Belém – 98 Aquarelas de Motivos Marajoaras, de Manoel Oliveira Pastana


Imagem: Maryclea Carmona Maues Neves

98 Aquarelas de Motivos Marajoaras de Manoel Oliveira Pastana, em Belém, foram tombadas pelo Departamento de Patrimônio do Estado do Pará.

Governo do Estado do Pará
DPHAC – Departamento de Patrimônio Histórico Artístico e Cultural
Nome Atribuído: 98 (Noventa e Oito) Lâminas em Aquarelas de Motivos Marajoaras de Autoria do Artista Plástico Manoel Oliveira Pastana
Localização: Acervo do Museu do Estado do Pará – MEP – Belém-PA
Data de Tombamento: 25/03/1983

Descrição: No início do século XX, a região Amazônica ainda vivia um relativo isolamento do restante do país, reflexo da distância dos grandes centros que primeiro foram povoados e das dificuldades de navegação costeira no estado do Maranhão. A falta de contato e, logo, de conhecimento gerou para a região a imagem pouco positiva de um lugar selvagem e insalubre onde o progresso seria pouco possível.
Tal cenário provocou, nos intelectuais locais, como Theodoro Braga e Emílio Goeldi, a necessidade de firmar posicionamento contrário e mostrar o lado bom do local através de produções, dentre outras, pictóricas e literárias. Nesse momento de reação, surge um artista que veio a tomar como tema de sua produção de desenhos a flora e a fauna amazônicas de maneira exemplar. Trata-se de Manoel de Oliveira Pastana.
Pastana nasceu em 1888 na cidade de Castanhal, a 75 km de Belém, capital do estado do Pará. Com poucos recursos, mudou-se para a capital ainda adolescente, quando trabalhou, dentre outras atividades, como estivador e pintor de placas. Foi também professor e teve a oportunidade de estudar com mestres como Theodoro Braga e Francisco Estrada.
Após ficar viúvo do casamento contraído aos 18 anos, Pastana foi contratado pela Marinha para desenhar máquinas e passou a pintar retratos e paisagens, além de produzir uma série de desenhos da cerâmica indígena arqueológica e de objetos de arte decorativa, tendo como referência a flora e a fauna da Amazônia.
Os trabalhos, apesar de seu local de origem, apresentam afinidades com a produção francesa do Art Noveau e ainda compartilham dos ideais modernistas da Semana de 22.
No ano de 1935, nosso artista foi convidado para trabalhar na Casa da Moeda no Rio de Janeiro, onde permaneceu até 1941. Nestes mais de cinco anos, desenhou moedas, notas, selos, apólices, dentre outros trabalhos, os quais permanecem com pouco ou nenhum registro por parte dos historiadores da arte e que, a exemplo de seus desenhos integrantes do acervo do Museu Histórico do Pará, apresentam grande possibilidade de conter imagens de animais e plantas do extremo norte do Brasil.
Manoel continuou a produzir até o final de sua vida em 25 de abril de 1984 na cidade do Rio de Janeiro.
Fonte: Maryclea Carmona Maués Neves.

Histórico do município: A história da cidade de Belém confunde-se com a própria história do Pará através de quatro séculos de formação e desenvolvimento.
Coube a Francisco Caldeira Castelo Branco, antigo Capitão-Mor do Rio Grande do Norte, um dos heróis da expulsão dos franceses do Maranhão, a honra de comandar uma expedição de 200 homens com o objetivo de afastar do litoral norte os corsários estrangeiros e iniciar a colonização do ‘Império das Amazonas’.
Em 12 de janeiro de 1616, a cidade de Belém foi fundada por Francisco Caldeira Castelo Branco. Lançou os alicerces da cidade no lugar hoje chamado de Forte do Castelo. Ali edificou um forte de paliçada, em quadrilátero feito de taipa de pilão e guarnecido de cestões. Essa fortificação teve inicialmente o nome de Presépio, hoje o histórico Forte do Castelo. Em seu interior, foi construída uma capela, sendo consagrada a Nossa Senhora da Graça. Ao redor do forte começou a formar-se o povoado, que recebeu então a denominação de Feliz Lusitânia, sob a invocação de Nossa Senhora de Belém.
Nesse período ocorreram guerras, em decorrência do processo de colonização através da escravização das tribos indígenas Tupinambás e Pacajás e da invasão dos holandeses, ingleses e franceses. Vencidas as lutas com os invasores, a cidade perdera a denominação de Feliz Lusitânia, passando a ser Nossa Senhora de Belém do Grão Pará.
Em 1650, as primeiras ruas foram abertas, todas paralelas ao rio. Os caminhos transversais levavam ao interior. Era maior o desenvolvimento para o lado Norte, onde os colonos levantaram as suas casas de taipa, dando começo à construção do bairro chamado de Cidade Velha. Na parte sul, os primeiros habitantes foram os religiosos capuchos de Santo Antonio.
Em 1676, chegaram, da ilha dos Açores, 50 famílias de agricultores, no total de 234 pessoas. Nessa época, destaca-se a construção da Fortaleza da Barra e do Forte de São Pedro Nolasco.
No século dezoito, a cidade começou a avançar para a mata, ganhando distância do litoral. Belém constituía-se não apenas como ponto de defesa, mas também centro de penetração do interior e de conquista do Amazonas.
A abertura dos rios Amazonas, Tocantins, Tapajós, Madeira e Negro para a navegação dos navios mercantes de todas as nações, no século XIX, após o período colonial, contribuiu para o desenvolvimento da capital paraense.
No início do século XX, ocorreu grande avanço na cidade de Belém, porém a crise do ciclo da borracha e a I Guerra Mundial influenciaram a queda desse processo de desenvolvimento.
Fonte: IBGE.

MAIS INFORMAÇÕES:
Maryclea Carmona Maués Neves
Fundação Romulo Maiorana


Deixe um Comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *