” traduzia o conceito, vigente na época, de local de confinamento de alienados.
A obra na Av. Bento Gonçalves, n° 2440, levou seis anos para ser concluída, sendo que em 1889 encontrava-se em construção o quinto pavilhão. A autoria do projeto do prédio, constando de seis volumes interligados por cinco pátios fechados, é do engenheiro Álvaro Nunes Pereira que, juntamente com José Antônio Soares de Azevedo, foi também responsável pela direção da obra.
A construção é constituída por seis pavilhões ligados a um bloco longitudinal e interligados por pátios internos com alguns elementos destacados em sua arquitetura:
1- conjunto do acesso principal, cobertura e escadaria com trabalhos especiais de serralheria, característicos da época;
2- galerias com arcos plenos nos pátios internos e no bloco longitudinal;
3- grades e portões metálicos junto às arcadas;
4- pórtico do pavilhão “Protásio Alves” e acesso ao respectivo pátio.
A instalação, em 1895, de uma linha de bondes de tração animal, desde a Rua dos Andradas até o Hospital São Pedro, amenizou a dificuldade de acesso para a área onde havia sido implantado o hospital.
Distante do centro da cidade, o hospital foi envolvido pela malha urbana, passando a situarse em área densamente povoada. Esse processo, influiu de forma decisiva para que se alterasse sua finalidade essencial que era de “tratamento” para “prestação de assistência social”.
As conseqüências se fizeram sentir mais intensamente a partir de 1970, através da baixa qualidade dos serviços prestados, das condições precárias de vida dos usuários e da superlotação.
Nesse período, o hospital se fechou à cidade, com paredes cercando os pátios internos e com sua arquitetura original agredida. Um muro separando a área do hospital da rua substitui a praça de visitas com lagos e passeios, característica marcante do conjunto.
A carência de equipamentos, bem como a deterioração dos prédios, continuaram pela década de 80 sendo que em 1987 o hospital enfrenta uma das piores fases de sua história, com sérias crises, relacionadas tanto a precariedades das instalações, como quanto às condições indignas de trabalho que provocavam evasão de funcionários. Dessa forma, os objetivos originais de instituição hospital acabam transformando-a em instituição abrigo (menores abandonados, velhos, mendigos, sem lar, sem trabalho, sem terra), função essa que veio cumprindo até 1990, quando sua administração passa a discutir uma nova filosofia de tratamento e é suprimido o muro frontal do hospital, como parte das ações com finalidade de integrar o corpo de pacientes à sociedade e recuperar o hospital como um todo.
Fonte: Prefeitura Municipal.