Belém – Chalé de Ferro da Antiga Residência de Eugênio da Silva Gaspar


Imagem: UFPA

O Chalé de Ferro da Antiga Residência de Eugênio da Silva Gaspar, em Belém, foi tombado pelo Departamento de Patrimônio do Estado do Pará.

Governo do Estado do Pará
DPHAC – Departamento de Patrimônio Histórico Artístico e Cultural
Nome Atribuído: Chalé de Ferro da Antiga Residência de Eugênio da Silva Gaspar (Imprensa Oficial do Estado)
Localização: R. Augusto Corrêa, s/n – Universidade federal do Pará – Belém-PA
Data de Tombamento: 02/07/1982

Descrição: O antigo Chalé de Ferro da Avenida Almirante Barroso onde funcionou a Imprensa Oficial do Estado até 1985, de pré-fabricação metálica e de produção européia representava um momento de influência estrangeira no Estado e no país, e marco singular na arquitetura brasileira, pois, constitui-se um dos três únicos exemplares de arquitetura residencial pré-fabricada e importada no país.

Os três chalés – o da Imprensa Oficial, o da Generalíssimo Deodoro onde funcionou o Instituto Brasileiro do Café e posteriormente o Instituto Hidroterápico, e o do falecido senador Álvaro Adolfo da Silveira, localizado na Avenida Almirante Barroso onde também funcionou a sede do Clube Monte Líbano, todos da mesma origem foram produzidos por Walter Mc Farlane e suas instalações nesta capital datam do final do século XIX.

No fin-de-siècle, a Amazônia vivia o boom da borracha e Belém necessitava de construções imediatas, objetivas. Entretanto, o Brasil passava por uma época de transição política e ressentia-se de técnica e mão-de-obra especializadas em construção civil. Então absorvia os inventos e padrões utilizados na Europa e E.U.A., criados durante a Revolução industrial. Fez, portanto, a opção pelas estruturas em módulos de ferro. Esses imóveis, escolhidos através de catálogos, eram importados e aqui instalados em tempo recorde.

Os três chalés possuem, no contexto geral, as mesmas características. O modelo da Imprensa Oficial é o que apresentava, entre os três citados, as linhas arquitetônicas mais simples e menos rebuscadas, contrariando, inclusive, os padrões art-noveau muito em vigor na época. Entretanto, afora análises de estética arquitetônica, estes prédios representavam as primeiras construções pré-fabricadas bem sucedidas, com durabilidade comprovada.

Os chalés foram instalados para servirem de habitação a técnicos e engenheiros de determinadas empresas inglesas. O da Imprensa Oficial situava-se bem afastado do centro da cidade, à Estrada de Ferro de Bragança, depois Tito Franco e hoje Av. Almirante Barroso, no Marco da Légua, atual Bairro do Marco. Depois de moradia serviu como instalação provisória da polícia Militar, em 1932. Foi em seguida abandonado e, em 1946, instalouse ali o Departamento de Estradas de Rodagem que lá permaneceu até 1957.

Finalmente o chalé foi doado à Imprensa Oficial do Estado e, em 1964, este órgão público ali se instalou até 1985. E, posteriormente tombado e doado à Prefeitura de Belém para ser remontado no campus da UFPa. Inicialmente, como residência, obedecia ao costume inglês, por sua localização distante do centro da cidade, o que combinava muito bem com o bucolismo nortista refletido em sua frente avarandada.
Assemelhava-se, assim, a uma “rocinha”. E o que reforçava mais ainda este aspecto era o seu imenso jardim de árvores frondosas, geralmente frutíferas, da Amazônia, que proporcionavam boa sombra sobre os largos gramados ao gosto de seus moradores estrangeiros.

A área, cercada por muros em grades de ferro ao modelo da época, compunha uma trilogia casa-jardim-rua, elementos que integrados mantinham a inteira privacidade da moradia. Fonte: UFPA.

Histórico do município: A história da cidade de Belém confunde-se com a própria história do Pará através de quatro séculos de formação e desenvolvimento.
Coube a Francisco Caldeira Castelo Branco, antigo Capitão-Mor do Rio Grande do Norte, um dos heróis da expulsão dos franceses do Maranhão, a honra de comandar uma expedição de 200 homens com o objetivo de afastar do litoral norte os corsários estrangeiros e iniciar a colonização do ‘Império das Amazonas’.
Em 12 de janeiro de 1616, a cidade de Belém foi fundada por Francisco Caldeira Castelo Branco. Lançou os alicerces da cidade no lugar hoje chamado de Forte do Castelo. Ali edificou um forte de paliçada, em quadrilátero feito de taipa de pilão e guarnecido de cestões. Essa fortificação teve inicialmente o nome de Presépio, hoje o histórico Forte do Castelo. Em seu interior, foi construída uma capela, sendo consagrada a Nossa Senhora da Graça. Ao redor do forte começou a formar-se o povoado, que recebeu então a denominação de Feliz Lusitânia, sob a invocação de Nossa Senhora de Belém.
Nesse período ocorreram guerras, em decorrência do processo de colonização através da escravização das tribos indígenas Tupinambás e Pacajás e da invasão dos holandeses, ingleses e franceses. Vencidas as lutas com os invasores, a cidade perdera a denominação de Feliz Lusitânia, passando a ser Nossa Senhora de Belém do Grão Pará.
Em 1650, as primeiras ruas foram abertas, todas paralelas ao rio. Os caminhos transversais levavam ao interior. Era maior o desenvolvimento para o lado Norte, onde os colonos levantaram as suas casas de taipa, dando começo à construção do bairro chamado de Cidade Velha. Na parte sul, os primeiros habitantes foram os religiosos capuchos de Santo Antonio.
Em 1676, chegaram, da ilha dos Açores, 50 famílias de agricultores, no total de 234 pessoas. Nessa época, destaca-se a construção da Fortaleza da Barra e do Forte de São Pedro Nolasco.
No século dezoito, a cidade começou a avançar para a mata, ganhando distância do litoral. Belém constituía-se não apenas como ponto de defesa, mas também centro de penetração do interior e de conquista do Amazonas.
A abertura dos rios Amazonas, Tocantins, Tapajós, Madeira e Negro para a navegação dos navios mercantes de todas as nações, no século XIX, após o período colonial, contribuiu para o desenvolvimento da capital paraense.
No início do século XX, ocorreu grande avanço na cidade de Belém, porém a crise do ciclo da borracha e a I Guerra Mundial influenciaram a queda desse processo de desenvolvimento.
Fonte: IBGE.

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UFPA


1 comments

  1. Olá!! Texto interessantíssimo acerca do Chalé, sem dúvidas uma das construções mais bonitas da UFPA!
    Estou enviando esse comentário com a curiosidade sobre as fontes e a bibliografia dessa publicação, espero poder ler mais sobre. Desde já, grata!

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