São Paulo – Residência de Elias Pacheco Chaves


Imagem: Pugliesileticia

A Residência de Elias Pacheco Chaves é um sobrado construído em 1881 para abrigar a família do rico fazendeiro de café.  Em 1899, abrigou a sede da Prado Chaves & Cia. Ltda.

CONDEPHAAT – Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico
Nome atribuído:
 Residência de Elias Pacheco Chaves
Localização: R. São Bento, nº 189 a 197 – São Paulo-SP
Número do Processo: 20023/76
Resolução de Tombamento: Resolução 19, de 13/09/1983
Publicação do Diário Oficial: Poder Executivo – Seção I, 14/09/1983, p. 13
Livro do Tombo Histórico: Nº inscr. 211, p. 58, 17/10/1983
Descrição: Este sobrado foi construído em 1881 para abrigar a família de Elias Pacheco Chaves, rico fazendeiro de café que, em 1899, mudou-se para o Palácio dos Campos Elíseos e transformou a sua antiga residência em sede da empresa Prado Chaves & Cia. Ltda. Posteriormente, ao ser adquirida pela família Portella, foi sublocada a vários inquilinos. O edifício, um dos primeiros a utilizar alvenaria de tijolos, em estilo eclético, possui três pavimentos. O rico acabamento em seu interior ainda conserva os materiais originais, como a belíssima escada em madeira torneada e os pisos em taco, formando desenhos variados. Em 1885, o arquiteto italiano Cláudio Rossi refez o projeto de sua fachada, adotando o estilo neoclássico.
Fonte: Sílvia Ferreira Santos Wolff.

CONPRESP  – Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo
Nome atribuído:
Imóvel da Rua São Bento, 189, 195 e 197
Localização: R. São Bento, nº 189 a 197 – São Paulo-SP
Resolução de Tombamento: Resolução 05/91
Descrição: A residência possui portas com as iniciais “E e C” em suas bandeiras, em referência a Elias Pacheco Chaves. Esta característica, inclusive, foi repetida no Palácio Campos Elíseos.[5] O prédio constitui uma construção urbana da segunda metade do século XIX, relativa ao ciclo do café de São Paulo[3]. Foi um dos primeiros edifícios a serem construídos em alvenaria de tijolos de barro. Possui linhas neoclássicas típicas do ecletismo paulista iniciado no fim do século XIX, além de influências arquitetônicas trazidas pela Missão Francesa. Arquitetada para ser uma casa de alto padrão, dispõe de um pátio que possibilita a iluminação, e portanto, a higiene necessária a todos os cômodos – solução avançada para a época, que mantinha uma tipologia arquitetônica sem abertura para o exterior.
O pavimento térreo da residência, construída em 1881, era provavelmente dedicado à habitação de escravos e à cocheira. Lembrando que, apenas em 1888, o Senado do Império do Brasil aprovou a Lei Áurea, que extinguiu formalmente a escravidão no país.
O primeiro andar, por sua vez, servia à zona social da moradia, dispondo de diversas salas para uso variado e de um salão com varanda – todos ricamente decorados. [5]Porém, o Código de Posturas de 1875, além de regular a altura dos edifícios, estabelecia que portas e janelas fossem dispostas na parte interna da residência. Mas, como pode-se entender a partir da análise da arquiteta Silvia Finguerut, a obra em questão não obedecia ao Código.
O segundo pavimento servia à zona íntima de seus primeiros moradores. Com decoração mais simples em comparação aos outros andares. Apesar de terem sido utilizados materiais da mesma qualidade dos outros pavimentos, este possui uma decoração mais simplória. Mas a preocupação com a qualidade dos espaços é validada pela escada em forma helicoidal que dava acesso aos outros pavimentos, e acima dela, se via um lanternim – aberturas, dispostas na cobertura de edificações, que propiciam ventilação e iluminação naturais dos ambientes.
E por fim, a cobertura do prédio possui telhas do tipo francesa, acompanhadas de uma planta em “C” invertido, que comprova a modernidade da construção para época.
Após a residência ter sido transformada em escritório à Cia Prado & Chaves Ltda (1900), o edifício sofreu alterações para se adaptar a funcionalidade de um programa de escritórios de luxo. Tais mudanças foram: a construção de algumas paredes divisórias em todos os pavimentos, sendo o primeiro andar feito para criação de banheiro e cofre, e instalação de um elevador que daria acesso à diretoria no segundo pavimento.

Materiais utilizados no edifício:
– Paredes externas:
Tijolos de barro marcados por uma cruz de quatro pontas de igual tamanho em cor clara.[5]
– Pisos:
O hall de acesso ao primeiro pavimento é de ladrilho hidráulico com rebaixo ricos em cores, compondo desenhos geométricos complicados, é finalizado por uma barra composta de três ladrilhos que compõe outro desenho. Enquanto o primeiro pavimento é feito de assoalho de madeira com tábuas justaposta na diagonal, acabadas por tabeira reta e entremeadas por superfícies que compõe mosaicos nos quais a madeira é utilizada em tons e tamanhos diversos, que lembram o formato de estrelas.
A varanda tem piso em mármore branco e preto em lajes quadradas, colocadas alternadamente no sentido diagonal. Os cômodos de frente para rua São Bento terminam em balcões também revestidos em mármore branco, da soleira até a porta. E o segundo pavimento foi tabuado em todos os cômodos, salvo alguns que foram trocados por ladrilho cerâmico.
– Escadas:
A escada que ainda é mantida possui forma helicoidal, guarnecida em toda a extensão por corrimão de balaustrada de madeira e apoiada sobre parede de alvenaria. Enquanto a escada que tem início no térreo e dá acesso ao primeiro pavimento, é formada por dois lances de escada retos com uma, formando uma pequena curva para acompanhar a parede lateral.
– Forros:
O primeiro pavimento possui forros originais de estuque com aplicação de gesso pintado e trabalhado, totalmente pintados em diversas cores. No segundo pavimento, os forros são de madeira pintada do tipo saia e camisa e do tipo paulista. E a cúpula do lanternim e o forro do hall são, também, de estuque, porém, com acabamento liso apenas com um friso de gesso.
– Portas:
O primeiro pavimento possui portas de madeira, algumas possuem almofadas de cristal lapidado e outras de madeira pintada. Nas salas frontais, as portas são também de cristal lapidado, mas com motivos florais diversos. Todas estas possuem pés-direito encapados com folha de madeira pintadas, compondo um painel. Os batentes delas encontram-se marrons, apesar de o material original ser de outra cor. E uma das portas possui as iniciais “E e C”, que indica a autoria de seu primeiro proprietário, Elias Pacheco Chaves.
O segundo pavimento também dispõe de portas de madeira, com almofadas salientes e bandeiras de cristal liso. E a porta que dá acesso ao prédio é feita em madeira de lei, totalmente trabalhada em relevo, com bandeira em arco plano em ferro batido, e ombreiras em mármore.
– Janelas:
As janelas têm as folhas de vidro para o lado de fora e o escuro para dentro. Apresentam muro de apoio com parede de meio tijolo e parapeito em balanço na parte interna do cômodo. Enquanto nas salas frontais do segundo pavimento dispõe de porta-janelas com um guarda corpo de ferro batido com corrimão de madeira e soleira de mármore. E as do primeiro pavimento possuem balcões salientes também com guarda corpos.
– Mobiliário:
As únicas peças originais da época em que residiu Elias Pacheco Chaves são os armários embutidos na sala posterior.
Fonte: FINGUERUT, Silvia. Ex-companhia Prado Chaves. São Paulo: FAUUSP, 1980.

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ÁREA ENVOLTÓRIA

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Comentários

  1. roseclaire |

    Tenho sempre sonhos com a porta de entrada deste prédio e um dia passando na frente, na Rua São bento, me assustei quando percebi que essa porta existe. Atualmente, agosto de 2019, parece que o prédio está em reforma. Meu desejo é entrar neste prédio, então um dia no meu horário de almoço, pedi pra um funcionário deixar eu enfiar a cabeça ali na porta e olhar pra dentro e realmente vi o meu sonho ali, igualzinho ao que sonho sempre. Pode ser vidas passadas? quem sabe? Mas no meu sonho ali é um pub, algo aconchegante. Por que será que sempre esse lugar que eu nem conheço aparece nos meus sonhos? É lindo!!

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