Araruna – Antigo Mercado Público


Imagem: Prefeitura Municipal

O Antigo Mercado Público, em Araruna-PB, foi tombado por sua importância cultural para o Estado da Paraíba.

IPHAEP – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado da Paraíba
Nome Atribuído: Antigo Mercado Público
Lozalização: Av. Fausto Hermínio de Araújo, n° 60-88 – Araruna-PB
Decreto de Tombamento: Decreto n° 20.467, de 12/07/1999

Descrição: O atual Mercado Cultural Professor Arnaldo Rodrigues, está totalmente ligado a história da evolução urbana de Araruna, no que tange seu desenvolvimento, pois foi esta edificação que contribuiu com o progresso da cidade na primeira metade do século XX. Este logradouro público foi construído com a designação de ser o Mercado Público da cidade, e foi esta finalidade que exerceu por muitas décadas após sua construção.

Nos primeiros anos do século XX, foi erguido o primeiro mercado público de Araruna, idealizado pela família Targino, grupo influente politicamente no município, capitaneada pelos irmãos Pedro Targino Pereira da Costa (Major Pedro Targino) e Targino Pereira da Costa (Coronel Gino), só que para que realmente este projeto saísse do papel, foi de crucial importância, a determinação do misto de advogado e engenheiro José Amâncio Ramalho, e por mais que pese a participação dos Targino na construção do Primeiro Mercado, foi pelas mãos de Amâncio que a construção aconteceu.

Para Amâncio, Araruna tinha que sair do estado de inércia em que se encontrava, e buscar novo fôlego para crescer, e foi realmente isso que aconteceu, a paisagem urbana primitiva, saindo de seus arruados mal dispostos e foram aos poucos dando lugar a uma paisagem organizada com um alinhamento de ruas projetadas, além de sair do marasmo econômico em que se encontrava a então vila de Araruna.

Deste modo, o prefeito da época, Sebastião Soares Cabral (1907/1909), influenciado pelo grupo político Targino, aceitou o desafio de construir este prédio, a prefeitura porém, só dispunha de 8 dos 30 contos de réis necessários á obra, assim, Amâncio custeou os demais 22 contos de réis faltantes, em troca de 10 anos de aluguel do prédio.

Aproveito o espaço para exaltar a importância histórica de José Amâncio Ramalho, construtor do velho mercado de Araruna, pois foi com esta bem feitoria que em muito a cidade progrediu, no entanto, não existe sequer uma homenagem pública em seu nome, denominando uma rua ou outro tipo de lembrança. A mesma se faria muito justa, para que as futuras gerações saibam de sua existência e importância.

A alegria para construção do Velho Mercado que iniciou em 1908, trouxe esperança para toda população ararunense, assim como nos conta Humberto Fonseca de Lucena:

Conta-se, em Araruna, que todo o povo, em grande animação, carregou pedras para a construção do mercado. Esse entusiasmo contribuiu para abreviar os trabalhos, cuja duração ocupou todo o resto de 1908 e prolongou-se por quase todo o ano seguinte, quando a obra foi dada por concluída com a chegada dos portões de ferro procedentes da Europa. Restavam o reboco e a pintura. Na verdade, faltava pouco.  (LUCENA, 1996, p.67).

O mercado então, construído, foi inaugurado aos 7 de setembro de 1909, data que consta em seu brasão no topo de sua fachada frontal. Assim, a urbanização da cidade aconteceu, o comércio se deslocou para o entorno do mercado, a feira-livre junto, além do aformoseamento da urbe, com a construção de novas casas em seu redor, um marco para o município.

E assim foi por  longos 59 anos, o prédio sendo utilizado como mercado público, até que o mesmo foi desativado no ano de 1966 pelo prefeito Targino Pereira da Costa Neto, que construiu um novo mercado público para cidade, com a abertura da avenida Benedito Fialho, o qual é utilizado até hoje. Com isto, o “Velho Mercado” perdeu sua função, e ficou sem destinação por muito tempo, tendo grande parte do comércio em seu redor, migrado aos poucos, para junto do novo mercado, a administração municipal á época, o usou como garagem por algumas ocasiões, e pretendiam transformá-lo em sede da prefeitura de Araruna, mais não foi isso que aconteceu.Velho Mercado de Araruna e feira livre em seu redor. Década de 1960. (Fonte: LUCENA, 1996, p.185).

No ano de 2000, o “Velho Mercado” que tanto serviu a Araruna, foi restaurado, sendo salvo do estado de degradação avançada e desempenharia uma nova função, ganhou um novo título concebido por um projeto de lei, do então vereador Vital da Costa Araújo,  sendo denominado pelo prefeito Benjamin Maranhão Neto de “Centro Cultural e Social Professor Arnaldo Rodrigues”, nomenclatura que reverencia um antigo professor do município. Infelizmente com o passar das gestões, até mesmo a função cultural, ficou aquém do que a sociedade merecia, e o prédio caiu novamente em estado de inércia. Detalhes da arquitetura original da Praça João Pessoa. 1940.
Fonte: Prefeitura Municipal.

Histórico do município: A história de Araruna começa entre 1830 e 1840 quando Feliciano Soares do Nascimento erigiu uma capela em louvor a Nossa Senhora da Conceição. Em torno da capela surgiram as primeiras casas que deram origem ao povoado. Em 1854, pela Lei provincial nº 25, foi criada a Freguesia de Nossa Senhora da Conceição da Serra de Araruna.
Sabe-se que o território de Araruna, era propriedade de um senhor residente em Bananeiras, chamado Estêvão José da Rocha, coronel da Guarda Nacional, popularmente conhecido por “Barão de Araruna”, título nobiliárquico concedido pelo imperador do Brasil, devido sua grande influência política no Agreste paraibano, onde foi proprietários de muitos lotes de terra no alto da Serra da Araruna durante os idos dos anos 1800.
A 10 de julho de 1876, o Presidente da Província da Parahyba do Norte, Barão de Mamanguape, sancionou a Lei nº 616, criando o município de Araruna. O ato solene de instalação do município só ocorreu a 11 de julho de 1877, quando tomaram posse os seguintes vereadores: Manoel Januário Bezerra Cavalcanti, presidente, Manoel d´Azevedo Belmont, João Themóteo Queiroz, Targino Pereira da Costa e Joaquim Cassiano Bezerra.
Desde as suas origens, o município de Araruna esteve sob os domínios políticos da família Bezerra Cavalcanti, entrelaçada com os Carneiro da Cunha, influentes na política não só de Bananeiras, a que estava ligada Araruna, como na política da província. A partir da primeira década do Século XX, a família Targino passou a dominar politicamente Araruna. Um domínio que, salvo um pequeno período no Estado Novo, vem se confirmando até os tempos atuais.
O desenvolvimento urbano de Araruna operou-se em três períodos distintos: o primeiro se deu entre a formação do povoado e 1908, quando se iniciou a construção do Mercado Público. O segundo se estende entre a construção do Velho Mercado até 1967, quando foi construído o Mercado Novo. O terceiro período começa com a inauguração do Mercado Novo e se estende até nossos dias.
A divisão administrativa do município tem sofrido várias modificações ao longo do tempo. Na divisão administrativa de 1901, figura com três distritos: Araruna, Tacima e Riachão. Na de 1933, aparece um único distrito: Araruna. Outra alteração aparece nas divisões territoriais de 31.12.1936 e 31.12.1937, onde volta a figurar com três distritos: Araruna, Tacima e Cacimba de Dentro.
Em 15 de novembro de 1938, em virtude do Decreto-lei estadual nº 1.164, recebeu foros de município. A comarca foi criada pelo Decreto-lei estadual nº 39, de 10 de abril de 1940.
Fonte: Prefeitura Municipal.

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