Matias Barbosa – Folia de Reis Estrela do Oriente
A Folia de Reis Estrela do Oriente foi registrada pela Prefeitura Municipal de Matias Barbosa-MG por sua importância cultural para a cidade.
IEPHA – Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico
Nome atribuído: As Folias de Minas
Outros Nomes: Folias de Reis
Localização: Estado de Minas Gerais
Resolução de Tombamento: 06/01/2017
Número do cadastro no IEPHA: 572
Lista das Folias de Minas (dezembro 2020)
CONJUNTO:
Minas Gerais – As Folias de Minas
Prefeitura Municipal de Matias Barbosa-MG
COMPAC – Conselho Municipal do Patrimônio Cultural
Nome atribuído: Folia de Reis Estrela do Oriente
Localização: Matias Barbosa-MG
Decreto de Tombamento: Decreto n° 1640/2011
Livro de Registro das Celebrações
Descrição: Também denominadas ternos ou companhias, as folias são manifestações culturais-religiosas cujos grupos se estruturam a partir de sua devoção aos santos como: Reis Magos, Divino Espírito Santo, São Sebastião, São Benedito, Nossa Senhora da Conceição, entre outros. Geralmente, são formados por cantadores e tocadores, podendo apresentar personagens, como reis, palhaços e bastiões, que visitam casas de devotos distribuindo bênçãos e recolhendo donativos para variados fins. Apresentam características regionais e as indumentárias variam de grupo para grupo, podem ser encontrados foliões que utilizam trajes militares, vestes de palhaço, máscaras ou roupas comuns. Os instrumentos que conduzem os cantos são as violas, violão, cavaquinho, pandeiro, bumbos, sanfona e caixas. Possuem como principal elemento simbólico a bandeira e organizam-se a partir de ritos, como o giro ou jornada, encontros, festas e cumprimento de promessas.
A tradição, de origem ibérica, faz parte das celebrações mais antigas e difundidas no estado de Minas Gerais e no Brasil, e, ao longo dos anos, foi se tornando um componente de considerável importância na construção do imaginário, identidade e memória individual e coletiva dos mineiros. As Folias reúnem em torno de si diversas práticas culturais, saberes, formas de expressão, ritos e celebrações, representando uma parte importante do patrimônio cultural mineiro.
Fonte: Iepha.
Histórico do município: O município de Matias Barbosa originou-se de “uma sesmaria de uma légua de testada por três de sertão, às margens do rio Paraibuna, entre as roças de Simão Pereira e Antônio de Araújo, concedida a Mathias Barboza da Silva em 1709”, considerada uma das mais antigas da Zona da Mata Mineira, coincidindo com o mesmo ano da abertura oficial do Caminho Novo. Tal caminho era considerado mais curto, porém menos freqüentado por ser muito escabroso e deserto, mas aos poucos o fluxo das tropas foi aumentando. O Registro de Matias Barbosa foi o centro de convergência de toda a atividade do Caminho Novo, barreira onde se pagavam direitos sobre o ouro e os diamantes vindos da região mineradora, enormes quantidades desses preciosos minerais passavam por esse lugar.
Com a morte de Mathias Barboza da Silva, sua sesmaria foi vendida ao Coronel Manuel do Valle Amado, em meados do século XVIII, na Fazenda de Nossa Senhora da Conceição do Registro do Caminho Novo foi erigido o Registro de Matias Barbosa, sendo o mais complexo e exigente, isto é, uma verdadeira alfândega, que controlava a passagem dos tropeiros, forasteiros e outras pessoas, além da circulação de mercadorias e o pagamento dos diversos impostos à Coroa Portuguesa. O Coronel Manuel do Valle Amado foi também comandante da Patrulha do Caminho Novo da Estrada Real e chefe do Alferes Joaquim José da Silva Xavier – o Tiradentes.
A Capela de Nossa Senhora do Registro do Caminho Novo (Patrimônio Nacional), atualmente Capela do Rosário, tornou-se referência para os viajantes, no interior da capela existe um alçapão que dá acesso ao túnel misterioso, o qual não se sabe ao certo sua origem. Um pouco fora da rota dos marcos, mas na mesma região, Vale do rio Paraibuna, é possível encontrar a trilha, que vinha da Fazenda do Marmelo, em Juiz de Fora, essa trilha contornava o Morro do Marmelo e o Morro dos Arrependidos (mais um mistério envolvido no Caminho Novo), sendo estes morros duas referências naturais.
Com a independência do Brasil, em 1822, o Registro passou a funcionar como Alfândega e, em seu entorno, desenvolveu-se um pequeno arraial. Porém a ocupação da antiga sesmaria de Mathias Barboza ocorreu a partir de meados do século XIX em diante, com o advento da lavoura cafeeira. Nesta época, chegaram os imigrantes, em grande parte italianos que se somaram aos negros, formando assim um povo singular de grande manifestação cultural.
O povoado viu de perto a construção da primeira estrada macadanizada da América do Sul, a União & Indústria, tendo em Matias Barbosa uma Estação onde se trocava os animais das diligências e carroças. As diligências conhecidas como MAZEPA, conduziam quatorze passageiros, acrescidos do cocheiro e do condutor, eram puxadas por quatro mulas. De Matias Barbosa, a caminho de Juiz de Fora, atravessava-se uma pequena ponte de madeira sobre o rio Paraibuna, chamada de Zamba.
O povoado cresceu e já era vila quando no ano de 1875 os primeiros trilhos da Estrada de Ferro D. Pedro II chegaram por aqui. O núcleo urbano se alterou, passando a se fixar próximo à estação. Pouco depois da Estação, no sentido Juiz de Fora, encontra-se a “Ponte do Arco”, representante de uma engenharia arrojada de outros tempos, com a forma de um arco, sua edificação em pedra nos permite contemplar a beleza de tal construção em prol do progresso, na parte inferior passa uma estrada e um riacho enquanto lá em cima os trilhos cortam a paisagem.
Fonte: Prefeitura Municipal.
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Iepha