Areia – Igreja de Nossa Senhora do Rosário


Imagem: GLandovsky

A Igreja de Nossa Senhora do Rosário, em Areia-PB, foi tombada por sua importância cultural para o Estado da Paraíba.

IPHAEP – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado da Paraíba
Nome Atribuído: Igreja de Nossa Senhora do Rosário
Localização: R. Semeão Leal, s/n – Areia-PB
Decreto de Tombamento: Decreto n° 7.923, de 29/01/1979

Descrição: A igreja consagrada a Nossa Senhora do Rosário foi iniciativa de uma Irmandade originalmente composta por escravos. É a mais antiga do lugar, embora não se tenha a data precisa de sua fundação. Sabe-se que ficou inconclusa durante muitos anos. Segundo, o historiador areiense Horácio de Almeida, o governo provincial, em 1865 destinou-lhe uma verba de quatro contos de réis para o andamento da obra. Tudo indica que sua conclusão aconteceu em 1886, quando ali se celebrou a primeira festa religiosa. Em 1873, o Pe. Antônio José Borges, autorizado pelo Vigário Odilon Benvindo, instalou a Irmandade existente até os tempos de hoje. Em 1952 a Irmandade do Rosário teve as suas atividades paralisadas, tendo sido reiniciada em 1989. Os escravos foram os responsáveis pela mão-de-obra utilizada na construção e na história de Areia. O dia 06 de janeiro (dia de Reis) era muito festejado na Igreja, com celebração de missa solene e chamada das mãos para o pagamento de suas atividades. Assim começaram as comemorações da FESTA DO ROSÁRIO. São mais de 100 anos de tradição na “Vila Real do Brejo de Areia” (Nome da cidade na época da construção da Igreja).
Fonte: Prefeitura Municipal.

Histórico do município: O conjunto histórico e urbanístico de Areia foi tombado, em 2006. Para o tombamento, o IPHAN baseou-se no valor histórico, urbanístico e paisagístico atribuído ao conjunto, pela ativa participação da cidade nas revoluções ocorridas no século XIX. Também foi destacado o valor da cidade como remanescente arquitetônico dos séculos XVIII e XIX e da paisagem natural que a circunda. Na área tombada existem cerca de 420 imóveis.
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No processo de povoamento do interior da Paraíba, Areia se originou de um ponto estratégico de parada e abrigo aos tropeiros que vinham do sertão em direção ao litoral para a comercialização dos seus produtos. A partir do final do século XVII e início do século XVIII, surgiu o povoado inicialmente denominado Sertão do Bruxaxá (“terra onde canta a cigarra”). Bruxaxás eram os índios que primitivamente habitavam a região. Por essa época, no local onde hoje se ergue a cidade, um português construiu um albergue à margem do cruzamento de estradas muito frequentadas pelos que, procedentes do alto sertão paraibano ou de Pernambuco, seguiam para Mamanguape ou a Paraíba.
O colono, pela amizade que fez com os nativos, recebeu a alcunha de Bruxaxá. O movimento de viajantes e tropeiros pelo local atraiu habitantes, formando-se ali, em pouco tempo, próspera povoação, que passou a chamar-se Brejo de Areia, em virtude de correr nas imediações o riacho de nome Areia. Distrito criado com a denominação de Brejo d`Areia, em 1813, subordinado a vila de Monte-Mor. O município surgiu, desanexado do de Monte-Mor (atual Mamanguape), em 1815. Elevado à categoria de vila com a denominação de Brejo d`Areia, em 1815, e desmembrado da Vila de Monte-Mor. Em 1846, foi elevada à condição de cidade e sede municipal com o nome de Areia. A cidade é lembrada, também, pela participação de seus habitantes em movimentos políticos do século XIX.
População aderiu ao movimento libertador de Pernambuco e participou das revoluções Confederação do Equador (1817) e Revolução Praieira (1848). Durante a Confederação do Equador partiram de Areia (que foi sede temporária da Província) as tropas do sargento-mor Félix Antônio Ferreira de Albuquerque que combateram as forças legais. A estes homens se incorporaram os remanescentes dos batalhões de Pais de Carvalho, marchando os revoltosos até o Ceará, onde foram aniquilados. Em fevereiro de 1849, travou-se em Areia o último combate da Revolução Praieira. Os rebeldes, depois do malogrado ataque ao Recife, invadiram a Paraíba e se refugiaram em Areia, onde receberam auxílio do juiz municipal Maximiano Lopes Machado e do coronel Joaquim dos Santos Leal. Entrincheiraram-se na cidade, sustentaram seis horas de combate, que terminou em fuga e dispersão pelo interior. Na cidade, a campanha abolicionista foi das mais intensas, destacando-se a Mocidade Emancipadora Areiense, à frente da qual se encontrava Manuel da Silva. Areia foi à primeira cidade do estado da Paraíba a libertar seus escravos, no dia 3 de maio de 1888, dez dias antes da proclamação da Lei Áurea.
Fonte: Prefeitura Municipal.

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