Rio Grande – Reservatório Metálico


Imagem: Iphae

O reservatório metálico de Rio Grande foi construído no séc. XIX. Não havendo cursos d’água, a captação era feita do lençol freático nas dunas de areia próximas à cidade.

IPHAE – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado
Nome Atribuído: Reservatório Metálico de Rio Grande
Localização: R. Altamir de Lacerda Nascimento, nº 900 – Rio Grande-RS
Número do Processo: 002859-1100/12-6
Portaria de Tombamento: 051/2013
Livro Tombo: Inscr. Nº 127, de 06/12/2013
Publicação no Diário Oficial: 21/08/2013

Histórico: O reservatório metálico de Rio Grande foi construído no século XIX para resolver o problema do abastecimento de água na cidade. Não havendo cursos d’água que pudessem ser represados, a alternativa escolhida foi a captação de água do lençol freático nas dunas de areia próximas à cidade. Em 1870 foi firmado contrato com o governo da Província para o estabelecimento da primeira captação e rede de distribuição de água de Rio Grande. A Companhia Hidráulica Rio-grandense foi instalada simultaneamente à Companhia Hidráulica Pelotense, tendo como responsável, nos dois casos, o empresário Hygino Correa Durão. O sistema utilizado em Rio Grande previa a captação de águas subterrâneas, enquanto em Pelotas o sistema de captação baseava-se no represamento do arroio Moreira. Os contratos previam também a instalação de quatro chafarizes em praças das duas cidades. As obras foram executadas ao mesmo tempo em Rio Grande e Pelotas, utilizando reservatórios metálicos encomendados à empresa Hannah, Donald & Wilson, sediada na cidade de Paisley, Escócia. Os projetos das duas caixas d’água eram muito semelhantes, diferenciando-se em relação ao assentamento das bases.
São obras representativas da época da arquitetura do ferro no Brasil. Iniciada no século XIX, a importação de edificações pré-fabricadas foi um avanço tecnológico importante para a arquitetura brasileira, possibilitando a montagem e construção de edificações e depósitos de grande porte em um tempo reduzido. Na segunda metade do século XIX e no início do século XX ocorreu a importação de edificações e complementos arquitetônicos de ferro, fabricados nas usinas europeias, em todo o Brasil. Contudo, não se tem conhecimento de outras caixas d’água metálicas, exclusivamente destinadas ao abastecimento de água à população, com dimensões e aspectos construtivos equivalentes às de Rio Grande e Pelotas.
A fundação destas companhias hidráulicas refletem também a preocupação com o saneamento urbano, decorrente das péssimas condições sanitárias das cidades da época e das frequentes epidemias. Segundo Aline Montagna da Silveira, o aumento da população e os consequentes problemas de saneamento foram sentidos nas principais cidades brasileiras a partir da segunda metade do século XIX, e o abastecimento de água potável começou a ser indicado para evitar a proliferação de doenças epidêmicas. Neste contexto, as companhias hidráulicas de Porto Alegre, Pelotas e Rio Grande foram pioneiras no Estado.

Descrição: O Reservatório consiste em um cilindro de ferro fundido com capacidade para 1.500 m³, altura de quatro metros e diâmetro aproximado de vinte e seis metros, apoiado em três conjuntos concêntricos de colunas de ferro. Acima do reservatório há um mirante aberto com cobertura metálica, acessado por escada central em caracol, que atravessa o reservatório e desenvolve-se ao redor de uma coluna central. O mirante possui guarda-corpo vazado com elementos metálicos e cobertura com formas sinuosas. Circundando o reservatório existe uma cisterna circular enterrada e uma edificação térrea de apoio à Hidráulica, que posteriormente sediou o Museu das Águas, apresentando cobertura em telhas cerâmicas tipo capa-e-canal.
Além do reservatório metálico e da edificação circular de alvenaria, destacam-se no interior do terreno duas edificações art-déco, provavelmente da década de 1940 ou 1950, denominados Prédio da Oficina e Prédio da Administração, que ainda mantém características marcantes deste estilo, como os volumes geometrizados e simplificados, os frisos verticais e horizontais que marcam os vãos e arrematam as platibandas.

Cronologia:
1870 – Contrato firmado entre o governo da Província e a empresa de Hygino Corrêa Durão e João Frick para o estabelecimento da primeira captação e rede de distribuição de água de Rio Grande.
1872 – Início das obras em Rio Grande.
1874 – Concluída galeria de filtração, reservatório circular (cisterna) e as bases das 45 colunas do reservatório elevado.
1875 – Concluídas as obras de alvenaria, do manancial de água e do encanamento geral da cidade. Foram instalados dois chafarizes em praças da cidade (ainda faltavam os outros dois). O reservatório ainda não havia sido instalado.
1876 – Data de fabricação, que consta na placa afixada à coluna central do reservatório de Rio Grande. Foi fabricado na usina Abbey Works, dos fabricantes Hanna, Donald e Wilson, estabelecidos em Paisley, Escócia.
1877 – Entrega final das obras da Hidráulica Rio-grandense.
2002 – Inaugurado Museu das Águas, instalado no prédio circular em torno do reservatório, para preservar a memória do saneamento no Estado. Atualmente está desativado.
2010 – Encerramento das atividades do reservatório.
2012 – Abertura do processo de tombamento estadual, por solicitação da Corsan.
2013 – Tombamento em nível estadual pelo IPHAE.
Fonte: IPHAE.

Descrição: O mais antigo reservatório em operação no Estado do Rio Grande do Sul foi construído em 1873, utilizando as técnicas mais avançadas do século XIX. Teve como finalidade alavancar as atividades portuárias com o fornecimento de água tratada. A construção foi executada em ferro com traçados orientais. O material foi importado da Inglaterra por via marítima. O reservatório metálico representou, na época, um avanço técnico no abastecimento de água no Brasil.
Fonte: Prefeitura Municipal.

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MAIS INFORMAÇÕES:
Aline Montagna da Silveira
Iphae
Prefeitura Municipal


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