Rio de Janeiro – Mosteiro e Igreja de São Bento


Imagem: Secretaria de Estado de Cultura

O Mosteiro e a Igreja de São Bento, em Rio de Janeiro-RJ, foram tombados por sua importância cultural.

IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional
Nome atribuído: Mosteiro e Igreja de São Bento
Localização: R. Dom Gerardo, nº 68, Centro – Rio de Janeiro – RJ
Número do Processo: 9-T-1938
Livro do Tombo Histórico: Inscr. nº 85, de 15/07/1938
Livro do Tombo Belas Artes: Inscr. nº 178, de 15/07/1938

Descrição: Em um dos quatro outeiros que balizaram a cidade, vieram instalar-se, em 1586, os monges beneditinos. É do início do século XVII a primeira fase das obras do Mosteiro de São Bento e de sua igreja, devotada à Nossa Senhora do Montserrat. Apesar das consideráveis modificações e ampliações empreendidas no final do mesmo século, o conjunto ainda conserva, fundamentalmente, o caráter da edificação iniciada em 1617, sob o traço do Engenheiro-Mor Francisco de Frias da Mesquita. A partir de 1670, obras de grande porte foram realizadas sob a responsabilidade do Arquiteto Beneditino Frei Bernardo de São Bento; completou-se a quadra conventual, e a Igreja de uma nave, passou a ter, no térreo, capelas laterais intercomunicantes e tribunas no pavimento superior, em conseqüência da abertura de arcos nas paredes laterais.
Nas capelas laterais predominaram os tetos abobadados de alvenaria com arcos estruturais de cantaria e na nave da Igreja, tetos apainelados com fingimentos marmorizados. Desta fase são remanescentes os paramentos de pedra com desenhos de modenatura clássica das colunas monumentais da nave, bem como as pinturas do intradorso das abobadas das capelas laterais.
Na entrada do mosteiro existe um copiar, apoiado em duas colunas esguias de granito, tendo existido um outro simétrico, que foi demolido no início deste século para a construção do colégio. Foi reconstituído, e serve atualmente de entrada à casa de hospedaria, anexa a Igreja e ao Mosteiro.
Frei Domingos da Conceição, mestre entalhador e escultor, também beneditino, produziu as talhas que revestiam a capela-mor e o arco cruzeiro, substituídas em 1785 por outras de caráter rococó, do Mestre Inácio Ferreira Pinto. Da obra de Frei Domingos restou trecho do revestimento do arco cruzeiro, onde se lê a data “1694”. Ao mesmo Mestre deve-se ainda as portas principais da Igreja, imagens esculpidas de Nossa Senhora do Monteserrate, São Bento e Santa Escolástica, localizadas no altar-mor, grades e armários além do projeto das talhas de revestimentos de toda a nave e do altar da sacristia, executadas, após 1717, pelos Mestres Alexandre Machado Pereira, José da Conceição e Simão da Cunha.
As talhas primitivas da capela-mor e do arco-cruzeiro foram desmanchadas em 1785 e refeitas por mestre Inácio Ferreira Pinto com feição rococó, mas utilizando três imagens originais de Frei Domingos, um dos painéis do teto e das ilhargas, pintadas por Frei Ricardo do Pilar, ainda no século XVII, assim como parte da talha antiga do cruzeiro, inclusive as colunas torças datadas nas bases de 1694. À frente da capela-mor localizam-se dois grandes lampadários de prata feitos segundo risco de Mestre Valentim.
As talhas das capelas laterais, feitas a partir de 1747, de autoria desconhecida, têm caráter de transição entre o barroco e o rococó. Entre 1795 e 1800, foi construída e decorada com talha a grande capela do Santíssimo Sacramento, obra também de autor desconhecido que a executou com caráter rococó. São notáveis, ainda, não só a coleção de pinturas do final do século XVII e princípio do século XVIII, entre as quais se incluem obras de Frei Ricardo do Pilar como o Senhor dos Martírios, localizado no altar da sacristia e os painéis da capela-mor realizados de 1669 a 1684 mas também a prataria, com várias peças do século XVII, os extraordinários lampadários da capela mor, cujo risco tem sido atribuído ao Mestre Valentim.
Na sacristia também se encontram as sanefas e as molduras rococós atribuídas a Inácio Ferreira Pinto; os imensos arcazes, o chafariz de mármore, assim como os armários e escaninhos, de tremidos, obra de Frei Domingos da Conceição.
O mosteiro de arquitetura muito sóbria, apresenta alguns ambientes notáveis, a portaria e a escada nobre que dela sai, com barras de azulejos portugueses, dos mais antigos do Rio; as galerias, o refeitório; as adegas, as salas da comunidade; a antiga biblioteca; e principal mente a Capela Abacial, capela das relíquias. Nesta se encontram duas telas notáveis de José de Oliveira Rosa, a talha, ainda anônima, constitui obra-prima dentre as talhas de feição rococó do Rio de Janeiro.
O claustro interno do mosteiro foi reformado em 1743, segundo risco do Brigadeiro José Fernandes Pinto Alpoim. O acervo de arte do Mosteiro é muito rico e valioso, com coleções de pintura, inclusive de retratos coloniais; as imagens, o mobiliário, a prataria, assim como o arquivo e a imensa biblioteca especializada.
Observações: O tombamento inclui todo o seu acervo, de acordo com a Resolução do Conselho Consultivo da SPHAN, de 13/08/85, referente ao Processo Administrativo nº 13/85/SPHAN.
Fonte: Iphan.

FOTOS:

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MAIS INFORMAÇÕES:
Secretaria de Estado de Cultura
Site da instituição
Oliveira; Justiano v1
Oliveira; Justiano v3, p. 11
Wikipedia


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