Manaus – Ponte Benjamin Constant


Imagem: IDD

A Ponte Benjamin Constant, em Manaus-AM, foi tombada por sua importância cultural.

CEDPHA – Conselho Estadual de Defesa do Patrimônio Histórico e Artístico do Amazonas
Nome Atribuído: Ponte Benjamin Constant
Localização: Av. Sete de Setembro, s/n – Centro – Manaus-AM
Processo de Tombamento: Decreto Nº 11.199, de 14/06/1988

Prefeitura Municipal de Manaus-AM
Nome atribuído: Centro Antigo de Manaus e Sítio Histórico de Manaus
Localização: Centro – Manaus-AM
Decreto de Tombamento: Lei Orgânica do Município de Manaus, de 05/04/1990 – Art. 342

Descrição: A Manaus que conhecemos hoje somente se tornou possível, porque, nos últimos três séculos, a execução de obras de engenharia, de variados tipos, possibilitou que o espaço urbano da Capital fosse alterado. É o caso das pontes, imprescindíveis para o processo de urbanização da Cidade.
Nossa Capital sempre foi entrecortada por centenas de igarapés e, àquele tempo, o acesso entre as suas áreas era possível apenas por meio fluvial, em pequenas embarcações como catraias e canoas. Para dinamizar o deslocamento dos moradores entre os bairros, foram construídas pontes de madeira as quais, constantemente, precisavam ser recuperadas.
Na Planta da Cidade da Barra do Rio Negro, de 1844, levantada por Raphael Lopes Anjo, já aparecem três pontes: uma sobre o igarapé do Espírito Santo, ligando o bairro homônimo ao República; outra sobre o igarapé de São Vicente, entre o bairro de mesmo nome e o Espírito Santo, e a última, sobre o igarapé dos Remédios, entre os bairros Remédios e República.
Três décadas mais tarde, de acordo com a Planta da Cidade de Manáos, de 1879, já era cinco o número de construções deste tipo em Manaus. Além das três citadas anteriormente, já aparecem, também, a Ponte da Imperatriz, segunda a ser construída para ligar os bairros Espírito Santo e República e que dava de frente para a praça da Imperatriz (ver Capítulo Praças), e o pontilhão do Aterro, sobre o igarapé dos Remédios, entre as antigas ruas Brasileira e Miranda Reis, trecho hoje compreendido pela confluência das avenidas Sete de Setembro, Getúlio Vargas e Floriano Peixoto.
No início da década de 80 do século XIX, mais quatro importantes pontes foram construídas pelo Poder Público: duas de madeira, na rua Municipal, atual avenida Sete de Setembro, sobre os igarapés de Manaus e de Bittencourt e que, mais tarde, foram substituídas pelas Pontes Romanas; uma outra, também de madeira, chamada Ponte da Glória, e a quarta, de ferro, que substituiu a antiga Ponte dos Remédios.
Aliás, no que se refere às pontes dos Remédios e da Glória, o fato de ambas terem sido construídas sobre o mesmo igarapé dos Remédios – e, diga-se de passagem, bem próximas – possibilitou, em determinado momento, que se confundisse uma com a outra.
Entretanto, a Ponte da Glória teve sua construção iniciada em 1881 e era assim conhecida devido ao nome da rua em que ela iniciava, atual rua Quintino Bocaiúva. Sua conclusão deu-se em 5 de novembro de 1882 (PARANAGUÁ, 1883).
Quanto à Ponte dos Remédios, esta é uma daquelas três primeiras que foram construídas na primeira metade do século XIX. Após ter sido reformada várias vezes ao longo dos anos, a administração provincial decidiu substituir a primitiva ponte de madeira por outra de estrutura metálica.
Em 7 de dezembro de 1880, o então presidente da Província, Satyro Dias, firmou contrato com Martin & Backus para executar as obras de alvenaria dos encontros e muros dessa nova ponte, serviço encerrado em 4 de junho de 1881.
A ponte de ferro dos Remédios – cuja planta é de autoria de Alexandre Haag e executada pelo engenheiro inglês Charles Brisbin – foi concluída em 23 de dezembro de 1881, mas, sua pintura seria realizada somente dois anos depois. Foi desmontada no final do século XIX.
Assim como a dos Remédios, a partir da década seguinte, muitas das pontes citadas anteriormente foram removidas devido ao aterramento de alguns igarapés da Cidade. É o caso das pontes do Espírito Santo, da Imperatriz, do Aterro e da Glória, que perderam a utilidade com o aterramento dos igarapés do Espírito Santo, que deu lugar à avenida Eduardo Ribeiro, e dos Remédios, substituído pela avenida Floriano Peixoto.
Em igarapés como o de Manaus e o do Bittencourt, realizou- se apenas a troca das pontes de madeira por outras em concreto, que ainda existem até os dias de hoje, mesmo após os igarapés terem sido aterrados recentemente.
Vale ressaltar, também, que foi nesse mesmo período que se construíram as primeiras grandes pontes, consideradas como obras de arte, as quais existem até os dias de hoje na Cidade e cujas informações históricas mais importantes serão apresentadas mais à frente.
Decorrido mais de um século da construção das primitivas pontes de madeira, Manaus possui, atualmente, acima de trezentas pontes, das quais, entre as que possuem denominação oficial, podem ser citadas as pontes Professor Ignácio de Oliveira Magalhães, que interliga os bairros São Jorge e Santo Antônio; Isaac Sabbá, que fica na avenida Leonardo Malcher, Centro, e Engenheiro Villar Câmara, situada no igarapé da Cachoeira Grande do Tarumã.
As 17 pontes que serão descritas neste Capítulo foram agrupadas por área geográfica, como forma de melhor visualizar o crescimento de Manaus, à exceção das quatro primeiras, que foram reunidas por terem suas construções iniciadas durante o governo de Eduardo Ribeiro (1892-1896).
Ao final dessa parte, há um pequeno destaque para a construção da ponte sobre o rio Negro, obra que irá justificar a existência da Região Metropolitana de Manaus e impulsionará o desenvolvimento econômico, principalmente, dos municípios de Iranduba, Novo Airão e Manacapuru.
Fonte: IDD.

Descrição: Situada na avenida Sete de Setembro, essa ponte de ferro foi construída sobre o igarapé do Mestre Chico e serve de ligação entre os bairros Centro e Cachoeirinha. Sua construção foi iniciada em 1893 e o responsável pela obra foi o engenheiro inglês Frank Hirst Hebblethwaite. No ano seguinte, os pilares de alvenaria já estavam prontos para receber a estrutura metálica que a compõe, cujas peças foram fabricadas pela indústria inglesa Dorman Long & Company Limited – empresa que existe até os dias atuais.
Inaugurada no dia 7 de setembro de 1895, ela foi denominada Ponte Benjamin Constant pelo Decreto 3, de 4 de julho de 1896, de autoria do então superintendente municipal Raimundo Afonso de Carvalho, em homenagem a Benjamin Constant Botelho de Magalhães, que havia sido professor do governador Eduardo Ribeiro na Escola Militar/RJ e ativista do movimento de Proclamação da República.
Além da nomenclatura oficial, ela também ficou conhecida como Ponte da Cachoeirinha, em referência ao bairro de mesmo nome; Ponte Metálica, em razão de sua estrutura, e Terceira Ponte, devido estar localizada após as duas primeiras pontes da avenida Sete de Setembro.
A Ponte Benjamin Constant recebeu, inicialmente, calçamento em paralelepípedos de madeira, depois, substituídos pelos de granito, mais resistentes que os primeiros. Em 1926, foi pavimentada a macadame – mistura à base de pedra britada aglutinada e comprimida.
Por mais de quatro décadas essa Ponte recebeu, apenas, pequenos reparos em sua estrutura. A primeira grande reforma somente seria executada, entre os anos de 1936 e 1939, durante a administração do prefeito Antônio Maia. Uma segunda recuperação aconteceria na década de 60, sob a responsabilidade da Companhia Siderúrgica Nacional – CSN, em parceira com o Departamento de Estradas e Rodagem do Amazonas – DER-Am. Foi reinaugurada em 24 de dezembro 1969 com a presença do então governador Danilo Areosa.
Após ter sido repassada ao Município, o prefeito Jorge Teixeira contratou, em 1975, a empresa Idecore para a execução dos serviços de raspagem, lavagem e pintura da estrutura dessa Ponte, que, três anos depois, foi reformada outra vez.
Em 1987, durante a administração estadual de Gilberto Mestrinho, realizou-se outra recuperação dessa Ponte. No ano seguinte, a Benjamin Constant foi tombada como Monumento Histórico do Estado (Decreto 11.199, de 14 de junho de 1988).
Sem reforma há quase vinte anos, em 25 de janeiro de 2005 a Ponte Metálica foi interditada para o tráfego de veículos pesados em razão do risco de desmoronamento de sua estrutura centenária. Dois anos depois, o Governo do Estado iniciou sua restauração, como parte das obras do Programa Social e Ambiental dos Igarapés de Manaus – Prosamim. A Empresa de Construção Civil e Elétrica Ltda. – Econcel foi a responsável pela execução da obra, que além de recursos estaduais, contou com recursos do Governo Federal e do Banco Interamericano de Desenvolvimento – BID.
Com 113 anos de existência, a Ponte Benjamin Constant – que possui 161 metros de comprimento e 10,50 metros de largura, dois vãos de vinte metros, dois de trinta metros e um de sessenta metros – foi reinaugurada em 25 de setembro de 2008, junto com a primeira etapa do Largo do Mestre Chico.
A Ponte teve sua estrutura reforçada para suportar o tráfego de veículos que é intenso naquela avenida, no entanto, foram mantidas suas características originais.
Também recebeu nova pintura, com seis camadas de tinta, e iluminação computadorizada, com 1.300 luminárias, cujo projeto é assinado por Peter Gasper, cenógrafo alemão que foi o responsável pela iluminação do Congresso Nacional e do Palácio da Alvorada, em Brasília/DF.
Fonte: IDD.

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