São João del Rei – Igreja Matriz de Nossa Senhora do Pilar


Imagem: Iphan

A Igreja Matriz de Nossa Senhora do Pilar, em São João del Rei-MG, foi tombada por sua importância cultural.

IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional
Nome atribuído: Igreja Matriz de Nossa Senhora do Pilar
Outros Nomes: Matriz do Pilar; Catedral Basílica de Nossa Senhora do Pilar; Catedral de Nossa Senhora do Pilar
Localização: São João Del Rei-MG
Número do Processo: 404-T-
Livro do Tombo Belas Artes: Inscr. nº 328, de 29/11/1949
Observações: O tombamento inclui todo o seu acervo, de acordo com a Resolução do Conselho Consultivo da SPHAN, de 13/08/85, referente ao Processo Administrativo nº 13/85/SPHAN.

Descrição: A iniciativa de construção da atual Igreja Matriz de Nossa Senhora do Pilar foi tomada pela Irmandade do Santíssimo Sacramento, através de licença datada de 12 de setembro de 1721, com a finalidade de substituir a primitiva Capela do Pilar, edificada no Morro da Forca, incendiada alguns anos antes, durante a Guerra dos Emboabas. Reconstruída no mesmo local da primitiva capela, em setembro de 1732 já se achavam concluídas as paredes mestras, os portais, altares e capela-mor. No mesmo ano vieram da Corte, em Portugal, ouro em folha, gessos, óleos, tintas e mais aprestos destinados à capela-mor, além dos dois painéis a “Mesa do Senhor” e “O Senhor na Casa do Fariseu”, que lá se encontram.
Segundo consta, no mesmo período, faltava forrar a igreja, além da colocação de lâmpadas, torre e sinos. No ano de 1750, a edificação já se encontrava praticamente concluída e ornada, como se infere da descrição feita por José Alvares de Oliveira, em sua “História do Distrito do Rio das Velhas” escrita no mesmo ano. Em princípio do século XIX, a Irmandade decidiu ampliar o corpo da igreja, em função do crescimento da vila e, portanto, ao crescimento do número de fiéis. O risco do novo frontispício foi idealizado pelo mestre Manoel Victor de Jesus, no ano de 1817, em substituição à fachada projetada por Francisco de Lima Cerqueira. As obras somente tomaram impulso em 1824, por ocasião da chegada do novo vigário da Paróquia de São João del Rei, José Dias Custódio.
Entre os anos de 1850 a 1863, foram concluídos vários trabalhos da igreja, como o forro, assoalho, pintura do coro (1850/53), paredes da sacristia (1859), além do novo cemitério (1859/63). Não há referência documental sobre a época e autoria das obras de pintura da matriz. O forro da nave deve datar de princípios do século XIX, pois o viajante europeu John Luccock, quando esteve em São João del Rei, em 1817, descreveu-o com detalhes, dizendo ter sido recentemente pintado por um artista local, fazendo alusão também a outras pinturas também existentes na igreja.
O edifício é todo construído em alvenaria de pedra, dentro da linha neoclássica. É precedido por um pequeno adro pavimentado de pedra, acessível por escadaria e fechado por grades de ferro, com pilastras de cantaria e portão abrindo no eixo da porta central de entrada. A fachada é composta por cinco portas de entrada, sendo a central mais larga e mais alta, cinco janelas rasgadas ao nível do coro com balcões e guarda-corpo de ferro. Todos os vãos são em verga curva. O corpo central é enquadrado por pilastras que sobem até o enquadramento acima do qual assenta o frontão clássico triangular, em cujo tímpano encontra-se a figura em relevo do Cordeiro, sobre o livro dos sete selos. No vértice do tímpano eleva-se a cruz. As torres, de secção quadrada, possuem sineiras e sinos e a da esquerda um relógio colocado em 1905. São arrematadas por cúpulas em forma de pirâmide. Os coruchéus do portão e torres têm a forma de urnas.
Internamente, a nave é composta por magnífico conjunto de talha pintada e dourada. São seis altares, constituídos por rica talha barroca, com decoração fitomorfa, concheados, figuras de anjos, consolos e volutas, obedecendo ao mesmo padrão, embora com algumas diferenças. Os púlpitos colocados entre os altares laterais, são igualmente trabalhados em talha rica. O forro da nave, em arco abatido sobre a cimalha, apresenta pintura a têmpera composta por medalhão central, cercado por ornamentação barroca em concheados e enrolamentos, onde se vê a representação da Virgem com o Menino, ambos coroados, envoltos por nuvens e querubins. Sobre o muro-parapeito, que se desenvolve logo acima da cornija, encontram-se as figuras dos Doutores da Igreja.
A capela-mor é o ponto alto da igreja, sendo a decoração esculpida e dourada de grande riqueza. As paredes laterais são constituídas por duas grandes telas, vindas de Portugal em 1732, representando “A Última Ceia” e “Jesus em Casa de Simão”. Tratam-se de obras de caráter erudito, executadas dentro do espírito barroco. Apresentam rica moldura dourada e são ladeadas por pilastras esculpidas, de onde saem figuras de anjos aladas. O altar-mor apresenta colunas torsas e ornamentação profusa, com figuras de anjos e dominada pela imagem do Pai Eterno, a Pomba do Divino Espírito Santo, formando a Santíssima Trindade com o Crucificado no altar.
Sobre o trono do altar encontra-se a antiga imagem da padroeira. O forro da capela-mor é em forma de cúpula sobre pendentes, com as arestas marcadas por molduras trabalhadas e os panos da abóbada com painéis ornamentados. No cruzamento das arestas há uma grande rosácea esculpida e dourada.
Texto extraído de: Arquivo Museu Regional. SOUZA, Wladimir Alves de Guia dos Bens Tombados: Minas Gerais. 1984.
Fonte: Iphan.

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MAIS INFORMAÇÕES:
Patrimônio Espiritual
Patrimônio de Influência Portuguesa


2 comments

  1. Maria José V Marinho de Mattos |

    Bom dia, gostaria do e-mail de contato para consultar e ou obter cópia de certidões de familiares antepassados. Anos de 1823 e 1860.Gentileza enviarem o e-mail para que faça o contato. Possivelmente estão nos arquivos da Igreja.
    Maria José V. Marinho de Mattos.

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