Belém – Antiga Residência do Intendente Antônio Lemos


Imagem: Google Street View

A Antiga Residência do Intendente Antônio Lemos, em Belém, foi tombada pelo Departamento de Patrimônio do Estado do Pará.

Governo do Estado do Pará
DPHAC – Departamento de Patrimônio Histórico Artístico e Cultural
Nome Atribuído: Imóvel da Antiga “Residência do Intendente Antônio Lemos” (Atual Sede do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE)
Localização: Av. Gentil Bittencourt, n° 418 – Batista Campos – Belém-PA
Data de Tombamento: 04/08/1999

Descrição: Indiferentes às críticas, divulgadas nos periódicos locais e na forma de charges, os paraenses, de hábitos até então conservadores e limitadas aspirações, tentaram espelhar-se na França fin-de-siècle. No entanto, como o Brasil não passara por um processo de formação social, cultural e simbólica tal como o vivido na França, o que se manifestou na sociedade belenense como um clima belle époque foi um novo estado de espírito, uma contagiante alegria de viver, uma verdadeira euforia diante de tanto dinheiro. Muitas vezes sem consciência disso, e subordinando-se tanto no plano econômico quanto no intelectual, a elite da borracha encantou-se pelo francesismo que dominou o panorama espiritual da Amazônia durante o ciclo gomífero, parecendo criar ali a sua “Paris tropical”.
O embelezamento da capital paraense promovido pelo intendente Antônio Lemos não ficou restrito ao centro da  cidade. Em alguns bairros, os mais próximos do centro, onde o capim e o mato predominavam, ou em outros até então alagados, despontaram suntuosas praças decoradas esteticamente com fontes, estátuas de bronze, petit bronze, pontes sobre lagos artificiais, cascatas, repuxos de água, bancos, coretos de ferro fundido, além de outros mobiliários urbanos.
Árvores frondosas sombreavam e tornavam mais aprazíveis os logradouros ajardinados com numerosas flores e vegetação tropical.
Belém guarda ainda, da época de Lemos, muita decoração art nouveau em bronze e em ferro. A quase totalidade desses materiais era importada da Europa, pois o Brasil ainda não dispunha de tecnologia para a sua produção. Esse tipo de decoração guarnece gradis, portões, janelas, escadarias e grimpas, completando de modo artístico e suave as edificações.
Fonte: IPHAN.

Information: Indifferent to the criticism published on local papers and in the form of cartoons, the paraenses*, formerly a people of conservative customs and limited aspirations, now tried to mirror themselves in fin-de-siècle France.
However, since Brazil had not undergone a social, cultural and symbolic development such as the one experienced in France, the Belle Époque atmosphere as it was manifested in the society of Belém was simply a new state of mind, a contagious joie-de-vivre, true euphoria in the face of big money. Often unaware of that, and subordinating themselves both in the economic and intellectual fields, the rubber elite was charmed by the Gallicism that dominated the spiritual panorama of the Amazon during the rubber cycle, seemingly creating its own “tropical Paris”.
The beautification of the capital of Pará undertaken by intendant Antônio Lemos was not restricted to the city center. In some boroughs near downtown Belém, where wild grass and greenery predominated, or even in swampy areas, sumptuous squares arose, decorated with fountains, bronze statues, petit bronze, bridges over artificial ponds, cascades, water jets, benches, cast iron bandstands, besides other sorts of urban furniture. Leafy trees shaded garden spaces and made them more enjoyable, with several species of flowers and tropical vegetation.
Belém still keeps plenty of the Art Nouveau decoration from Lemos’ times, in iron and bronze. Almost all of this material was imported from Europe, since Brazil lacked the production technology at the time. This type of decoration garnishes railings, gateways, windows, staircases and weather vanes, finishing the buildings with subtlety and art.
Fonte: IPHAN.

Histórico do município: A história da cidade de Belém confunde-se com a própria história do Pará através de quatro séculos de formação e desenvolvimento.
Coube a Francisco Caldeira Castelo Branco, antigo Capitão-Mor do Rio Grande do Norte, um dos heróis da expulsão dos franceses do Maranhão, a honra de comandar uma expedição de 200 homens com o objetivo de afastar do litoral norte os corsários estrangeiros e iniciar a colonização do ‘Império das Amazonas’.
Em 12 de janeiro de 1616, a cidade de Belém foi fundada por Francisco Caldeira Castelo Branco. Lançou os alicerces da cidade no lugar hoje chamado de Forte do Castelo. Ali edificou um forte de paliçada, em quadrilátero feito de taipa de pilão e guarnecido de cestões. Essa fortificação teve inicialmente o nome de Presépio, hoje o histórico Forte do Castelo. Em seu interior, foi construída uma capela, sendo consagrada a Nossa Senhora da Graça. Ao redor do forte começou a formar-se o povoado, que recebeu então a denominação de Feliz Lusitânia, sob a invocação de Nossa Senhora de Belém.
Nesse período ocorreram guerras, em decorrência do processo de colonização através da escravização das tribos indígenas Tupinambás e Pacajás e da invasão dos holandeses, ingleses e franceses. Vencidas as lutas com os invasores, a cidade perdera a denominação de Feliz Lusitânia, passando a ser Nossa Senhora de Belém do Grão Pará.
Em 1650, as primeiras ruas foram abertas, todas paralelas ao rio. Os caminhos transversais levavam ao interior. Era maior o desenvolvimento para o lado Norte, onde os colonos levantaram as suas casas de taipa, dando começo à construção do bairro chamado de Cidade Velha. Na parte sul, os primeiros habitantes foram os religiosos capuchos de Santo Antonio.
Em 1676, chegaram, da ilha dos Açores, 50 famílias de agricultores, no total de 234 pessoas. Nessa época, destaca-se a construção da Fortaleza da Barra e do Forte de São Pedro Nolasco.
No século dezoito, a cidade começou a avançar para a mata, ganhando distância do litoral. Belém constituía-se não apenas como ponto de defesa, mas também centro de penetração do interior e de conquista do Amazonas.
A abertura dos rios Amazonas, Tocantins, Tapajós, Madeira e Negro para a navegação dos navios mercantes de todas as nações, no século XIX, após o período colonial, contribuiu para o desenvolvimento da capital paraense.
No início do século XX, ocorreu grande avanço na cidade de Belém, porém a crise do ciclo da borracha e a I Guerra Mundial influenciaram a queda desse processo de desenvolvimento.
Fonte: IBGE.

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