Araruna – Igreja de Nossa Senhora da Conceição


Imagem: Prefeitura Municipal

A Igreja de Nossa Senhora da Conceição, em Araruna-PB, foi tombada por sua importância cultural para o Estado da Paraíba.

IPHAEP – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado da Paraíba
Nome Atribuído: Igreja de Nossa Senhora da Conceição
Araruna-PB
Localização: Araruna-PB
Decreto de Tombamento: Decreto n° 20.358, de 12/07/1999

Descrição: Em virtude da comemoração ao dia de Nossa Senhora da Conceição, no dia 08 de dezembro, manifesto em nosso trabalho o interesse de divulgar a rica história do Santuário de Nossa Senhora da Conceição, edificada na cidade de Araruna – PB, templo religioso onde se encontram dos mais belos traçados arquitetônicos ao deposito de fé e devoção da brava gente paraibana, sendo considerada pelo Iphaep – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado da Paraíba, uma obra de referência histórica “do mais alto valor para arquitetura religiosa da época”.

A ausência das torres laterais, certamente conferem uma singularidade a esta matriz, além das reduzidas proporções de seu frontispício, que de certa forma, lhe dão um aspecto de edificação da arquitetura civil, e não exatamente a de um templo religioso, notadamente lembra muito edificações como palácios ou teatros, esta excentricidade rara, dá ao Santuário N. S. da Conceição mais motivos para cativar em seus observadores fontes de admiração, é sem dúvida um cartão postal a ser memorizado, e sempre requisitado ao se lembrar das “coisas de Araruna”.

Certamente uma das paisagens típicas das cidades de interior, sobretudo as menores e mais singelas, é de uma igrejinha em fronte uma pracinha, no caso específico de Araruna, discordamos um pouco deste pensamento, situamos um belo exemplo da grandiosidade de uma edificação humana, a esplendorosa matriz desta cidade, que segundo a Arquidiocese da Paraíba, é o segundo maior templo religioso (católico) em nosso estado, perdendo em poucos centímetros para Matriz de Nossa Senhora das Neves em João Pessoa – PB, tendo sido palco de diversas manifestações, que marcaram desde 1876 data de inicio da construção da matriz, a história deste município e da região.

A Matriz de N. S. da Conceição, encontra-se localizada no sítio histórico do município de Araruna – PB, na rua Semeão Leal, nº 122, ao lado da Praça João Pessoa, cerca de 250 metros da antiga Capela de Santo Antonio, sentido sul-norte, por toda sua imponência destaca-se no aglomerado urbano da cidade, e por sua centralidade se torna por muitas vezes ponto de referencia, sendo forte definidora de espaçamento geográfico e urbano.

Como é de conhecimento de todos, o inicio da povoação de Araruna, se deu após implantação de uma fazenda de gado e edificação da antiga Capela de Santo Antonio, como pagamento de uma promessa realizada pelo Senhor Feliciano Soares do Nascimento a N. S. da Conceição, além da fixação de um cruzeiro de madeira diante a capela, desta forma se constituiu o primeiro arruado da povoação, iniciada em 1845, que aos poucos foi crescendo de forma lenta e espontânea, até que em 1876, ano de emancipação do município de Araruna , então distrito de Bananeiras – PB, foi construída a Nova Igreja Matriz.

A construção da Matriz iniciou em 1876, com o comando do Padre Rocha e de Frei Herculano, com ajuda da comunidade, conseguindo erguer esta magnifica obra da construção civil, porém sem que se cobrisse a edificação, ficando, portanto inacabada. No ano de 1900, na virada do século, o Padre Joel Esdras Lins Fialho continuou a peleja desta construção, de onde contratou no brejo paraibano o mestre César (portas e esquadrias) e o mestre Garcia (altar-mór e alvenaria), que ficaram responsáveis pelo término da obra, que só viria se concretizar em 1907, com o Padre Francisco Targino no comando da Paróquia, concluindo a fachada e os acabamentos internos.

Interessante o fato que por mais grandiosa que seja a Matriz de Araruna, em tamanho e imponência aos tempos de hoje, quanto mais considerando a época de sua construção, existia por parte da população ararunense uma aversão pelas proximidades da mesma, nos rumos de construções de moradias próximos a ela, onde havia uma vontade maior de se permanecerem em expansão as áreas em proximidade a antiga Igrejinha de Santo Antonio, de onde estavam lá encontrados o comércio e demais serviços urbanos.

Contam os mais antigos que a Nova Matriz ficava isolada e apenas era ligada ao resto do aglomerado urbano através de picadas abertas na mata, e acendimento de tochas flamejantes, para deslocamento da população e posterior acesso as missas. Este isolamento ocorreu entre os anos de 1876 e 1908, e apenas encerrou com a construção do Mercado Público (atual Mercado Cultural), trazendo uma nova roupagem na economia do município, sendo divisor de águas de nossa história.

Durante este período de existência a Matriz de Araruna, já passou por diversas modificações em antigas reformas, que embora realizadas com uma boa intencionalidade, acabaram por descaracterizar de forma irreversível todo valor estético, arquitetônico e histórico original da obra, entre estas reformas encontramos como uma das mais gritantes a realizada entre 1953 e 1955, sobre o comando do pároco Monsenhor Joaquim de Sousa Simões, onde foram removidos da igreja o altar-mór e os contrafortes das laterais (os famosos “gigantes de sustentação”), que davam um aspecto único e original a matriz, além da demolição dos pavimentos superiores das galerias laterais. Estas infelizes reformas embora bem intencionadas, acarretaram também a remoção do piso original todo em tijoleira e do púlpito da madeira de cedro.

A Matriz de Araruna encontrou-se em situação deplorável e digna de pena por muitas décadas, onde se viam infinidades de problemas de ordem interna e externa deteriorarem a belíssima igreja, onde sua beleza estava encoberta pela corrosão do tempo, até que em um gesto louvável no ano de 2000, o governo do estado da Paraíba, através do então Governador José Targino Maranhão, filho de Araruna, e conhecedor dos entraves da matriz, resolveu salvar a igreja da situação em que se encontrava, e através de força maior inseriu em processo de tombamento a Igreja Matriz de N. S. da Conceição, aos 03 de maio de 1999.

Uma nova reforma com vistas ao tombamento foi necessária, e realizada pelo governo da Paraíba em 2000, tendo como parceiros o Iphaep e a Fundação Casa de José Américo, medida melhor não poderia ter sido tomada, e desta forma foi salva da destruição a matriz de Araruna, que no ano de 2001, através do então Bispo da Diocese de Guarabira – PB, Dom Antonio Muniz, foi elevada a Santuário.

Nesta reforma realizada em 2000, toda a estrutura física da matriz foi reavaliada e revitalizada, detalhes apagados ganharam vida, e por intermédio desta ação ainda hoje vislumbramos o Santuário de N. S. da Conceição bela, interna ou externamente, mas mesmo esta ação causou impactos, com a intenção de se criar uma sacristia, foi quebrado todo altar-mór mais uma vez, perdendo de vez mais uma porção da história do templo, em seu lugar foi colocado um novo e imperioso altar-mor de madeira, digno de uma grandiosa igreja, mas que não chega a ser tão belo quanto os antigos altares-mór destruídos.

Com o tombamento, obviamente os párocos ficaram impossibilitados de realizarem intervenções que alterem o que resta de reminiscencias nos traçados mais antigos do prédio, embora a matriz tenha ultimamente ganhado na gestão paroquial do Padre Nilson Nunes uma nova pintura que realçou e deu uma nova vida a nossa matriz. Atualmente sobre os cuidados do Padre João Firmo o Santuário de N. S. da Conceição, está ganhando uma sobrevida também nos menores detalhes a serem observados minunciosamente no interior da igreja, além da boa vontade do mesmo de zelar e cuidar do patrimônio do povo de Deus.

Nestes mais de 150 anos de existência do Santuário da Conceição, a paróquia de Araruna foi administrada por diversos padres, que contribuíram cada um com uma parcela da história viva de nossa matriz, e com a história de fé do povo da Serra de Araruna, alguns numa porção pequena e fragmentada de tempo, exemplo de uma grande proporção de tempo a frente da paróquia está o Monsenhor Joaquim de Sousa Simões, que por mais de 40 anos esteve a frente dos comandos da paróquia.
Fonte: Prefeitura Municipal.

Histórico do município: A história de Araruna começa entre 1830 e 1840 quando Feliciano Soares do Nascimento erigiu uma capela em louvor a Nossa Senhora da Conceição. Em torno da capela surgiram as primeiras casas que deram origem ao povoado. Em 1854, pela Lei provincial nº 25, foi criada a Freguesia de Nossa Senhora da Conceição da Serra de Araruna.
Sabe-se que o território de Araruna, era propriedade de um senhor residente em Bananeiras, chamado Estêvão José da Rocha, coronel da Guarda Nacional, popularmente conhecido por “Barão de Araruna”, título nobiliárquico concedido pelo imperador do Brasil, devido sua grande influência política no Agreste paraibano, onde foi proprietários de muitos lotes de terra no alto da Serra da Araruna durante os idos dos anos 1800.
A 10 de julho de 1876, o Presidente da Província da Parahyba do Norte, Barão de Mamanguape, sancionou a Lei nº 616, criando o município de Araruna. O ato solene de instalação do município só ocorreu a 11 de julho de 1877, quando tomaram posse os seguintes vereadores: Manoel Januário Bezerra Cavalcanti, presidente, Manoel d´Azevedo Belmont, João Themóteo Queiroz, Targino Pereira da Costa e Joaquim Cassiano Bezerra.
Desde as suas origens, o município de Araruna esteve sob os domínios políticos da família Bezerra Cavalcanti, entrelaçada com os Carneiro da Cunha, influentes na política não só de Bananeiras, a que estava ligada Araruna, como na política da província. A partir da primeira década do Século XX, a família Targino passou a dominar politicamente Araruna. Um domínio que, salvo um pequeno período no Estado Novo, vem se confirmando até os tempos atuais.
O desenvolvimento urbano de Araruna operou-se em três períodos distintos: o primeiro se deu entre a formação do povoado e 1908, quando se iniciou a construção do Mercado Público. O segundo se estende entre a construção do Velho Mercado até 1967, quando foi construído o Mercado Novo. O terceiro período começa com a inauguração do Mercado Novo e se estende até nossos dias.
A divisão administrativa do município tem sofrido várias modificações ao longo do tempo. Na divisão administrativa de 1901, figura com três distritos: Araruna, Tacima e Riachão. Na de 1933, aparece um único distrito: Araruna. Outra alteração aparece nas divisões territoriais de 31.12.1936 e 31.12.1937, onde volta a figurar com três distritos: Araruna, Tacima e Cacimba de Dentro.
Em 15 de novembro de 1938, em virtude do Decreto-lei estadual nº 1.164, recebeu foros de município. A comarca foi criada pelo Decreto-lei estadual nº 39, de 10 de abril de 1940.
Fonte: Prefeitura Municipal.

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