Sabará – Capela de Nossa Senhora do Pilar


Imagem: Iphan

A Capela de Nossa Senhora do Pilar foi construída antes do Hospício da Terra Santa, que ocorreu por volta de 1740, por inciativa de Frei Manuel de Sant’Ana.

IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional
Nome atribuído: Hospício da Terra Santa e Capela de Nossa Senhora do Pilar
Outros Nomes: Hospício de Jerusalém e Igreja do Pilar
Localização: Sabará-MG
Número do Processo: 408-T-1949
Livro do Tombo Belas Artes: Inscr. nº 364, de 09/05/1950
Observações: O tombamento inclui todo o acervo da Igreja, de acordo com a Resolução do Conselho Consultivo da SPHAN, de 13/08/85, referente ao Processo Administrativo nº 13/85/SPHAN.

Descrição: A construção da capela de Nossa Senhora do Pilar se deu em época posterior à efetiva instalação do Hospício da Terra Santa, que ocorreu por volta de 1740, cabendo a inciativa de sua construção a Frei Manuel de Sant’Ana, vice-comissário da Terra Santa de 1761 a 1799. O fato dos irmãos terceiros de São Francisco de Assis terem colaborado na construção da capela e de usarem habitualmente a mesma para suas reuniões, levou-os a reivindicar a posse do pequeno templo. No entanto, por decisão do Vigário Geral da Comarca de Sabará, o hospício de Jerusalém foi declarado dono legítimo da capela. Entre 1759 e 1762 sua construção devia estar parcialmente concluída, pois consta no livro próprio da Paróquia de Sabará, a realização de casamentos na capela naquele período.
O gosto ornamental rococó adotado tanto para as linhas do frontispício quanto para a decoração interna, indicam uma demanda de vários anos na complementação das obras. Embora desconheça-se a autoria do risco, o alto nível de acabamento das obras, notadamente da ornamentação, pressupõe a participação dos mais exímios oficiais de Sabará. Tudo indica que a ornamentação da capela seja contemporânea à da igreja local da Ordem Terceira do Carmo, também marcada pelo gosto rococó, então vigente nas últimas décadas do século XVIII. Germain Bazin considera que o altar-mor e os dois pequenos altares da nave denunciam a influência do Aleijadinho. Já em 1901/190’2 a edificação foi objeto de consertos no forro, coro, porta, pintura de cimalha e janela, realizados por iniciativa da administração do Hospício da Terra Santa, e em 1906 consertos no muro e no portão de entrada.
A capela apresenta planta em duas secções, a primeira correspondente à nave e a segunda, de maior largura, dividida em capela-mor e sacristia. Possui estrutura de alvenaria de pedra e cobertura de telhas curvas em duas águas. O acesso ao adro se dá por pequena escada de laje e piso em ladrilhos. A fachada principal é enquadrada por pilastras em massa, frontão e portada graciosamente trabalhados em movimento e linha proporcionais à dimensões da capela, óculo, porta em madeira almofadada, cimalhas em massa e vãos laterais à maneira de seteiras, observando-se unidade entre a arquitetura e a ornamentação. Ao lado esquerdo da capela, sobre a sacristia, encontra-se gracioso campanário, com três vãos em arcada, cimalha em relevo simples e frontão ligeiramente ondulado, ladeado por pequenas pirâmides, encimado pela figura de um galo.
Num dos sinos está inscrita a data de 1803. Internamente a nave é composta por piso reconstruído em ladrilho moderno, forro de madeira com pintura decorativa, alusiva à Santíssima Trindade, e paredes laterais com painéis pintados. O coro apresenta balaustrada em madeira torneada e painéis no teto e paredes. O arco-cruzeiro, também com pintura decorativa, possui dois altares colaterais de estrutura simplificada, sem colunas, contendo desenho de talha bastante elaborado, em leve policromia. A capela-mor, separada da nave por grade de madeira, possui piso em tabuado, forro de madeira com pintura decorativa e painéis pintados nas paredes. O retábulo da capela-mor é delimitado por duas colunas retas de fuste estriado, douradas sobre branco, com coroamento com talha policromada e dourada. A tribuna do trono, de perfil recortado e fundo em pintura decorativa, é cercada por pilastras do tipo quartelão com decoração em cabeças de anjos em relevo. A sacristia é simples, apresentando piso em ladrilhos e forro de tabuado liso.
Cabe registrar a superioridade da talha dos três retábulos em relação à pintura recente, verificando-se, todavia, o resultado descontraído alcançado pelo pintor condizente com o programa decorativo geral da capela.
Texto extraído de: Barroco 8.
Fonte: Iphan.

CONJUNTO:
Sabará – Capela de Nossa Senhora do Pilar
Sabará – Hospício da Terra Santa

FOTOS:

MAIS INFORMAÇÕES:
Clarisse Martins Villela
Patrimônio de Influência Portuguesa
IBGE


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