Belém – Colégio Estadual Paes de Carvalho


Imagem: Google Street View

O Colégio Estadual Paes de Carvalho, em Belém, foi tombado pelo Departamento de Patrimônio do Estado do Pará.

Governo do Estado do Pará
DPHAC – Departamento de Patrimônio Histórico Artístico e Cultural
Nome Atribuído: Colégio Estadual Paes de Carvalho e Área de Entorno
Localização: Trav. Praça Saldanha Marinho, nº 10 – Campina – Belém-PA
Data de Tombamento: 01/11/1982

Descrição: Inaugurado em 28 de julho de 1841, oColégio Estadual Paes de Carvalho (CEPC),com seus mais de 170 anos, figura como um importante centro de formação da intelectualidade paraense desde o século XIX. De seu corpo docente e discente, saíram grandes nomes da história do Estado do Pará, dentre eles, educadores influentes no campo teórico e político, médicos,jornalistas, escritores,advogados, diversos governadores, ministros e demais cargos públicos, como Clóvis Moraes Rego, Dalcídio Jurandir, Gaspar Viana, Lauro Sodré, Justo Chermont, entre outros.
Toda a trajetória que foi e, ainda hoje, vem sendo construída pelo Colégio Estadual Paes de Carvalho,consolidou a tradição que permeia a instituição,sobretudo nos seus anos áureos, que Ribeiro (2013, p. 58) define como o

[…] passado glorioso, da era de ouro quando o colégio foi referência em qualidade do ensino, respeitado e reconhecido local, regional e nacionalmente, por ter formado grandes nomes da cena pública paraense, por ter o melhor e mais competente corpo docente; rememora, ainda, as vitórias e prêmios conquistados, tudo por que um dia foi equiparado ao colégio da Corte, o Pedro II. (RIBEIRO, 2013, p. 58).

Clóvis Moraes Rego, que foi professor da instituição a partir da década de 1940, ressalta outro fator importante a ser considerado quando se pensa a construção da tradição do Colégio Paes de Carvalho, o tão ostentado “ensino de qualidade”, por ter seucorpo docente caracterizado por ele como “um viveiro de eruditos, de iluminados, de gigantes pelo saber e pela opulência moral. O acesso aos novos não era fácil senão quase impossível. Tentá-lovalia arriscar-se a duro e penoso crivo” (REGO, 2002, p. 43). Pode-se inferir, então, que este rigor na seleção de seus educadores proporcionava aos que passavam pelo “duro e penoso crivo” um status social, sobretudo em determinados períodos históricos, comono caso da Primeira República.

Ainda que possa parecer ter perdido a força de sua tradição com o tempo e consequentes mudanças culturais, o CEPC guarda elementos que a sustentam, tais como seus traços arquitetônicostombados pelo Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN); as escadas diferenciadas para alunos do sexo feminino e masculino; a atenção dedicada às apresentações nos desfiles escolares;o tradicional uniforme –calça azul marinho, blusabranca e sapatos pretos para os rapazes, saia plissada azul marinho, blusa branca, sapatos pretos e meias brancas para as moças –que, apesar de mantido, é reinventado cotidianamente pelos alunospor meio de customizações e uso de acessórios (RIBEIRO, 2013).
Fonte: Bianca Ferreira de Oliveira.

Histórico do município: A história da cidade de Belém confunde-se com a própria história do Pará através de quatro séculos de formação e desenvolvimento.
Coube a Francisco Caldeira Castelo Branco, antigo Capitão-Mor do Rio Grande do Norte, um dos heróis da expulsão dos franceses do Maranhão, a honra de comandar uma expedição de 200 homens com o objetivo de afastar do litoral norte os corsários estrangeiros e iniciar a colonização do ‘Império das Amazonas’.
Em 12 de janeiro de 1616, a cidade de Belém foi fundada por Francisco Caldeira Castelo Branco. Lançou os alicerces da cidade no lugar hoje chamado de Forte do Castelo. Ali edificou um forte de paliçada, em quadrilátero feito de taipa de pilão e guarnecido de cestões. Essa fortificação teve inicialmente o nome de Presépio, hoje o histórico Forte do Castelo. Em seu interior, foi construída uma capela, sendo consagrada a Nossa Senhora da Graça. Ao redor do forte começou a formar-se o povoado, que recebeu então a denominação de Feliz Lusitânia, sob a invocação de Nossa Senhora de Belém.
Nesse período ocorreram guerras, em decorrência do processo de colonização através da escravização das tribos indígenas Tupinambás e Pacajás e da invasão dos holandeses, ingleses e franceses. Vencidas as lutas com os invasores, a cidade perdera a denominação de Feliz Lusitânia, passando a ser Nossa Senhora de Belém do Grão Pará.
Em 1650, as primeiras ruas foram abertas, todas paralelas ao rio. Os caminhos transversais levavam ao interior. Era maior o desenvolvimento para o lado Norte, onde os colonos levantaram as suas casas de taipa, dando começo à construção do bairro chamado de Cidade Velha. Na parte sul, os primeiros habitantes foram os religiosos capuchos de Santo Antonio.
Em 1676, chegaram, da ilha dos Açores, 50 famílias de agricultores, no total de 234 pessoas. Nessa época, destaca-se a construção da Fortaleza da Barra e do Forte de São Pedro Nolasco.
No século dezoito, a cidade começou a avançar para a mata, ganhando distância do litoral. Belém constituía-se não apenas como ponto de defesa, mas também centro de penetração do interior e de conquista do Amazonas.
A abertura dos rios Amazonas, Tocantins, Tapajós, Madeira e Negro para a navegação dos navios mercantes de todas as nações, no século XIX, após o período colonial, contribuiu para o desenvolvimento da capital paraense.
No início do século XX, ocorreu grande avanço na cidade de Belém, porém a crise do ciclo da borracha e a I Guerra Mundial influenciaram a queda desse processo de desenvolvimento.
Fonte: IBGE.

MAIS INFORMAÇÕES:
Bianca Ferreira de Oliveira


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