Bagé – Centro Histórico


Imagem: Leandro da Silva Bertoncello

O Centro Histórico de Bagé – RS foi tombado por sua importância histórica, arquitetônica e cultural.

IPHAE – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado
Nome Atribuído: Centro Histórico de Bagé
Localização: Bagé-RS
Número do Processo: 001351-1100/11-8
Portaria de Tombamento: 62/2012
Livro Tombo : Inscr. Nº 116, de 06/12/2013
Publicação no Diário Oficial: 10/12/2012
Planilha com endereços tombados
Tombamento
Regime urbanístico

Descrição: Toda a região onde hoje está situado o município de Bagé, foi marcada ao longo do tempo, por disputas de território. De um lado a população indígena nativa e de outro as coroas ibéricas de Portugal e Espanha. Conquistadores e conquistados forjaram assim a história regional e nacional.
Como posto avançado da colônia de São Miguel, fundada em 1632, o Posto de Santa Tecla, implantado no local e posteriormente a redução de Santo André, marcam as primeiras ocupações do território.
Em 1750,o Tratado de Madri determinou a nova demarcação das terras e a sesmaria ali localizada sofreu grande oposição por parte dos indígenas cuja resistência foi eliminada.
Em 1774 os espanhóis fundaram o Forte de Santa Tecla com a função de defesa das fronteiras constantemente ameaçadas por outros países do Prata. O Forte foi destruído por portugueses e no local foi formada a Guarda de São Sebastião.
Com o tratado de Santo Ildefonso em 1777 os portugueses ampliam o território. Em 1789 ocorre a primeira concessão de sesmarias nas terras do município. Em 1801 os portugueses expulsam os espanhóis e transladam a Guarda de São Sebastião para os cerros de Bagé, onde foi construída uma capela e doadas sesmarias . Em 1810 o imperador doa terras ao futuro Barão de Bagé, almirante Paulo da Silva Gama. Com o movimento de independência das colônias espanholas no novo mundo o imperador nomeia Dom Diogo de Souza, comandante do exército pacificador, e fundador do povoado que deu origem a cidade de Bagé.
Em 1810 o povoado foi elevado a Freguesia e após dois anos a curato. Em 1827, com a Guerra Cisplatina o território foi invadido por forças argentinas. Em 1828 o Tratado de Paz reconhecendo a independência do Uruguai cela o fim do conflito.
A região também atravessou a Revolução Farroupilha finalizada com a assinatura do Tratado de Ponche Verde. Em 1846 Bagé foi elevada a vila e em 1859 à categoria de cidade, marcada pelo progresso, melhorias em infra-estrutura e
crescimento populacional.
Nas décadas de sessenta e setenta aparecem importantes obras como o Mercado Público, a Igreja Matriz, o Hospital de Caridade e a Beneficência Portuguesa. O trem chegou em 1884 ligando o município a Pelotas ao porto de Rio
Grande, importante para o escoamento da produção local de charque. A industria saladeira inicia em 1891. Em 1897 é fundada a Charqueada Santa Teresa junto ao tronco ferroviário.
O Matadouro Municipal surge em 1898 seguindo as novas técnicas de abate e higienização da carne. Em 1903, visando facilitar a negociação do gado, foi instalada a Tablada.
O final dos séculos XIX e XX marcam as melhorias da infra-estrutura urbana. Na década de 50 há um arrefecimento da economia local com intensificação da vigilância da área de fronteira imposta pelo Governo Café Filho, Com o governo militar, posteriormente, Bagé sofreu as restrições ao desenvolvimento das áreas rurais fronteiriças, áreas consideradas de segurança nacional. A economia marcada pelo latifúndio, herança colonial, e a baixa densidade são fatores negativos para o desenvolvimento da região, fator este que se reflete na economia local até os nossos dias.

VALORES DO CONJUNTO: É nosso parecer que o conjunto de bens inventariados e inseridos na poligonal de tombamento assim como o tecido urbanístico e os aspectos urbanísticos característicos do núcleo fundacional da cidade de Bagé, reúnem valores que justificam a sua preservação em nível estadual, seguindo os critérios de valorização utilizados para bens de interesse cultural.
1- Instância Histórica:
O conjunto de bens testemunha as varias etapas pelas quais passam a região desde o embrião inicial do núcleo urbano até a configuração atual do município, caracterizando o projeto sócio-econômico local e a importância da área para a economia regional e estadual.
2- Instância artística:
O conjunto de bens a ser tombado caracteriza a transformação do fazer arquitetônico local, fenômeno verificado na
maioria dos grandes centros do Estado.Seguindo a classificação do inventário do IPHAN a linguagem arquitetônica encontrada na significativa amostra inventariada seria desde a luso-brasileiro, do período inicial até a eclética e proto moderna do período de importação e industrialização das técnicas construtivas assim como a linguagem modernista mais próxima aos dias atuais. O panorama identificado no inventário caracteriza a qualificação da mão de obra e o requinte da arquitetura local como reflexo do apogeu econômico e da evolução social daquele centro urbano.

POLIGONAL DE TOMBAMENTO:
Vértice A: início da poligonal intersecção do segmento de reta que passa pelo eixo da Av. General Osório com
a Rua Artur Lopes.
Vértice B: intersecção do segmento anterior com o segmento que passa pelo eixo da Av. Marechal Floriano
Peixoto.
Vértice C: intersecção do segmento anterior com o segmento que passa pelo eixo da Av. Presidente Vargas.
Vértice D: intersecção do segmento anterior com o segmento que passa pelo eixo da Rua General João Teles.
Vértice E: Intersecção do segmento anterior com o eixo da Rua Marechal Deodoro.
Vértice F: intersecção do segmento anterior com o eixo da Rua Caetano Gonçalves.
Vértice G: intersecção do segmento anterior com o eixo da Rua General Flores da Cunha.
Vértice H: intersecção do segmento anterior com o eixo da Rua Marcílio Dias.
Vértice I: intersecção do segmento anterior com o eixo da Rua Doutor Penna.
Vértice J: intersecção do segmento anterior com o eixo da Rua Almirante Gonçalves.
Vértice K: intersecção do segmento anterior com o eixo da Rua Preto Caxias.
Vértice L: intersecção do segmento anterior com o eixo da Rua Barão do Amazonas.
Vértice M: intersecção do segmento anterior com o limite sul da área da Praça Dom Diogo de Souza.
Vértice N: intersecção do segmento anterior com o eixo da Av. General Osório.
Vértice O: intersecção do segmento anterior com o eixo da Rua Dr. Veríssimo.
Vértice P: intersecção do segmento anterior com o eixo da Av. Barão do Triunfo.
Vértice Q: intersecção do segmento anterior com o eixo da Rua Doutor Penna.
Vértice R: intersecção do segmento anterior com o eixo da Rua Gomes Carneiro.
Vértice S: intersecção do segmento anterior com o eixo da Rua Carlos Mangabeira.
Vértice T: intersecção do segmento anterior com o eixo da Rua 18 de Maio.
Vértice U: intersecção do segmento anterior com o eixo da Rua Félix da Cunha.
Vértice V: intersecção do segmento anterior com o eixo da Av. General Osório e fechamento da poligonal.
Fonte: Resolução de Tombamento.

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