Betim – Colégio Comercial Betinense


Imagem: Google Street View

O Colégio Comercial Betinense foi tombado pela Prefeitura Municipal de Betim-MG por sua importância cultural para a cidade.

Prefeitura Municipal de Betim-MG
Nome atribuído: Colégio Comercial Betinense (encontramos inscrição no livro do tombo número I em nome de “Colégio Minas Gerais” – Deliberação de 13/fev/1998)
Outros Nomes: Colégio Comercial Betinense, Antigo Grupo Escolar Afonso Pena, Museu Paulo Gontijo
Localização: Alameda Maria Turíbia de Jesus, esquina com Av. Amazonas – Centro Antigo de Capela Nova – Betim-MG
Decreto de Tombamento: Deliberação:13/02/1998. Inscrição no Livro do Tombo nº I. Publicado no “Minas Gerais – Diário do Executivo, Legislativo e publicações de terceiros”: 16/04/1998
Dossiê de Tombamento

Descrição: A edificação em questão, em cujas dependência funciona hoje o “Colégio Comercial Betinense”, localiza-se no centro de Betim, na confluência das avenidas Amazonas e Governador Valadares, dando também para a Alameda Maria Turíbia de Jesus. Localizada estrategicamente num ponto central da cidade, esta edificação tem este atributo ainda mais reforçado pela existência em sua frente do “Monumento Comemorativo da Criação do Município”, de 1938, à Avenida Governador Valadares.
Esta importância, no entanto, fica um tanto quanto diluída devido ao quadro em que se apresenta o seu entorno imediato: área movimentada e com trânsito pesado, edificações comerciais com excesso de anúncios e, principalmente, a existência de um “camelódromo” que ocupa a Alameda Maria Turíbia, criando uma estrutura com cobertura de lona e plástico na área imediatamente contígua à edificação.
Além disso, é importante destacar a presença de um muro alto que, embora proteja a edificação, faz com que essa quase não seja percebida ao nível do pedestre.
Sua implantação num terreno de esquina é bastante peculiar: embora paralela à Avenida Governador Valadares, não mantém a mesma posição em relação à Avenida Amazonas, levando a se supor uma mudança na posição do arruamento. Sua entrada principal dá-se pela Avenida Governador Valadares, face na qual guarda um afastamento frontal de aproximadamente seis metros.
Quanto à edificação propriamente dita, trata-se de um exemplar de relevante interesse arquitetônico, do início do século, construída em um só piso. Apresenta planta quadrada, constituída de quatro salas de aula, com apêndice que abriga os banheiros e um depósito. Sua cobertura é em telhado de quatro águas com pequeno beiral em caibro corrido, arrematado por calha e telhas do tipo francesa. Possui puxado posterior, formando avarandado estruturado com pilares de madeira e com cobertura em telhas do tipo capa e canal. O acesso à edificação é feito através de degraus que conduzem a essa varanda.
Nas partes lateral e posterior do terreno foram construídos anexos, de planta retangular, onde estão a Secretaria, Diretoria e Cantina do Colégio, além de mais três salas de aula. Esses anexos, que constituem construções bastante precárias, encontramse coberto com telhado de uma água.
Construída na primeira década do século, à época do ecletismo, a edificação apresenta traços dessa corrente estilística. Assim, há uma clara valorização da fachada principal, cuja composição é muito mais elaborada que a das demais. A fachada principal possui quatro vãos emoldurados em massa com vergas retas e trabalhadas na sobre-verga com relevos retilíneos e vedados com folhas cegas em madeira. Esta fachada é arrematada com cimalha em massa, encontrando-se nela também o detalhe do nome da instituição. Além disso, é a única que apresenta uma moldura no meio da parede, logo abaixo da janela, que morre logo na virada das fachadas laterais.
As outras fachadas apresentam tratamento bem mais simples, possuindo acabamento em beiral, além de serem também circundadas por um puxado avarandado. As fachadas laterais esquerda e direita apresentam ainda aberturas em vergas retas acima da varanda, cuja função, provavelmente, é a de melhorar a ventilação interna da edificação de alto pé-direito.
Além disso, é importante perceber como a edificação analisada encontra-se levantada do solo, traço que se desenvolveu nas edificações no Brasil no século XIX. A sua estrutura é em paredes de alvenaria autoportante, como também era comum à época.
A edificação encontra-se hoje sub-utilizada, encontrando-se inclusive uma de suas salas hoje servindo como depósito. Internamente as salas de aula são amplas: as salas 01 e 02 medem aproximadamente 5,85 x 7,95 metros, enquanto as salas 03 e 04 medem aproximadamente 5,94 x 5, 96 metros. (Cf. “Levantamento da edificação”) Cada uma das salas existentes apresenta uma porta que abre para a varanda lateral. Há vestígios de ligações internas entre as salas, hoje desaparecidos. Os pisos das salas de aula é em tábua corrida rústica. Quanto ao forro, há salas que não o possuem, enquanto outras possuem forros em tábuas finas de madeira ou em madeira compensada,
posterior.
Quanto ao estado de conservação é necessário observar que a baixa utilização da edificação, bem como as sucessivas intervenções sobre a mesma e sua manutenção deficiente têm prejudicado bastante o imóvel, que só não se encontra mais deteriorado devido à qualidade da construção.
Fonte: Dossiê de Tombamento.

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Prefeitura Municipal


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