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A Antiga Alfândega, em Rio de Janeiro-RJ, foi tombada por sua importância cultural.

IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional
Nome atribuído: Edifício da antiga Alfândega e antiga Praça do Comércio, atual sede da Fundação Casa França-Brasil
Outros Nomes: Tribunal do Juri, II: prédio; Praça do Comércio: prédio
Localização: R. Visconde de Itaboraí, nº 78, Centro – Rio de Janeiro – RJ
Número do Processo: 101-T-1938
Livro do Tombo Histórico: Inscr. nº 36, de 24/05/1938
Uso Atual: Fundação Casa França-Brasil

Descrição: Prédio da Primeira Praça do Comércio. Com a vinda da Missão Francesa em 1816, que tinha como objetivo implantar o ensino acadêmico de artes no Brasil, chegou o arquiteto Grandjean de Montigny, que dentre seus vários projetos se incluiu a primeira “Praça do Comércio” realizada entre 1817 e 1820. Posteriormente, foi destinada para funcionamento da Alfândega, sendo por esse fato mais conhecida como “Antiga Alfândega”. Posteriormente, abrigou a sede do II Tribunal do Júri e atualmente abriga a Fundação Casa França-Brasil. A construção foi realizada ao feitio neoclássico, próprio do gosto artístico instaurado pela Missão Francesa. Externamente, o prédio é composto por linha sóbrias e simétricas, acentuadamente distinguidas pela presença de pedras de cantaria, que marca o ritmo de equilíbrio entre o todo e as partes. Internamente, o espaço é composto pela associação de quatro abóbadas de berço e cúpula central com lanternim, conforme uso na antigüidade nos programas públicos, tais como termas e basílicas. As colunas dóricas são revestidas de madeira, com pintura marmorizada, tetos de estuque.
Fonte: Iphan.

Descrição: O prédio da primeira Praça do Comércio do Rio de Janeiro foi construído entre junho de 1819 e maio de 1820. Era o local de reunião dos homens de negócios, uma espécie de bolsa de valores. Projetado por Grandjean de Montigny, por encomenda de D. João VI, é o primeiro edifício construído na cidade pelo arquiteto da missão artística francesa. A inauguração do prédio ocorreu no dia do aniversário do rei, 13 de maio, e o arquiteto francês recebeu na ocasião a medalha da Ordem de Cristo. A Praça do Comércio ou, melhor dizendo, a Real Junta de Comércio, Agricultura, Fábricas e Navegação, permaneceu porém pouco tempo no edifício. No ano de 1821, uma revolta popular reivindicando do rei, que se preparava para retornar a Lisboa, uma constituição liberal, foi iniciada na Praça do Comércio. A sangrenta revolta levou ao fechamento da “Praça” até 1824, quando foi transformada em Alfândega. Após uma criteriosa e longa restauração, o prédio de Grandjean de Montigny ressurgirá em 1990 como sede da Fundação Casa França‐Brasil, abrigando exposições e eventos artísticos. Conhecemos bastante sobre o projeto de Grandjean de Montigny, graças aos desenhos originais do arquiteto, que são conservados no Museu Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro. Por eles sabemos que na fachada da entrada principal, ao invés dos atuais óculos, havia grandes janelas, como as ainda existentes nas outras fachadas, e que foram parcialmente fechadas para a instalação da Alfândega, que necessitava de maior proteção. O tratamento das fachadas é bastante simples, com um corpo central levemente ressaltado e elevado, que é arrematado por frontão triangular. Na elevação central, vão em meio círculo, característico dos prédios públicos da Roma antiga. Uma recente obra de conservação da fachada deixou à mostra o embasamento de cantaria em arenito de Ipanema do corpo central. Inspirado pelo seu uso original nas antigas basílicas romanas, o espaço interno é um amplo salão aberto em cruz composto pela associação de quatro abóbadas de berço e cúpula central iluminada através de um lanternim, expediente muito empregado pelos romanos em suas termas e basílicas. As colunas dóricas que sustentam a cobertura do salão são revestidas de madeira com pintura marmorizada.
Texto: José Simões Belmont Pessôa
Fonte: Patrimônio de Influência Portuguesa.

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