Congonhas – Conjunto Arquitetônico e Urbanístico


Imagem: Iphan

O Conjunto Arquitetônico e Urbanístico de Congonhas-MG teve sua origem na mineração do ouro e, já no início do século XVIII.

IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional
Nome atribuído: Congonhas, MG: conjunto arquitetônico e urbanístico
Localização: Congonhas-MG
Número do Processo: 238-T-1941
Livro do Tombo Arqueológico, Etnográfico e Paisagístico: Inscr. nº 12, de 17/03/1941

Descrição: A exemplo de vários núcleos urbanos históricos mineiros, Congonhas teve sua origem na mineração do ouro e, já no início do século XVIII, o povoado era considerado um dos centros de mineração das Minas Gerais. A cidade foi originalmente implantada sobre dois morros opostos, entre os quais corre o rio Maranhão, antigo rio Congonhas.
Na área central, que corresponde ao núcleo de origem da antiga povoação, as praças existentes se resumem àquelas implantadas junto às igrejas: a praça da Matriz de Nossa Senhora da Conceição e a da Basílica do Senhor Bom Jesus de Matozinhos, situadas em lugar de destaque, em dois morros opostos, uma em frente à outra, e a capela de Nossa Senhora do Rosário, localizada à leste, também na mesma estrada. As ruas, caminhos estreitos e sinuosos, se organizavam de acordo com as condições topográficas mais favoráveis, como ligações entre esses pontos de interesse coletivo, sem intenção de ordenação geométrica.
Em meados do século XVIII, Congonhas já se revelava como intenso centro religioso, datando daquela época a construção da Matriz de Nossa Senhora da Conceição, capela de Nossa Senhora da Soledade, filiada inicialmente à Igreja de Ouro Branco, igreja de Nossa Senhora D’ajuda, no distrito do Alto Maranhão e a fundação do magnífico conjunto arquitetônico e escultórico do Santuário do Bom Jesus de Matozinhos, que transformou a cidade em centro de peregrinações religiosas. Ainda na arquitetura religiosa, cabe destacar a igreja do Rosário, a mais antiga, construída pelos escravos no início da formação do povoado e a igreja de São José, com talha neoclássica, construída em 1817.
Ao lado do patrimônio de arte religiosa, Congonhas conserva alguns bons exemplares da arquitetura civil. Deste acervo, a área mais expressiva está concentrada no chamado núcleo histórico que se desenvolveu no entorno ou ambiência do Santuário do Senhor Bom Jesus de Matozinhos, constituído por vias do início da povoação. Esta área é formada pelos conjuntos residenciais das rua Bom Jesus, Feliciano Mendes, Ouro Preto, rua do Aleijadinho, beco dos Canudos, rua Paulo Mendes e rua Dom Rodolfo. Ao longo destas ruas encontram-se casas compostas, na sua grande maioria, de um só pavimento ou um pavimento e porão, em partido retangular, cobertura em telha canal, datadas dos séculos XIX e XX, com alguns poucos exemplares remanescentes do século XVIII. O beco dos Canudos, formado por casas de propriedade da Irmandade do Senhor Bom Jesus, preserva a arquitetura característica do período colonial. A rua, em declive, apresenta calçamento do século XVIII, mantendo traçado e volumetria da época, com algumas alterações parciais. De um lado encontram-se as capelas dos Passos e do outro o casario, numa integração harmoniosa com o conjunto arquitetônico e escultórico do Santuário Bom Jesus e o panorama das Serras. Na praça do Santuário encontram-se os edifícios do Seminário e Colégio, construído no final do século XIX e do Hotel Colonial, datado de 1938 que, segundo a tradição local, teria sido construído para abrigar romeiros de maior poder aquisitivo e parentes dos seminaristas.
Cabe ainda mencionar o monumental conjunto da Romaria do Senhor Bom Jesus de Matozinhos, reconstruído em 1995, cujos remanescentes, os torreões e seu entorno, foram objeto de tombamento pelo IEPHA/MG, em 1981. A Estação da antiga Estrada de Ferro Central do Brasil e sua área de entorno constituem um conjunto de edificações representativas da arquitetura eclética do início do século. Nessa área, merece destaque a Praça Dr. Mário Rodrigues Pereira, local onde se situou o primeiro prédio da Prefeitura Municipal, constituindo-se hoje no local de manifestações políticas e culturais.
Congonhas possui um acervo arquitetônico e artístico representativo da evolução da arte civil e religiosa mineira. Além de testemunhar as construções e os programas decorativos do barroco mineiro, registra ainda as manifestações do ecletismo dos séculos XIX e XX. Todavia, seu legado maior é o conjunto arquitetônico e escultórico do Santuário do Senhor Bom Jesus do Matozinhos, que reúne o maior conjunto de arte colonial do país, sendo considerado a obra prima. do Aleijadinho.
Texto extraído de: IPHAN. 7ª DR. Congonhas. Uso e ocupação do solo nas Ambiências dos Monumentos Históricos. 1988.
Fonte: Iphan.

Prefeitura Municipal de Conceição do Mato Dentro-MG
Nome atribuído: Conjunto Arquitetônico e Urbanístico da Cidade de Congonhas (105 unidades)
Localização: Congonhas-MG
Resolução de Tombamento: Decreto Nº 5.222/2010

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