Borda da Mata – Estação Ferroviária da Estrada de Ferro Sapucaí


Imagem: Google Street View

A Estação Ferroviária da Estrada de Ferro Sapucaí foi tombada pela Prefeitura Municipal de Borda da Mata-MG por sua importância cultural para a cidade.

Prefeitura Municipal de Botelhos-MG
Nome atribuído: Estação Ferroviária da Estrada de Ferro Sapucaí
Localização: R. Padre Bernardes Leite Ferreira – Borda da Mata-MG
Decreto de Tombamento: Decreto n° 1426/2006

Descrição: As pretensões da Estrada de Ferro Sapucaí não eram pequenas, é o que podemos depreender com a leitura do trecho seguinte, retirado do relatório do ano de 1892, assinado pelo seu presidente interino, Dr. Paulo César de Andrade:
“Uma vez concluída a linha tronco com os três ramais em território mineiro, a Cia Viação Férrea Sapucaí será uma das mais prósperas, senão a mais próspera empresa de viação Férrea no Brasil.
Basta considerar que ela tende a trazer diretamente ao porto do Rio de Janeiro, não só quase todas as produções dos vales do Rio Grande, Rio Verde e Rio Sapucaí, no sul do estado de Minas Gerais, que são de admirável uberdade, e onde a cultura do café e outros gêneros vai se desenvolvendo extraordinariamente, mas ainda, o que é mais importante, deve atrair, pela sua ligação com a rede da Cia Mogiana, a maior parte da produção da imensa zona cafeeira do Estado de São Paulo que se dirige hoje para o porto de Santos, percorrendo linhas de bitolas diferentes e pertencentes a empresas diversas, sujeita, portanto a baldeações e a fretes elevados.
Com o transporte do café daquela região, virá necessariamente o de outras mercadorias.
O movimento de cargas daquela companhia eleva-se a cerca de 200.000 toneladas por ano. Admitindo-se que metade apenas dessa quantidade seja atraída pela Companhia Viação Férrea Sapucaí terá esta um movimento de perto de 100.000 toneladas percorrendo toda a linha, o que a taxa média de 50000 dará a renda anual de 5.000:000$000.
Ajuntando-se o movimento de passageiros e o das mercadorias, próprio da zona da companhia, a renda excederá a 10.000:000$000 por ano, e tenderá a crescer, porque a região a que vai servir é quase toda nova. A despesa anual não atingirá a 3.000:000$000” (LIMA, 1934: 44 e 45).
Em 1895, novas estações foram entregues ao trafego, eram elas: Pouso Alegre, em 25 de março; Borda da Mata, em 1º de agosto; Francisco Sá, em 17 de dezembro; e a de Baependi, em 28 de setembro.
Os principais produtos exportados eram: café, pelas estações de Afonso Pena, Itajubá, Pouso Alegre, Piranguinho, Borda da Mata e Francisco Sá; fumo das estações de Afonso Pena, Itajubá, Pouso Alegre, Piranguinho, Cristina, Maria da Fé, Olegário Maciel, S. Ferraz e Ribeiro; gado suíno, de Pouso Alegre e Olegário Maciel; queijos, de Caxambu e Baependi; águas minerais de Caxambu; e toucinho, de Piranguinho, Cristina, Maria da Fé, Olegário Maciel, Baependi, Silvestre Ferraz e Ribeiro (LIMA, 1934).
Fonte: Fábio Francisco de Almeida Castilho.

Observação: A estação sofreu reforma que a modificou consideravelmente, conforme pode ser visto comparando foto atual com foto antiga.
Fonte: Sandra Schmitt Soster.

FOTOS:

MAIS INFORMAÇÕES:
Estações ferroviárias
Fábio Francisco de Almeida Castilho


Deixe um Comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *