Barbacena – Escola Agrotécnica Federal de Barbacena – Diaulas Abreu


 

Imagem: Google Street View

A Escola Agrotécnica Federal de Barbacena – Diaulas Abreu foi tombada pela Prefeitura Municipal de Barbacena-MG por sua importância cultural para a cidade.

Prefeitura Municipal de Barbacena-MG
Nome atribuído: Prédio Principal da Escola Agrotécnica Federal de Barbacena – Diaulas Abreu
Outros Nomes: Sede da Escola Agrotécnica Federal de Barbacena
Localização: R. Monsenhor José Augusto, n° 240 – Bairro São José – Barbacena-MG
Decreto de Tombamento: Decreto n° 3.908/1996 e Decreto n° 5.025/2003

Descrição: A Fundação Diaulas Abreu criada em 20.08.2000, iniciou suas atividades em abril de 2001. Seu objetivo principal foi apoiar a Escola Agrotécnica Federal de Barbacena, em atividades relacionadas ao ensino, pesquisa e extensão.
Durante seus 16 anos de funcionamento contribuiu com projetos desenvolvidos em parceria com a Escola Agrotécnica, bem como com a Prefeitura de Barbacena e Cidades circunvizinhas projetos voltados para a educação, esportes, exposição agropecuária, ministrando cursos de qualificação socioprofissional; gerenciou o Laboratório de Análise de Solos e Folhas de 2007 a 2016; implementou o Projeto NADAR de 2008 a 2013, nas instalações da Piscina onde foram beneficiados os alunos, bem como a comunidade externa com aulas de natação e hidroginástica. De fevereiro de 2009 a maio de 2016; implementou e fez a gestão em parceira com IFSUDESTE MG – Campus Barbacena, Confederação Brasileira de Desporto Aquático – CBDA e a Prefeitura de Municipal de Barbacena, o Projeto Social de Natação CORREIOS/CBDA de Barbacena, atendendendo a por ano cerca de 400 estudantes matriculados em Escolas Públicas de Barbacena, na faixa etária de 08 a 17 anos e neste foram beneficiados cerca de 4000 alunos.
Realizou em 2003 o primeiro fórum de Educação de Barbacena em parceria com Secretaria de Educação da Prefeitura Municipal de Barbacena, no Auditório da EPCAR. Promoveu reforma em prédios da Instituição, aquisição de laboratório de informática, aquisição de equipamentos e mobiliários para o Refeitório. Ministrou Cursos de Inseminação Artificial em Bovinos de 2006 a 2011. Apoiou no período de 2007 a 2013, o projeto de Economia Solidária em parceria com Divisão de Economia Solidária da Secretaria de Agricultura de Barbacena, gestão 2009/2012.
Os cenários de mudanças no panorama econômico do Brasil, influenciaram no cotidiano da FAPE, com isto, ocorreu a falta de projetos e recursos de fomento, que dão sustentação econômico-financeira para a citada Fundação e suas atividades foram encerradas em 30 de dezembro de 2016.
Fonte: Site da instituição.

Descrição: A Escola foi criada, pelo Doutor Diaulas Abreu, em 1910 pelo decreto nº 8.358 de 9 de novembro, assinado pelo então presidente Nilo Peçanha, como Aprendizado Agrícola de Barbacena subordinado ao Ministério da Agricultura, Indústria e Comércio. Constituiu o 1º passo para a instalação do ensino agrícola no país. Suas atividades foram iniciadas em 14 de junho de 1913, no governo do Marechal Hermes da Fonseca.
Ao longo dos anos, teve seu nome e subordinação muitas vezes modificada. Hoje, encontra-se vinculada à Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica – SETEC – do Ministério da Educação.
Em imponente estilo normando, a instituição possui uma área de aproximadamente 479 ha e uma grande diversidade de cursos, acompanhando as mudanças de cenários e sempre buscando atender as demandas da comunidade local e regional.
Atualmente, como Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia – Sudeste de Minas Gerais – Câmpus Barbacena, oferece cursos técnicos, tecnológicos, licenciaturas, bacharelados, engenharias, Proeja e ensino à distância.
O Câmpus Barbacena desenvolve, por meio dos professores, alunos e servidores diversos projetos de pesquisa e extensão que atendem a comunidade interna e externa de Barbacena. Além disso, os estudantes podem participar de atividades esportivas e culturais.
O profissional, que o Câmpus Barbacena forma, tem conhecimentos científico, ético, crítico e empreendedor, a fim de contribuir para o desenvolvimento sustentável em uma sociedade mais justa e solidária.
Fonte: Site da instituição.

Histórico do município: Antes da dominação europeia do atual território que delimita o município de Barbacena, a região era ocupada por grupos indígenas das etnias Puri, Coropó e Coroados. Os últimos remanescentes dos primeiros habitantes do que viria a ser a Comarca do Rio das Mortes foram percebidos por viajantes estrangeiros até a primeira metade do Século XIX. Mortos, expulsos de suas terras ou miscigenados e induzidos ao alcoolismo, pouco deixaram de seu mundo. Artefatos arqueológicos ainda hoje são encontrados na região. Nada mais restou deles.

Caminho Novo: A história da Vila de Barbacena tem início em 1698, quando o Capitão Garcia Rodrigues Paes, filho do bandeirante Fernão Dias Paes, abre um caminho mais curto para a ligação entre o Rio de Janeiro e o interior das Minas Gerais. Assim surgiu o primeiro núcleo colonial desta imensa região, no entroncamento dos Caminhos Velho e Novo, posteriormente, Estrada Real. Por este Caminho Novo não só passaram todas as riquezas do Ciclo do Ouro, como também vários episódios históricos, entre eles, a reação armada à invasão do Rio de Janeiro, pelo corsário francês Duguay-Trouin, em 1711, a Guerra dos Emboabas e a Inconfidência Mineira. Os locais referenciais dessa época são as Fazendas do Registro (hoje Sá Fortes) e Borda do Campo (hoje Antônio Carlos).

O Arraial da Igreja Nova: O nascimento do arraial começou pela construção capela consagrada a Nossa Sra. da Piedade que tornou-se matriz em 1726. A capela ainda permanece na Fazenda da Borda. Com a distribuição de muitas sesmarias na região, esta ficou pequena para o grande número de moradores da Borda do Campo, por isso decidiu-se pela construção de uma igreja maior, em terras da Fazenda da Caveira de Cima. A decisão se deu em 1725. Em torno desse templo, em 1753, foi autorizada a construção de casas. O arraial se expandiu à medida que pequenas casas comerciais se estabeleciam para atender os tropeiros que circulavam na Comarca do Rio das Mortes. Em 1791, com a exploração do ouro já em decadência, o então Arraial da Igreja Nova de Nossa Senhora da Piedade da Borda do Campolide, foi elevado à categoria de vila, recebendo o nome de Barbacena. Uma homenagem oportunista ao Visconde de Barbacena, nobre português que governava Minas Gerais. Esse acontecimento se deu simultaneamente aos desdobramentos da Inconfidência Mineira, denunciada em 1789. Cinco dos principais envolvidos no movimento, incluindo Joaquim da Silva Xavier e Joaquim Silvério dos Reis, tinham ligações com Barbacena. O dono da Fazenda da Borda do Campo, José Ayres Gomes foi expulso do Brasil, teve suas terras confiscadas e morreu esquecido em Moçambique, na África. O irmão de Tiradentes, Padre Antônio da Silva Santos e o delator Silvério dos Reis moravam na vila de Barbacena. O padre, na Rua Tiradentes, o traidor, na região do Pontilhão.

O nome: Barbacena é a denominação dada ao Arraial da Igreja Nova, quando de sua emancipação em 14 de agosto de 1791. Era o governador de Minas, Luiz Antônio Furtado do Rio de Mendonça, o Visconde de Barbacena que, em meio ao processo de repressão à Inconfidência Mineira, estava sendo pressionado pela população do Arraial a separá-lo do termo de São João Del-Rei. O nome de Barbacena significa, ‘Cabana de Bárbaros’ e é originário de uma aldeia de bárbaros localizada na atual região de Elvas, cidade portuguesa do Alentejo, que até hoje mantém um pequeno distrito com o mesmo nome. A família nobre que ostentava o titulo de senhores de Barbacena marcou a história brasileira com um Vice-rei, um governador da capitania do Rio de Janeiro, de Minas Gerais – o sexto visconde de Barbacena que deu o seu nome à cidade. O Visconde de Barbacena, apesar de ser visto historicamente no Brasil como o algoz dos Inconfidentes, era um nobre culto, especializado em mineralogia e ciências. De volta a Portugal, fez parte do grupo de nobres que não acompanhou a fuga da Corte Portuguesa, em 1808, quando Napoleão Bonaparte, dominou Portugal. Foi um dos interlocutores para garantir que não haveria ataques à população civil. Foi preso por Napoleão.

Independência e República: No século XIX, Barbacena continua como uma passagem estratégica para todos que se dirigem ao interior de Minas. Torna-se rota comercial importante e entreposto de víveres e escravos africanos. Com sua influência política consolidada, a Câmara Municipal de Barbacena tem participação ativa na movimentação pela independência do Brasil e mesmo chega a remeter carta a D. Pedro I, ofertando a cidade como capital do Brasil, em caso de ataques da metrópole ao Rio de Janeiro. Personagem de destaque deste período é o Padre Manoel Rodrigues da Costa, dono da Fazenda do Registro Velho, que viveu 92 anos. O suficiente para participar da Inconfidência Mineira, receber anistia da Coroa Portuguesa, participar da Independência, representar o Brasil nas Cortes Portuguesas, apoiar a maioridade de D. PedoII e apoiar a Revolução Liberal de 1842. Na maior parte do Século XIX, os grandes fazendeiros comandam a cidade econômica e politicamente. Os imperadores do Brasil, pai e filho visitaram Barbacena em várias épocas. D. Pedro I, concedeu à Vila, o título de “muito nobre e leal”. Mas a lealdade à monarquia brasileira não impediu que o Movimento Republicano ganhasse força entre a elite política local, mesmo com vários barbacenenses de famílias importantes como os Magalhães, os Lima Duarte, os Armond e outras, ocupando cargos importantes nos ministérios e na diplomacia brasileira. Ainda assim, o último monarca brasileiro visitou a cidade três meses antes da Proclamação da República. Aqui se formou um grupo paramilitar de jovens que se propunha a enfrentar Antônio Conselheiro, visto na época como antirrepublicano. Foi a “Centúria Republicana”.
Fonte: Prefeitura Municipal.

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Prefeitura Municipal
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6 comments

  1. Daisy A Souza |

    Foi uma honra estudar nesse colégio. Foi no tempo quando ainda tinha internato. Me lembro muito de de D. Bembem, Lurdinha Fittipaldi, doba Marisa prof. de português , prof. Athos, Getúlio e tantos outros. Só saudades. 1970😁

  2. Quanta glória eu ver hoje a escola onde estudei nos idos de 1961 e 1962. Antes de viajar para as origens de tudo, ou seja a volta ao pó de onde todos viemos, terei que voltar a Barbacena, às palmas, às rosas e à Escola Diaulas Abreu.

    Generoso Rodrigues de Sousa
    ex aluno nº 222

  3. GILMAR ANSELMO DUMBÁ |

    Estudei nesse Colégio no Período de 1974 a 1976. Sinto-me um privilegiado. Com certeza é um capítulo na história de minha vida. A união e o amor de pessoas de costumes, culturas e maneira de ser tão diferentes, cada uma de uma região, só pode ser coisa de Deus. E Ele não nos uniria por acaso, existe algo maior que temos que sempre buscar. Por isso esse amor que temos pela escola e pelos colegas, nos faz formar hoje a Família CADA.
    GILMAR ANSELMO DUMBÁ(FUBÁ) – Nº 186

  4. João Alberto Madeira Soares |

    Tive a honra e o privilégio de viver e estudar (muito) neste majestoso castelo durante o período de 1962 a 1966. A nossa Agrotécnica nos proporcionava um nível de excelência no regime de internato. A alimentação (cinco refeições por dia de ótima qualidade) e o ensino eram primorosos.O companheirismo, as brincadeiras e a dedicação aos estudos, faziam parte do nosso dia a dia. Dedicávamos também um tempo aos esportes e aos ensaios da nossa famosa “fanfarra”, que proporcionava um verdadeiro espetáculo nos desfiles de sete de setembro. Assim sendo, através de muitas gerações soubemos honrar as tradições da nossa EADA, que chegou a ser considerada a melhor Escola Agrotécnica Federal do Brasil.
    Peço a Deus que mantenha sob o seu manto protetor, todos aqueles que fizeram e os que fazem parte desta honrada família, muitos dos quais já não fazem parte desta vida, a saber: ex-funcionários, ex-professores, ex-colegas, atuais funcionários, atuais professores, atuais alunos.

  5. Estudei sete anos na Escola Agrotécnica de Barbacena (1945-1952). Conclui o curso de Técnico Agrícola – Zootecnia. Profesores fantáticos: Prof. Honório Armond Filho (Portugês); Prof. Francisco Januário Carneiro (Matemática); Prof. Altair Savassi (História); e outros. Fiquei preparado para entrar na então URENG, hoje, URFV, Curso de Medicina Veterinária. Graças a esta formação básica, tornei-me Professor Universitário (UFMG; USP; UENFe Pesquisador Científico (agora no Instituto Butantan). Muito … muito… muito obrigado Escola Agrotécnica de Barbacena. Wilmar Dias da Silva.

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