Tauá – Cemitério do Cólera


Imagem: Google Street View

O Cemitério do Cólera guarda restos de túmulos das vítimas do cólera no período de 1862 a 1864, situada no Bairro Alto Nelândia, em Tauá-CE.

Prefeitura Municipal de Tauá-CE
Nome Atribuído: Área do antigo cemitério do cólera
Outros Nomes: Museu Memorial do Cólera
Localização: Bairro Alto Nelândia – a 400 m do Cemitério São Judas Tadeu – Tauá-CE
Processo de Tombamento: Processo Tombamento de nº 06/2006
Livro de Tombo Histórico: Inscrição n° 5

Descrição: A epidemia de cólera, que atingiu o Brasil a partir de 1855 e se espalhou por várias províncias, teria atingido o Ceará somente por volta de 1862. O desenrolar dessa doença pode ser acompanhado através do cruzamento de informações constantes nas correspondências, obituários e notícias publicadas nos periódicos fortalezenses, bem como na correspondência e ofícios trocados entre as Comissões de Socorros e o Governo da Província. Desta maneira, os caminhos do cólera no Ceará e em várias de suas localidades descortinam um cenário que evidencia a trágica realidade enfrentada pela população local, especialmente por aqueles comprovadamente indigentes.
[…]
Em março de 1862, temendo a chegada do cólera, a Câmara de São João do Príncipe [atual Tauá-CE] apressou-se em solicitar recursos ao Presidente da Província, “temendo que elle em sua marcha distruidora invada esta Villa, pois o terrível flagello – cholera-morbus – tendo apparecido no Rio do Peixe, Paraíba (…) d’alli se estendera até o Icó”.
No final do mês de abril, essa solicitação ainda não havia sido atendida, todavia, “chegando todos os dias aterradoras notícias do terrível cholera-morbus que vem a passos largos para este Termo”, o juiz de paz e o delegado convidaram “as pessoas mais graúdas desta Villa” para discutir medidas que pudessem impedir a entrada da doença e decidiu-se “cortar a communicação d’este Termo com os do Saboeiro e Telha”, para tanto aguardavam a aprovação por parte do Presidente da Província.
Fonte: Mayara de Almeida Lemos.

Descrição: Área do antigo cemitério do cólera, identificada por restos de túmulos das vítimas do cólera no período de 1862 a 1864, situada no Bairro Alto Nelândia, na sede do município.
Fonte: Prefeitura Municipal.

Histórico do município: Em 1708, Lourenço Alves Feitosa recebeu uma sesmaria situada nas ribeiras do rio Jucás, para o estabelecimento de uma fazenda. As sesmarias eram terras dadas pelos reis de Portugal para quem quisesse cultivá-las. Dez anos mais tarde, o capitão Luís Coelho Vital foi chamado para conquistar e povoar uma larga e extensa faixa de terra dentro daquela sesmaria, nos famosos Sertões dos Inhamuns.
Anos mais tarde, precisamente em 13 de março de 1724, Lourenço Alves Feitosa recebeu do atual dirigente da Capitania do Ceará Grande, Manuel François, mais três léguas de terras situadas nos caminhos dos Inhamuns. Nessa mesma época, eram concedidas diversas sesmarias, entre elas uma situada nas margens do rio Jaguaribe para o capitão Geraldo Monte, que se tornou inimigo de Lourenço Alves Feitosa, pela proximidade entre suas terras.
Durante muitos anos ocorreu uma terrível luta entre Monte e Feitosa, com a participação de diversas localidades, cujos nomes servem de exemplo para aquela fase: Riacho do Sangue, Trincheiras, Cruzes, Tropas, Emboscada. Após essa luta, diversas outras também aconteceram e foram importantes para a formação da sociedade local.
Foram prestadas diversas homenagens à comitiva pela população e, em cerimônia realizada com a presença de todos, foi lida a ata que erigia a povoação em Vila com a denominação de São João do Príncipe, a 03 de maio de 1802. A igreja na localidade foi instituída em 17 de agosto de 1852, sob a proteção de Nossa Senhora do Rosário, padroeira da cidade. A criação da comarca data de 1836, pela Lei Provincial no 52, de 25 de setembro.
[…]
Em 15 de setembro de 1956, o então governador Paulo Sarasate desmembrou do município de Tauá os distritos de Parambu e Cococi, criando uma nova unidade municipal com sede em Parambu. No ano seguinte, foi a vez do distrito de Arneiroz ser elevado à categoria de município. Significado do nome Tauá e dos Inhamuns Existem diversas interpretações diferentes para o significado da palavra Tauá.
Uma delas é “barro vermelho”, palavra indígena. Outra afirma que Tauá quer dizer Cidade Antiga, ou Aldeia Antiga. Podemos citar também: “barro amarelo”, “solo tipicamente laterizado” e “palmeira do Brasil”. A origem da palavra Inhamuns é de denominação indígena, tribo que habitava o alto sertão dos inhamuns – “Índios Jucás”.
Já José de Alencar diz que Inhamuns também quer dizer “Irmão do Diabo”. Primeiros habitantes da região Quando os colonizadores chegaram aos Inhamuns, já encontraram algumas tribos indígenas naquelas terras. Eles chamavam-se Jucás e Genipapos.
Os Jucás eram aldeados no Arneiroz e os Genipapos nas terras mais próximas da fronteira com o Piauí. Para demarcarem seu território e defender-se dos ataques inimigos, os Jucás construíram uma fortaleza no Saco do Coronzó, conhecida como as Muralhas Rochosas, que fica ao lado da Serra Grande.
Com a chegada dos colonizadores, as famílias que dominaram a região, inicialmente foram os acima citados Feitosa e Monte, representados por seus chefes: Lourenço Alves Feitosa e Geraldo Monte. Já foi citada a luta entre essas duas famílias, que foram pioneiras nessas terras.
Fonte: Prefeitura Municipal.

Escute áudios com a história de Tauá

MAIS INFORMAÇÕES:
Prefeitura Municipal
Mayara de Almeida Lemos


Deixe um Comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado.