Cáceres – Fazenda Descalvados


Imagem: Wikimapia

A Fazenda Descalvados,na cidade de Cáceres-MT, sediou uma indústria de caldo de carnes do séc. XIX, instalada por expansionistas belgas.

SEC – Secretaria de Estado da Cultura do Mato Grosso
Nome Atribuído: Fazenda Descalvados
Localização: Margem direita do Rio Paraguai, 135 Km abaixo da cidade – Cáceres-MT
Resolução de Tombamento: Portaria n° 43466, de 20/4/2001

Descrição: Fazenda histórica às margens do Rio Paraguai, localiza-se a cerca de 160 km ao sul de Cáceres, na margem direita do rio. Sediou uma indústria de caldo de carnes do século XIX, instalada por expansionistas belgas, que trouxeram de Liège máquinas a vapor pelo Rio Paraguai. Nesse período, toneladas de carne enlatada eram enviadas, por via fluvial, para os Estados Unidos e Europa.
Atualmente, a fazenda pertence a uma família de Cáceres e todo o parque industrial está desativado, parte em ruínas, como o grande galpão que foi demolido. Resistem em pé a escola, a agência dos correios e a Igreja de São Brás. A casa principal foi restaurada e transformada em pousada, que oferece atividades de educação ambiental e ecoturismo. A Fazenda Descalvados é tombada pela Secretaria de Estado de Cultura de Mato Grosso.
Fonte: Governo do Estado.

Descrição: Fazenda que se destacou no cenário da produção pecuarista, pois possuía em média 200 mil cabeças de gado e abatia 20 a 30 mil rezes anualmente. Sua especialidade era a produção do caldo de carne. Toda a sua produção era exportada para a Europa e os produtos secundários, como o charque, eram produzidos somente para o consumo. O primeiro proprietário da Fazenda foi João Carlos Pereira Leite que a obteve por doação em retribuição pela luta na Guerra do Paraguai. Em 1895, Jayme Cibils Buchareo novo proprietário, se associa a um grupo belga e a exploração toma feições de uma indústria extrativista; sua especialidade era a produção do caldo de carne bomillon, como também o extrato sólido de carne. Toda sua produção era exportada para a Europa. Descalvados, assim como as demais fazendas históricas e usinas de açúcar estão situadas na Bacia Pantaneira, às margens do rio Paraguai e, é um dos mais significativos testemunhos da dinamicidade histórica cultural de Mato Grosso, rico por sua diversidade, a Fazenda segue os mesmos padrões das grandes fazendas de sua época: “Casa Grande”, “Morada dos Colonos”, “Armazém”, “Igreja”, “Praça”, “Oficina”, “Casa para Administração”, “Curral”, “Matadouro”, “Galpão”. Atualmente abriga uma Unidade de Pesquisa da UNEMAT.
Fonte: Secult-MT.

MAIS INFORMAÇÕES:
Governo do Estado
Secult-MT


Comentários

  1. Gonzalo Monterroso |

    Nada se fala da presença de argentinos e uruguaios que contribuíram para a prosperidade de “Escalvado”. Foi o argentino Rafael del Sar quem comprou a sesmaria de Descalvados do maior João Carlos Pereira Leite, e montou uma charqueada similar daquelas que se desenvolviam corriqueiramente na região platina. Para melhor informação, sugiro a leitura do livro “Os Belgas na Fronteira Oeste do Brasil”, do pesquisador mato-grossense Domingos Sávio da Cunha Garcia (Fundação Alexandre de Gusmão, 2009). Segundo este livro, Jaime Civils Buxareo, citado na reportagem, era uruguaio. Cabe ainda mencionar que Descalvados ficava na rota fluvial do rio Paraguai, pois existia um serviço mais o menos regular de navegação entre Montevidéu, Buenos Aires e Cuiabá.

Deixe um Comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado.