ipatrimônio

O Edifício Maranhão, em Belo Horizonte – MG, foi construído em 1946-1947 em estilo art decô com projeto de Raphael Hardy Filho.

FMC – Fundação Municipal de Cultura
Nome atribuído: Edifício Maranhão
Localização: Rua dos Tupinambás, nº 360/364 – Belo Horizonte-MG
Uso Atual: Térreo: Agência do Banco Itaú
Cadastro Municipal

Descrição: Edificação construída em 1946-1947 em estilo art decô com projeto de Raphael Hardy Filho (24/01/1917 – 06/02/2005) e inaugurado em 1948 é um exemplar relevante da arquitetura belo-horizontina, transitando entre o Art déco e o Protomodernismo.

Localizado na rua Tupinambás, entre Espírito Santo e Rio de Janeiro, o trânsito é basicamente local, sem a circulação de coletivos nesse trecho. A sensação é de estar em uma ilha de tranquilidade, sem barulho e poluição, no coração de Belo Horizonte.

O clássico e amplo hall de entrada com pé direito duplo — decorado com fotografias antigas do centro de Belo Horizonte em que o Edifício Maranhão aparece —, tem piso e barrado em mármore, alvenaria superior com marcação de bossagem e cornija volumosa emoldurando o perímetro da área; nos pontos de luz nos tetos, pendem lustres originais, transmitindo imponência e sobriedade.

Nos andares, o hall dos elevadores e área comum tem como única alteração o piso vinílico colocado na década de 1960 sobre o original de granilite. Tudo o mais, incluindo os painéis e portas são os originais, em madeira maciça.

Internamente às unidades, o piso tem tacos de peroba do campo e os banheiros têm meia parede revestida de azulejos brancos; a área do antigo terraço (onde é possível instalar condensadoras de ar condicionado) recebe piso de ladrilho sextavado vermelho. Pelas características do projeto e construção, é possível retirar as divisões de alvenaria entre as unidades para criar conjuntos amplos.

O prédio encontra-se em ótimo estado de conservação. Visita recente de servidores da Diretoria de Patrimônio Cultural e Arquivo Público da Prefeitura do Município de Belo Horizonte – DPAM/PBH anotou o especial cuidado com a manutenção do imóvel.

Os andares tipo estão entre o 2º e 12º andar e são divididos em ala frontal e posterior através de uma circulação em “T”. A ala frontal, de unidades com numeração ímpar, é composta por três salas menores (com numeração terminada em 01, 03 e 05, com 27,58 metros quadrados de área útil) e dois conjuntos, um com duas salas (composto pelas unidades de final 09 e 11, com 31,62 metros quadrados de área útil) e outro com três salas (final 07, com 49,98 metros quadrados de área útil).

A ala posterior do andar tipo, de unidades com numeração par, compõe-se de quatro salas menores (com numeração terminada em 02, 04, 06 e 08, com 27,47 metros quadrados de área útil) e um conjunto com três salas (final 10, com 51,58 metros quadrados de área útil). As salas e conjuntos possuem uma instalação sanitária; naquelas voltadas para as áreas de iluminação na lateral direita, um terraço coberto e fechado com vidro.

No 13º andar a construção estreita. O recuo frontal reduz a área e o número de salas, criando aí uma varanda para onde se abrem duas salas da unidade 1307 (93,48 m2 de área útil). As unidades 1301, 1303 e 1305 têm 28,01 m2 de área útil cada. A ala posterior também sofre pequena redução na área das unidades de numeração par, com exceção da unidade 1310 que passa a ter 43,37 metros quadrados de área útil.

No 14º andar a construção estreita por novo recuo. A ala frontal passa a ter apenas três unidades sendo que as unidades de final 01, 03 passam a ter 18,20 e 19,76 metros quadrados de área útil, respectivamente, enquanto a unidade 1405, com 60,70 m2 de área útil tem acesso exclusivo ao terraço. A ala posterior também tem redução de área e a unidade de final 10 passa a ser uma sala de 17,15 m2 de área útil.

O 15º andar mantém o alinhamento com o andar anterior, sendo que a unidade 1505 é ligeiramente maior que as unidades de final 05 dos andares tipo.
Fonte: Flavio Krutman.

FOTOS: