São João del Rei – Conjunto Arquitetônico e Urbanístico


Imagem: Iphan

O Conjunto Arquitetônico e Urbanístico, em São João del Rei-MG, foi tombado por sua importância cultural.

IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional
Nome atribuído: São João del Rei, MG: conjunto arquitetônico e urbanístico
Localização: São João Del Rei-MG
Número do Processo: 68-T-1938
Livro do Tombo Belas Artes: Inscr. nº 001, de 04/03/1938

Descrição: A exemplo do ocorrido com outras cidades coloniais mineiras, originárias da atividade de exploração do ouro, a formação de São João del Rei se deu com a aglutinação de pequenos núcleos surgidos junto a locais de mineração, descobertos a partir de 1704. O arraial se instalou, simultaneamente, em dois pontos elevados, localizados em torno do vale do Córrego do Lenheiro, atualmente assinalados pelas igrejas do Senhor dos Montes e de Nossa Senhora das Mercês, na margem esquerda, e pela Capela do Senhor do Bonfim, em local então denominado Morro da Forca, na margem direita,, surgindo os primeiros arruamentos, compostos por casas toscas cobertas de palha. Assim, até a data da criação da vila, ocorrida em 1713, o Arraial Novo de Nossa Senhora do Pilar ou do Rio das Mortes se estendia do Morro da Forca, onde se localizava a primitiva capela de Nossa Senhora do Pilar, até o Morro das Mercês e o do Senhor dos Montes, no alto do qual existia outra capela do Pilar, configurando-se desta forma a primeira extensão urbana de São João del Rei, ocupada de maneira ainda bastante dispersa. Com a criação da vila a 08 de dezembro de 1713, um novo ponto referencial foi delimitado, que passaria a funcionar como núcleo mais importante e de maior concentração, erguendo-se então o Pelourinho na Xapada do Morro, no lado contrário à ocupação inicial do arraial, onde seriam erguidas as edificações mais importantes. Escolhida para sede da nova Comarca do Rio das Mortes, criada em 1714, em virtude de seu desenvolvimento expressivo a partir da criação da vila, São João del Rei ganhou, até a metade do século XVIII, várias edificações de vulto, civis e principalmente religiosas. Surgiram nessa época a Igreja do Rosário (1719), a nova matriz do Pilar (1721), as igrejas do Carmo (1733) e das Mercês (1751), à margem esquerda do Lenheiro e à margem direita, a igreja de São Francisco de Assis (primitiva capela, em 1749), as capelas do Bonfim (1769) e de São Gonçalo (1789). Em 1719, foi construída a primeira ponte sobre o Córrego do Lenheiro, possibilitando a integração definitiva das duas partes da vila Em princípios do século XIX, antes ainda de ser elevada à categoria de cidade, São João del Rei contava com cerca de mil edificações, destacando-se entre estas as igrejas do Pilar, São Francisco, Carmo e Rosário, Casa do Ouvidor e da Intendência, Casa de Fundição, Santa Casa de Caridade e ainda obras de grande valor viário e urbanístico, como as duas pontes de pedra, a da Cadeia, construída em 1797, e a do Rosário, de 1800. Duas novas edificações religiosas, construídas ainda no início do século XIX, as capelas do Bom Jesus dos Montes e de Santo Antônio – atraíram pequenos agrupamentos residenciais, mas o núcleo urbano principal da cidade permaneceu em torno da rua Direita, da Matriz do Pilar e igreja do Carmo, do novo Paço Municipal, cujo prédio foi inaugurado em 1849, da igreja de São Francisco e, ao longo do Córrego do Lenheiro próximo às duas pontes de pedra, do Rosário e da Cadeia, local também conhecido como Praia. São João del Rei foi elevada à categoria de cidade em 1838, afirmando-se nesse momento pelo seu amplo desempenho comercial, abastecendo, principalmente, a cidade do Rio de Janeiro, com a qual mantinha laços comerciais bastante dinâmicos. Na segunda metade do século XIX, a cidade contava com um número bastante expressivo de estabelecimentos comerciais. No final do século XIX, um novo impulso foi dado à cidade com a criação da Estrada de Ferro Oeste de Minas, ocasionando um maior adensamento em direção à linha férrea e, mais nitidamente em direção ao arraial de Matozinhos. A arquitetura religiosa de São João del Rei segue, na sua maior parte, os padrões tradicionais dos partidos das matrizes mineiras da primeira fase, com a clássica disposição de planta em nave, capela-mor, sacristias e corredores laterais, tendo a fachada organizada em um corpo principal ladeado por duas torres, geralmente de perfil quadrado. Quanto à ornamentação, estas igrejas obedecem principalmente aos padrões artísticos vigentes em Minas Gerais na segunda metade do século XVIII e início do XIX, correspondendo a composições do gosto rococó. A arquitetura civil adota os mesmos sistemas construtivos da religiosa – as estruturas em pedra, adobe e taipa, apresentando plantas de forma mais compacta. Os sobrados mostram soluções bastante eruditas, com platibandas e frontões trabalhados, a exemplo dos prédios da Prefeitura, Museu Regional, Solar Tancredo Neves, entre outros. Na rua do Rosário, o casario é, em geral, composto por edificações térreas, de cimalhas simples, constituídas por beiras-seveiras. O tombamento do acervo arquitetônico e paisagístico da cidade, ocorrido em 1938, não definiu a delimitação da área urbana a ser preservada, o que veio a acontecer em 1947. O núcleo histórico que foi preservado, constituía, na época, a área mais íntegra. O conjunto de bens imóveis tombados totalizam, aproximadamente, cerca de 710 imóveis. As principais ruas/logradouros que compõem o núcleo histórico são: rua de Santo Antônio, rua Getúlio Vargas (r. Direita), praça Francisco Neves (largo da Câmara), rua Padre José Maria (r. da Prata), praça Frei Orlando (largo de São Francisco), entre outros. Além destes, compõem o centro histórico, igrejas capelas, pontes, passos da Paixão, um chafariz (chafariz da Legalidade) e o complexo Ferroviário.
Texto extraído de: Fundação João Pinheiro.. São João Del Rei; a região, a cidade, o patrimônio de história e arte Belo Horizonte, 1983. CARRAZONI, Maria Elisa. Guia dos Bens Tombados . 1980.
Fonte: Iphan.

Prefeitura Municipal de São João del-Rei-MG
Nome atribuído: Conjunto Arquitetônico e Urbanístico de São João D’el Rei
Localização: São João del – Rei-MG

CENTRO HISTÓRICO 01 – Processo nº 043/00 (Zona 1) Rua Maria Teresa, n º 110 Data de tombamento: 06 de junho de 2001 Nº processo: 003/00 Uso atual: institucional
CENTRO HISTÓRICO 02 – Processo nº 057/01 (Zona 1) Rua Padre José Maria Xavier, n º 140 Data de tombamento: 07 de março de 2002 Uso atual: comercial
CENTRO HISTÓRICO 03 – Processo nº 027/03 (Zona 1) Rua Marechal Deodoro, n º 254 Data de tombamento: 16 de junho de 2004 Uso atual: serviço
CENTRO HISTÓRICO 04 – Processo nº 051/03 (Zona 1) Rua Marechal Deodoro, n º 260 Data de tombamento: 03 de março de 2004 Uso atual: residencial
CENTRO HISTÓRICO 05 – Processo nº 040/00 (Zona 1) Coreto Maestro João Cavalcante – Av. Presidente Tancredo de Almeida Neves, s/n º Data de tombamento: 10 de fevereiro de 2006 (próprio municipal) Uso atual: institucional
CENTRO HISTÓRICO 06 – Processo nº 024/99 (Zona 1) Rua Maria Teresa, n º 58 Data de tombamento: 06 de junho de 2001 Uso atual: serviço
CENTRO HISTÓRICO 07 – Processo nº 034/00 (Zona 1) Rua Padre José Maria Xavier, n º 174 Data de tombamento: 07 de março de 2002 Uso atual: institucional
CENTRO HISTÓRICO 08 – Processo nº 035/00 (Zona 1) Rua Ministro Gabriel Passos, s/n º – atual Secretaria de Fazenda e ex – Câmara Municipal Data de tombamento: 10 de fevereiro de 2006 (próprio municipal) Uso atual: institucional
CENTRO HISTÓRICO 09 – Processo nº 047/00 (Zona 1) Rua Ministro Gabriel Passos, 199 – Sede da Prefeitura Municipal Data de tombamento: 07 de março de 2002 (próprio municipal) Uso atual: institucional
CENTRO HISTÓRICO 10 – Avenida Tancredo Neves, 509 (Zona 1) Residência Uso atual: residencial
CENTRO HISTÓRICO 11 – Processo nº 003/00 (Zona 1) Pousada Estação do Trem Rua Maria Teresa, nº 45 Data de tombamento: 06 de junho de 2001 Uso atual: comercial/serviço DISTRITO SÃO MIGUEL DO CAJURU
CENTRO HISTÓRICO 12 – Processo nº 027/99 Antiga Casa do Padre Miguel Afonso Leite Distrito: São Miguel do Cajuru, Arcângelo Data de tombamento: 30 de abril de 2007 Uso atual: desocupado
CENTRO HISTÓRICO 13 – Largo da Matriz, nº 07 e 11 Residência Uso atual: residencial
CENTRO HISTÓRICO 14 – Rua Mateus Salomé, nº 76 Residência Uso atual: residencial
CENTRO HISTÓRICO 15 – Rua Padre José Tibúrcio, nº 81 Residência Uso atual: residencial BAIRRO FÁBRICAS
CENTRO HISTÓRICO 16 – Rua Cristóvão Colombo, nº 293 e 293F (Zona 7) Residência Uso atual: residencial
CENTRO HISTÓRICO 17 – Avenida Leite de Castro, nº 472 e 478 (Zona 7) Residência Uso atual: misto (residencial e comercial)
CENTRO HISTÓRICO 18 – Avenida Leite de Castro, nº 494 (Zona 7) Residência Uso atual: residencial
CENTRO HISTÓRICO 19 – Companhia Têxtil Sanjoanense (Zona 7) Av. Leite de Castro, nº 453 Uso atual: industrial
CENTRO HISTÓRICO 20 – Processo nº 045/00 (Zona 1) A “Casa Mais Antiga” de São João del – Rei Rua Santa Tereza, nº 127 (próprio municipal) Data de tombamento: 15 de setembro de 2003 Uso atual: institucional
CENTRO HISTÓRICO 21 – Processo nº 023/00 (Zona 1) Solar dos Lustosa Praça Embaixador Gastão da Cunha, nº 54, 54A e 70 Data de tombamento: 15 de junho de 2007 Uso atual: misto (residencial, comercial e institucional)
CENTRO HISTÓRICO 22 – Processo nº 031/00 (Zona 1) Antigo Asilo São Francisco de Assis (atual sede do DAMAE – autarquia municipal) Praça Duque de Caxias, 63 Data de tombamento: 07 de março de 2002 (propriedade da Venerável Ordem Terceira de São Francisco de Assis) Uso atual: institucional
CENTRO HISTÓRICO 23 – Casa de Bárbara Eliodora (Zona 1) Secretaria de Cultura e Turismo/Museu Municipal Tomé Portes del – Rei Praça Frei Orlando, 90 (próprio municipal) Uso atual: institucional
CENTRO HISTÓRICO 24 – Processo nº 061/03 (Zona 1) Casa do Embaixador Gastão da Cunha Rua Dr. Balbino da Cunha, 190 Data de tombamento: 15 de julho de 2004 Uso atual: institucional
CENTRO HISTÓRICO 25 – Fortim dos Emboabas (Zona 1) Rua Altamiro Flor, 103 (próprio da UFSJ – Universidade Federal de São João del – Rei) Uso atual: institucional
CENTRO HISTÓRICO 26 – Processo nº 044/04 (Zona 1) Rua Getúlio Vargas, 73, 73ª, 79 e 83 Data de tombamento: 09 de junho de 2005 Uso atual: Comercial
CENTRO HISTÓRICO 27 – Rua Tenente Gentil Palhares, 261 (Zona 1) Residência Uso atual: residencial
CENTRO HISTÓRICO 28 – Cemitério do Carmo (Zona 1) Praça Carlos Gomes, s/n (próprio da Venerável Ordem Terceira de Nossa Senhora do Monte Carmelo) Uso atual: Institucional
CENTRO HISTÓRICO 29 – Rua Vigário Amâncio, 36 (Zona 1) Residência Uso atual: Residencial
CENTRO HISTÓRICO 30 – Sociedade de Concertos Sinfônicos (Zona 1) Praça Carlos Gomes, 75 Uso atual: Institucional
CENTRO HISTÓRICO 31 – Processo nº 057/02 (Zona 1) Braço de madeira da Balança de Arrecadação do Dízimo do Ouro Praça Frei Orlando, 90 (acervo do Museu Municipal Tomé Portes del – Rei) Data de tombamento: 10 de fevereiro de 2006 Uso atual: peça de museu BAIRRO MATOSINHOS
CENTRO HISTÓRICO 32 – Processo nº 028/00 (Zona 6) Chafariz da Deusa Ceres Praça Chagas Dória, s/n (acervo da Prefeitura Municipal) Data de tombamento: 18 de outubro de 2000 Uso atual: monumento DISTRITO SÃO SEBASTIÃO DA VITÓRIA
CENTRO HISTÓRICO 33 – Processo nº 088/13 Capela de Nossa Senhora das Vitórias Praça Ministro Gabriel Passos, s/n Data de tombamento: 21 de maio de 2014 Uso atual: institucional
CENTRO HISTÓRICO 34 – Processo nº 106/01 (Zona 1) C apela de Santo Antônio de Pádua Rua Santo Antônio, 224 Data de tombamento: 07 de março de 2002 Uso atual: institucional
CENTRO HISTÓRICO 35 – Processo nº 106/01 (Zona 1) Capela do Divino Espírito Santo Rua Maestro Batista Lopes, 140 Uso atual: institucional
CENTRO HISTÓRICO 36 – Rua Padre José Maria Xavier, 53 (Zona 1) Residência Uso atual: residencial/comercial
CENTRO HISTÓRICO 37 – Praça Carlos Gomes, 107 (Zona 1) Residência Uso atual: sem uso
CENTRO HISTÓRICO 38 – Rua Tenente José Alves Cordeiro, 26 (Zona 1) Residência no “Beco do Cotovelo” Uso atual: residencial
CENTRO HISTÓRICO 39 – Rua Santo Antônio, 22 (Zona 1) Residência Uso atual: desocupada
CENTRO HISTÓRICO 40 – Rua Santo Antônio, 62 (Zona 1) Residência Uso atual: residencial
CENTRO HISTÓRICO 41 – Rua Santo Antônio, 416 (Zona 1) Residência Uso atual: sem uso
CENTRO HISTÓRICO 42 – Palácio Episcopal (Zona 1) Residência Praça Frei Orlando, 130 (próprio da Diocese de São João del – Rei) Uso atual: institucional/residencial
CENTRO HISTÓRICO 43 – Processo nº 035/08 (Zona 1) Praça Embaixador Gastão da Cunha nº 01 Data de tombamento: 07 de julho de 2009 Uso atual: institucional/comercial/residencial
CENTRO HISTÓRICO 44 – Processo nº 036/00 (Zona 1) Sede do IPHAN Rua Hermillo Alves nº52 (próprio federal) Data de tombamento: 07 de março de 2002 Uso atual: institucional
CENTRO HISTÓRICO 45 – Rua Santo Antônio, nº54 (Zona 1) Sede da Orquestra Ribeiro Bastos Uso atual: institucional
CENTRO HISTÓRICO 46 – Processo nº 068/01 (Zona 1) Bordados de João Cândido Praça Frei Orlando, 90 (acervo do Museu Municipal Tomé Portes del – Rei) Data de tombamento: 09 de julho de 2005
CENTRO HISTÓRICO 47 – Cruzeiro do Pau d’Angá (Zona 1) Praça Francisco Nestor dos Santos, s/n Uso atual: religioso
CENTRO HISTÓRICO 48 – Processo nº 048/00 (Zona 1) Chafariz da Legalidade Praça dos Expedicionários, s/n (acervo da Prefeitura Municipal) Data de tombamento: 07 de março de 2002 Uso atual: monumento
CENTRO HISTÓRICO 49 – Chafariz – lampião (Zona 1) Praça Carlos Gomes, s/n (acervo da Prefeitura Municipal) Uso atual: monumento
CENTRO HISTÓRICO 50 – Postes do jardim da Prefeitura (Zona 1) Elemento histórico Rua Hermillo Alves, s/n (acervo da Prefeitura Municipal) Uso atual: mobiliário urbano BAIRRO BONFIM
CENTRO HISTÓRICO 51 – Capela de Nosso Senhor Bom Jesus do Bonfim (Zona 2) Praça do Bonfim, s/n Uso atual: religioso BAIRRO SENHOR DOS MONTES
CENTRO HISTÓRICO 52 – Igreja do Senhor Bom Jesus do Monte (Zona 1) Praça Eduardo Rodrigues Vale, s/n Uso atual: religioso
CENTRO HISTÓRICO 53 – Processo nº 013/02 (Zona 2) Cristo Redentor Rua Emílio Viegas s/n – Alto do Cristo (acervo da Prefeitura Municipal) Data de tombamento: 07 de março de 2002 Uso atual: monumento BAIRRO MATOSINHOS
CENTRO HISTÓRICO 54 – Estação Ferroviária Chagas Dória (Zona 6) Praça Chagas Dória, s/n (próprio federal)

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