Belo Horizonte – Conjunto IAPB


O Conjunto IAPB, em Belo Horizonte – MG, foi tombado pela importância histórica, arquitetônica e cultural.

FMC – Fundação Municipal de Cultura
Nome atribuído: Conjunto IAPB
Localização: R. Carvalho de Almeida, nº 38-48-64 e R. Bernardo Mascarenhas, nº 357-375-393 – Belo Horizonte-MG

Ficha técnica:
Arquiteto: A. M. Gusmão
Uso: Residencial
Cliente: Instituto de Previdência e Aposentadoria dos Bancários
Ano: 1953/1955
Estilo: eclético tardio de influências diversas
Endereço: R. Carvalho de Almeida, 38, Cidade Jardim
Acesso: não
Tombamento: tombamento isolado municipal
Fonte: ArqBH.

Descrição: RNesse mesmo cenário dar-se-ia o início da atuação do Instituto de Aposentadoria e Pensão dos Industriários (IAPI) em Belo Horizonte, a partir do ano de 1944 até 1951, com a construção do Conjunto Residencial São Cristóvão/IAPI, que seria inaugurado em 1º de maio de 1948, numa atuação ainda marcada pela existência daqueles dois modelos de habitação social que indicamos anteriormente. O conjunto teria sua construção iniciada durante a gestão de Juscelino Kubitschek na Prefeitura Municipal, fazendo parte de um projeto mais amplo de desenvolvimento urbano, e significando uma espécie de contraponto às obras modernistas da Pampulha. Neste caso, além de constituir sua construção num passo necessário para a modernização da cidade, tratava-se de uma importante iniciativa de cunho social e político.
O Conjunto IAPI constituiria o caso mais expressivo de um programa de habitação social desenvolvido para os trabalhadores em Belo Horizonte. Com a elaboração do projeto pelos engenheiros White Lírio da Silva, José Barreto de Andrade e Antônio Neves, o desenvolvimento do empreendimento ficaria a cargo da Companhia Auxiliar de Serviços de Administração/S.A. (CASA), do Rio de Janeiro, através do estabelecimento de um contrato com a Prefeitura Municipal. Neste contrato, a Prefeitura doaria um terreno de sua propriedade com aproximadamente 70.000m², que abrigava cerca de 3.000 pessoas ente imigrantes, operários e mendigos, na região da Pedreira Prado Lopes, entre os Bairros Lagoinha e São Cristóvão. O terreno, próximo ao centro da cidade, exigiria a aplicação de poucos recursos econômicos para a sua urbanização, tornando possível a absorção da população carente ali residente. Firmado o contrato entre o IAPI, a Prefeitura Municipal e a CASA, em 29 de novembro de 1940, seriam dados os primeiros passos para a realização do empreendimento. Neste contexto, seriam estabelecidas as condições para a localização do bairro popular, delimitado pelas avenidas Pedro I, rua Araribá, avenida José Bonifácio e avenida Antônio Carlos, em terreno com área total de 56.000 m².
A inauguração do empreendimento repercutiria em todo o país como uma iniciativa importante para a solução do problema habitacional nos grandes centros urbanos. Assim, o bairro popular, como ficou conhecido, possibilitaria a redução dos custos da urbanização da área e da construção das unidades habitacionais e seria considerado o maior empreendimento dessa natureza do país.
Configurado pela implantação de nove blocos residenciais, com área de lazer comum, além de área verde circundante, o conjunto abrigaria cerca de 6.000 habitantes em suas 928 unidades, que seriam alocadas aos funcionários da Prefeitura e associados do IAPI. Pela primeira vez na cidade se proporia um conjunto habitacional vertical, muitas vezes anunciado como o conjunto moderno.
Não se pode deixar de considerar ainda a própria trajetória histórica e cultural, tanto do conjunto como também da região em que está inserido, o tradicional bairro da Lagoinha, que é quase um paradigma de como as intervenções públicas efetuadas sem o devido cuidado podem afetar de forma negativa tanto as condições objetivas da qualidade de vida urbana, quanto a identidade sócio-cultural das populações atingidas. Desta forma, poderíamos somar à sua trajetória, a situação de esquecimento a que a historiografia destinou a produção arquitetônica dos IAPs, para tentar compreender porque um conjunto tão significativo, vai se encontrar numa situação de grande penúria. Basta observar os levantamentos realizados no processo de tombamento do conjunto, que apontam a situação de degradação dos espaços de uso comum e grande parte das fachadas dos blocos. Neste sentido, o mau estado de conservação transmitiria a imagem de abandono, tão marcante no Conjunto IAPI hoje em dia. Somar-se-ia a isto também as questões relativas à realidade sócio-econômica do conjunto, constituída por uma população idosa, com renda e escolaridade baixas, no entanto, com forte organização social e comunitária.
Fonte: Araújo; Castriota.

Reforma: Primeiro conjunto popular da capital, o Residencial São Cristóvão, mais conhecido como IAPI (Instituto de Aposentadoria e Pensão dos Industriários), passa por reformas estruturais. Desgastadas pelo tempo – a construção tem 58 anos – as tubulações em ferro de água e esgoto dos nove blocos de apartamentos estão sendo substituídas por material de PVC. O piso da área interna de cada um dos blocos também será trocado. As obras, em caráter de urgência em alguns prédios, ocorrem logo após a revitalização da área pública, promovida pela Prefeitura de Belo Horizonte (PBH). Animados com a valorização do conjunto arquitetônico, inserido na Área de Diretrizes Especiais (ADE) da Lagoinha, os moradores já se mobilizam para garantir a pintura das fachadas.
Fonte: Jeanette Santos.

MAIS INFORMAÇÕES:
ArqBH
Jeanette Santos
Araújo; Castriota


1 comments

  1. Maria Ângela dos santos |

    Após o tombamento do conjunto IAPB do bairro Cidade jardim na rua Almeida de Carvalho nº 38-48-64 e na rua Bernado Mascarenhas nº 357-375-393 em Belo Hozizonte MG . Vai haver uma restauração do prédio ou ele vai continuar se deteriorando? Qual é o comportamento obrigatório para os proprietários dos mesmos e da Prefeitura?

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