Alcântara – Conjunto Arquitetônico e Urbanístico


Imagem: JLPizzol

O Conjunto Arquitetônico e Urbanístico de Alcântara-MA foi fundada com o nome de Tapuitapera, por volta de 1621. Sua economia chegou a rivalizar com a de São Luís.

IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional
Nome atribuído: Alcântara, MA: conjunto arquitetônico e urbanístico
Localização: Alcântara-MA
Número do Processo: 390-T-1948
Livro do Tombo Arqueológico, Etnográfico e Paisagístico: Inscr. nº 67, de 10/10/1974
Livro do Tombo Histórico: Inscr. nº 254, de 29/12/1948
Livro do Tombo Belas Artes: Inscr. nº 521, de 10/10/1974

Observações: O Conjunto arquitetônico de Alcântara foi erigido em Monumento Nacional, determinado pelo Decreto nº 26.077, de 22/12/48.
Fonte: Iphan.

Governo do Estado do Maranhão
SPPHAP – Superintendência de Proteção ao Patrimônio Histórico, Artístico e Paisagístico do Maranhão

Nome Atribuído: Sítio Histórico de Alcântara
Localização: Alcântara-MA
Tipo de bem tombado: Conjunto Arquitetônico e Paisagístico
Resolução de Tombamento: Decreto estadual n° 11.683, de 29/11/1990, publicado no Diário Oficial de 30/11/1990.
Inscrição no Livro Tombo: Inscrição n° 60, folha n° 13, em 04/12/1990.

Descrição: Em 1621, devido à importância econômica e estratégica da região maranhense, a Coroa Portuguesa criou o Estado Colonial do Maranhão, composto das capitanias independentes do Maranhão e Grão-Pará. Alcântara, ainda sob o topônimo de Tapuitapera, nessa época já iniciava sua colonização. Com o passar do tempo, a economia alcantarense adquiriu tamanho desenvolvimento que a nobreza da região chegou a rivalizar com a de São Luís. No final do século XVIII, a cidade contava com uma população de 400 habitantes, atendidos por uma Casa de Misericórdia, ao passo que São Luís, sede do Estado, contava com pouco mais de 1000 moradores. Do final do século XVIII até meados do XIX, Alcântara manteve sua posição de predomínio. Os descendentes dos abastados senhores da burguesia rural eram enviados a Coimbra e a outros centros universitários europeus, daí resultando a grande influência européia na região. Com o desenvolvimento dos povoados integrantes da capitania de Cumã, sediada em Alcântara, teve início o declínio socieconômico da cidade, que mais se acentuou com a abolição da escravatura. Daí em diante, a cidade entrou num processo de declínio irreversível, permanecendo, hoje, apenas como testemunho do período áureo, o acervo arquitetônico de valor inconteste.

A cidade foi tombada em 1948 e, da época áurea, restam alguns monumentos como: a Capela de Nossa Senhora do Desterro – a Igreja do Desterro, atual Igreja São José, nome do padroeiro primitivo – que está situada na parte mais antiga da cidade. Não se sabe a data exata de sua edificação mas, segundo Cesar Marques, foi o primeiro templo do Maranhão. Inicialmente, era uma simples palhoça perto do mar e a poucos passos da cidade. Em 1641, com a invasão holandesa, a cidade foi destruída e a imagem de N. Sra. do Desterro despedaçada. O altar mor é de talha germânica. Em 1654, o templo foi reconstruído ficando pra trás a ideia dos frades Marcos e Cerveira de edificar naquele lugar o Convento de N. Sra. das Mercês. Foi reedificada por José de Lé, um morador da região, sob a invocação de São José, sendo as obras concluídas por Antonio Furtado de Queixó, depois de sua morte. Em 1865, o seu péssimo estado de conservação levou a Câmara Municipal a propor sua remoção e a construção de uma praça e um mercado de peixe. Reconhecido o seu valor histórico, em 1869 estava completamente restaurada. Em 1942, novamente em ruínas, a imagem de São José foi recolhida à Catedral e as demais abrigadas na Igreja de N. Sra. do Rosário. A igreja foi, então, restaurada pelo Cônego Frederico Pires Chaves, seu vigário, e reaberta aos fiéis. Em 1954, a diretoria do Patrimônio Histórico realizou obras de consolidação e preservação. Em 1978, acontecem novas obras de restauro.

IGREJA DE N. SRA. DO ROSÁRIO DOS PRETOS: a irmandade de N. Sra. dos Pretos obteve licença do governador para erguer sua própria igreja em 1781. Construída por negros, ficou pronta em 1803. Localizado no bairro Caravela, o templo é modesto, com frontão triangular curvilíneo que é aparentemente desproporcional ao corpo da igreja. A parte interna foi restaurada nos anos 80 pela Fundação Cultural do Maranhão.

RUÍNAS DA IGREJA MATRIZ DE SÃO MATIAS: localizada na Praça da Matriz , sabe-se apenas que em 1869 foi nomeada uma comissão a mando do presidente da província, para concluir a obra. Resta a fachada principal, vestígios do campanário e das paredes laterais em alvenaria de pedra e cal.

IGREJA E CONVENTO DO CARMO: o convento e a igreja foram fundados em 1646 e 1665, respectivamente, pelos irmãos da ordem dos Carmelitas Calçados. Em 1865, o conjunto foi restaurado por ordem provincial. A capela foi continuamente cuidada ao longo do tempo, fazendo parte das tradicionais manifestações da Festa do Divino Espírito Santo. O altar-mor é de madeira, todo revestido a ouro em folha e com pintura da época. Representa a arte barroca brasileira, mas um barroco evoluído por não usar o vocabulário rococó. O resultado é a limpeza de composição em substituição a sobrecarga ornamental das anteriores.Também encontramos duas preciosas portas, uma que dá acesso ao adro, e outra que servia só ao convento com escudos talhados. Os púlpitos que decoram o seu interior, são de estilo Joanino e a pia da sacristia, em pedra de lioz, do século XVII, com tratamento erudito dos ornamentos, foi importada de Portugal. O convento ficou abandonado a partir de 1890, quando a Ordem Carmelitana foi despojada de todos os seus bens no Maranhão, com a morte de seu derradeiro monge. Nos tempos coloniais, foi transformado em quartel e fortaleza pela Força portuguesa. Hoje o convento se encontra em ruínas, restando apenas muros e escombros.

RUA DO JACARÉ: ladeira que vai dar na praia, composta por pedras cabeça-de-negro e de cantaria. Essas pedras são chamadas de pedras de jacaré, a preta é irregular e rugosa e a de cantaria é irregular, polida pelo tempo, sendo encontrada em abundância. A pedra de cantaria é usada também nas soleiras das portas das casas da referida rua.

CAVALO DE TRÓIA: é o mais alto solar de Alcântara. Foi construído pelo seu primeiro proprietário, o português Chico Taipa, que elogiava sua casa fazendo constantes referências ao cavalo de madeira da Guerra de Tróia. No Arquivo da 3ª SR existe um desenho da planta da casa e fotos.

FONTE DE PEDRA (DAS PEDRAS): foi edificada pelos franceses, em 1613, para abastecer a população. O monumento tem grande valor histórico e artístico apesar de mutilado. Em pedra preta, apresenta frontão triangular, encimado por uma pedra cabeça-de-negro, tem formas arredondadas e murada na parte central. A bica original desapareceu e a água, atualmente, é retirada com o auxílio de vasilhas. Na parte posterior esquerda há uma cacimba de pedra. No Arquivo da 3ª SR existem poucas fotos.

FONTE DO MIRITIVA (MIRITITINA): a fonte é anterior a 1747 e foi construída pelo donatário Antonio Coelho de Carvalho para abastecer a cidade, além de sua água possuir propriedades terapêuticas. É composta de três mananciais que, por canalização, convergem para a caixa d’água, jorrando em três poços. No Arquivo da 3ª SR existem fotos de 1939.

FORTE DE SÃO SEBASTIÃO: foi construído em 1763, pelo Governador Gonçalo Pereira Lobato e Sousa. Com a edificação do forte a região poderia ser elevada à cidadela, mas isso não aconteceu e, em 1797, estava em ruínas. Algumas de suas nove peças originais são vistas no local.

PASSOS: foram construídos no século XVI, na Rua da Amargura, para a representação da Páscoa em Alcântara. Eram cinco passos.

CONJUNTO:
Alcântara – Casa de Câmara e Cadeia

FOTOS:

VÍDEO:

Fonte: TV Brasil.

MAIS INFORMAÇÕES:
Wikipedia
Iphan
Iphan
Iphan
Monumenta, p. 102
Patrimônio de Influência Portuguesa


2 comments

    1. Equipe iPatrimônio |

      Prezada,
      Sim. É o que consta nas informações do Iphan.
      Atenciosamente,
      Equipe iPatrimônio

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