Alhandra – Igreja Matriz de Nossa Senhora da Assunção


Imagem: Google Street View

A Igreja Matriz de Nossa Senhora da Assunção, em Alhandra-PB, foi tombada por sua importância cultural para o Estado da Paraíba.

IPHAEP – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado da Paraíba
Nome Atribuído: Igreja Matriz de Nossa Senhora da Assunção
Localização: R. Nossa Sra. da Assunção, n° 46 – Alhandra-PB
Decreto de Tombamento: Decreto n° 25.097, de 15/06/2004

Histórico do município: Em 1574, por um Decreto Real, a Paraíba foi desmembrada de Itamaracá, sendo criada a Capitania Real da Paraíba, cujos limites iam do rio Abiaí à Baia da Traição (SILVEIRA, 1999). A conquista da Paraíba só foi consolidada em 1585, com a fundação da cidade de Nossa Senhora das Neves (atual João Pessoa), depois de onze anos de expedições e inúmeras batalhas sangrentas entre colonizadores e os nativos locais. Os Potiguaras aliados dos franceses não facilitaram em nada a ação dos colonizadores portugueses nessas terras. O ato considerado fundante da Paraíba foi uma aliança celebrada entre os portugueses e os Índios Tabajaras, cujos personagens conhecidos desse fato são João Tavares e Piragibe.
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Nesse sentido, a cultura indígena era vista como algo que precisava ser superado pelo ideário católico, tendo nos jesuítas os primeiros padres missionários a estarem na Paraíba. Segundo Wilson Seixas (1979), os padres jesuítas Simão Travassos, Jerônimo Machado e Baltazar Lopes fundaram residência na região, dando inicio as práticas que se ocupavam na catequese dos índios situados nas aldeias tanto do litoral quanto do sertão. Com a chegada dos franciscanos, que também passaram a se ocupar com os serviços de catequização das aldeias, vieram os conflitos. Os jesuítas acabaram sendo expulsos da Capitania, em 1593, pelo então governador da Paraíba Feliciano Coelho de Carvalho, restando aos franciscanos todo o trabalho missionário da região.
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A aldeia missionária de Alhandra, ao que parece, sempre recebia novos índios, trazidos de outras partes da Paraíba, principalmente do interior (sertão). Tal fato pode ser percebido quando nos deparamos com os dados: em 1804, Alhandra tinha cerca de 766 índios, no ano seguinte ela já apresentava 1.372 (MEDEIROS, 1999). Segundo Maria do Céu Medeiros, essa faceta dos colonizadores possibilitava a concentração de mão-de-obra indígena, o que se fazia necessário na produção do litoral canavieiro (o sertão paraibano era um território relegado pelo interesse dos colonizadores), na construção de obras públicas, nas lavouras e engenho, enfatizando o índio como um “produto” cobiçado pelas nações. Alhandra era, então, um espaço propício de índios para o trabalho, provindos muitas vezes do sertão, predispostos aos mandos e desmandos das autoridades coloniais.
Daí a aldeia missionária ser de extrema importância para os colonizadores europeus, pois tiravam os índios de seu território e levavam para um lugar estratégico, propiciado pelas missões. Estas ações de isolamento e controle dos índios eram bem sucedidas, servindo na pacificação dos índios. A importância da missão indígena de Alhandra foi enfática, pois uma vez a capela construída, a cidade logo foi elevada a Freguesia de Nossa Senhora da Assunção (1749), sendo a segunda freguesia a ser criada na Paraíba. A freguesia de Alhandra era ligada à diocese de Olinda. Após a criação da freguesia, em 1758, o reduto indígena foi tornado vila: “…Em virtude da Carta Régia de 14 de Setembro e Alvará desta data, é elevada a categoria de villa a aldeia de Arataguy, com o nome de Alhandra.” (PINTO. 1977, p. 158).
Em 1758 se torna a primeira vila da Paraíba, sendo apenas instalada em 1765. Após Alhandra se seguiram quatro vilas, a de Pilar (1758), a de São Miguel da Baía da Traição (1762), a de Monte-Mor da Preguiça (atual Rio Tinto em 1762) e a de Jacoca, (atual Conde em 1768). Todas elas fundadas a partir de aldeias indígenas. Percebe-se que todas foram criadas em um curto espaço de tempo, e todas além de serem aldeias indígenas, ficavam também na faixa litorânea. O que nos demonstra um maior controle indígena. Na medida em que Alhandra deixa de ser uma simples aldeia missionária e passa a ser vila, ela deixa de ter apenas as autoridades religiosas, e passa a ter um controle das autoridades civis. Nesse sentido o índio deixa de obedecer ao padre e passa a obedecer ao capitão-mor e ao capitão dos índios e as demais autoridades civis locais.
Alhandra não era, portanto, um lugar de grande expressão, era um pequeno lugarejo. Consta que por volta de 1774, possuía cerca de 620 construções e 1089 habitantes, isso é mais do que a população de Jacoca que, no mesmo ano possuía 445 construções e 744 habitantes. Mas se comparada a Pombal que foi elevada a vila depois, no mesmo ano de 1774 já tinha 2451 construções e 5422 habitantes (SILVEIRA, 1999. p. 33). Contudo a maior razão por ter sido Alhandra a primeira vila foi por certo os índios. […]
Fonte: Prefeitura Municipal.
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