Barra do Bugres – Casas Históricas da Aldeia de Umutina


Imagem: Prefeitura Municipal

As Casas Históricas da Aldeia de Umutina,na cidade de Barra do Bugres-MT, foram tombadas por sua importância cultural.

SEC – Secretaria de Estado da Cultura do Mato Grosso
Nome Atribuído: Casas Históricas da Aldeia de Umutina
Localização: MT 455 – Barra do Bugres-MT
Resolução de Tombamento: Portaria n° 036/2008, de 29/10/2008

Descrição: O Território Umutina já está demarcado. A Terra Indígena Umutina possui grande importância para tal povo, pois é através dela que ele retira o sustento para a sua vivência e estabelece suas relações nas dimensões sociais e culturais. A terra, assim, é essencial para manter viva a cultura do povo Umutina.
[…]
Com a chegada das frentes colonizadoras no estado de Mato Grosso, a partir do século XIX, o povo Umutina, acabou perdendo a liberdade e enfrentando um longo período de conflitos com as frentes que subiam os afluentes do Paraguai, em busca da poaia, seringa, ouro e novas terras. Os Umutina se deslocaram, subindo o rio Paraguai, cedendo à pressão dos colonizadores. Com o avanço das frentes colonizadoras, foram obrigados a recuar, chegando onde hoje é a atual aldeia Umutina. Mas os dados históricos e os mitos Umutina revelam que a bacia do rio Paraguai foi território tradicional do povo.
[…]
O povo Umutina era conhecido pelos não indígenas como “barbados” pelo fato de usarem longas ‘barbas’. As mulheres deixavam os cabelos crescerem para que os homens os cortassem. Com os cabelos das mulheres confeccionavam os colares para o uso masculino. As mulheres e crianças andavam muito ornamentadas. Tanto as mulheres quanto as meninas tinham o corpo despido somente da cintura para cima, coberto por muitos colares de dentes de animais e grandes brincos de pena coloridas.
Fonte: Eliane Boroponepa Monzilar.

Histórico do município: O primeiro ciclo econômico, e também responsável pela formação do município, foi da poaia, conhecida também como ipecacuanha (Cephaelis ipecacuanha). Conforme Moraes, 2004, a partir do ano de 1878, Barra do Rio Bugres, como era chamada na época, começou a receber os primeiros moradores procedentes de Cuiabá, que vieram em busca do produto. A densidade populacional era muito baixa e os habitantes viviam em pequenos sítios, pelo interior de um grande território que ia além da Serra de Tapirapuã.
Barra do Rio Bugres era extensão de Cáceres e tinha dificuldades no crescimento de seu núcleo urbano, que por muitas décadas não passava de um aglomerado de casas de comerciantes nas proximidades do Rio Paraguai. (MORAES, 2004). Em 1938 o nome do povoado foi alterado para Barra do Bugres.
O transporte da poaia era feito por via fluvial, por meio do Rio Paraguai, chegando a Cáceres e, por conseguinte, aos portos marítimos brasileiros. Destaca-se, portanto, que no início do século XX o transporte fluvial vivenciou um intenso desenvolvimento. Neste período é que se formou o povoamento de Barra do Bugres, ligado à expansão também de Cáceres. (PLANO LOCAL DE HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL, 2009).
Um fato importante relatado por Jovino Ramos, 2007, e, contado pelos antigos moradores da cidade, é: em 1926, “os revoltosos da Coluna Prestes”, sob comando de Siqueira Campos, invadiram a cidade e “pelo menos quinze homens perderam a vida em batalha as margens do Rio Paraguai, tentando defender a cidade”, contudo, não conseguiram e a vila foi saqueada e incendiada. (RAMOS, 1998; 2002; 2003; 2007).
A intensa procura da poaia transformou em pouco tempo o vilarejo em um adensado urbano, sempre acrescido por novos forasteiros, que buscavam fixação.
Em 29 de julho de 1927, o Decreto n°. 771, determinava que fosse reservada uma área de terras para patrimônio da povoação.
Em 1940, o Decreto n°. 348, criou a Coletoria de Rendas Estaduais no distrito de Barra do Bugres, e em 3 de dezembro de 1943, o Decreto n°. 545, criou o município de Barra do Bugres e seu território desmembrado dos municípios de Diamantino, Cáceres e Rosário Oeste. O novo município foi instalado em 19 de abril de 1.944 coroado a êxito os esforços barrabugrenses, tendo sido nomeado para ocupar a Prefeitura Municipal, o professor Alfredo José da Silva.
Jovino Ramos (2007) relata que, por causa da poaia eram realizadas festas religiosas, como a do Senhor Divino (Espírito Santo) e de Santa Cruz. Uma cavalaria, com vestimentas típicas, passava de casa em casa. Os festejos passaram a ser tradição até os dias atuais. (RAMOS, 2003, 2007).
Nos anos de 1960 e 1970, como outras das cidades matogrossense, o crescimento da população de Barra do Bugres foi intenso, em consequência da estratégia do governo federal para ocupação do território do norte brasileiro. Acelerando o processo da expansão da zona urbana área urbanizada começou a se espalhar horizontalmente tanto na direção leste como na oeste da cidade, segundo um traçado urbano regular. (BERNARDINO, 2006). O antigo centro da cidade permaneceu retratando o início da colonização do município, se diferenciando arquitetonicamente do restante da cidade.
Fonte: Prefeitura Municipal.

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Eliane Boroponepa Monzilar
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