Campo Largo – Engenho do Mate


Imagem: Prefeitura Municipal

O Engenho do Mate, em Campo Largo-PR, construído por volta de 1870, é o último remanescente da arquitetura rural de engenhos de soque de erva mate movidos a força hidráulica.

IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional
Nome atribuído: Engenho do Mate, Atual Museu do Mate com todo o aeu acervo e o terreno
Outros Nomes: Parque do Mate
Localização: Rod. BR-277, km 17 – Campo Largo-PR
Número do Processo: 1119-T-1984
Livro do Tombo Histórico: Inscr. nº 496, de 24/04/1985
Livro do Tombo Belas Artes: Inscr. nº 567, de 24/04/1985

Descrição: Exemplar de arquitetura rural construído por volta de 1870, é o ultimo remanescente dos inúmeros engenhos de soque de erva mate movidos a força hidráulica no Paraná. Apresenta planta quadrada e telhado de quatro águas em pavilhão. A técnica construtiva utilizada é a do pau-a-pique sobre embasamento de alvenaria de pedra. Foi restaurado entre 1980/1981. O tombamento abrange o acervo do museu e o seu terreno.
Fonte: Iphan.

CPC – Coordenação do Patrimônio Cultural
Nome Atribuído: Antigo Engenho de Mate da Rondinha
Outros Nomes: Parque do Mate, Museu do Mate, Moinho do Mate
Localização: BR-277, distrido de Rondinha – Campo Largo-PR
Número do Processo: 19/68
Livro do Tombo: Inscr. Nº 19-II, de 10/06/1968
Uso Atual: Museu / Parque do Mate

Descrição: A erva mate, a farinha de mandioca, a madeira das florestas, junto com as tropas de gado e muares, formaram as bases econômicas duradouras da colonização europeia no território paranaense e da própria existência do Paraná como Estado independente.
As técnicas primitivas consistiam em sapecar levemente os galhos de erva e depois levá-los para uma valeta, que continha brasas de cascas e galhos de pinheiro no fundo. Em cima era coberta por uma trama de gravetos formando uma grelha sobre a qual a erva era colocada para que secasse. Somente depois de seca era escolhida e colocada num pilão manual para ser triturada.
No final do séc. XVIII e início do XIX, surgiram engenhos de processamento de erva mate movidos por tração animal, trabalho escravo e força hidráulica. Estes engenhos seguiam basicamente os mesmos passos no beneficiamento tradicional: coleta da erva nativa, transporte dos feixes de erva em uma espécie de trenó puxado por cavalo no meio da mata, sapeco logo após a colheita e beneficiamento posterior com a secagem, seleção, moagem e peneiramento.
A diferença era que estes engenhos eram verdadeiros complexos de partes mecânicas esculpidas à mão por mestres marceneiros, sendo depois conectadas em barracões onde funcionariam. Um barracão construído em forma de círculo servia para a secagem e moagem da erva. Tinha o piso inferior de onde provinha o calor para secagem e no piso superior possuía um eixo horizontal cheio de lâminas de madeira (como um ouriço) que, ao girar em volta de um eixo motriz vertical, moía a erva.
O Moinho Velho localizado no município de Campo Largo construído em 1806 pelo Coronel Carlos José de Oliveira Franco e Souza servia para beneficiar erva mate, também conhecida com congonha.
Durante a década de 1870 foram construídos engenhos movidos por motores à vapor; a erva que era embalada em sacos feitos com couro de boi, denominados surrões de couro, que lhe estragavam o sabor. Com a vinda de imigrantes tanoeriros, passou a ser embalada em barricas e os engenhos tomam definitivamente a feição de indústrias de chimarrão. Essas mudanças aumentaram a produtividade, a qualidade e durabilidade do produto paranaense.
Os velhos engenhos movidos por força muscular ou hidráulica, tornaram-se obsoletos, não podendo competir com a nova tecnologia, organização da produção, qualidade e preço do produto industrial.
Em 1896 a família Marchioratto era proprietária do velho engenho de mate do bairro da Rondinha e o adaptou para moer milho. Como curiosidades, muitos dos pinheiros derrubados no Paraná, não serviram para abrir pasto ou para beneficiamento de sua madeira, mas sim para que sua casca e galhos fossem utilizados no fabrico da erva-mate, deixando as toras apodrecerem, restando somente os nós de pinho, mais resistentes, que hoje queimamos nas churrasqueiras e lareiras. Pela versatilidade da construção, para aproveitar a energia hidráulica, alguns engenhos não somente beneficiavam erva-mate, mas também tinham divisões onde a força hidráulica impulsionava o maquinário de uma serraria ou um de um moinho de grãos e posteriormente geradores elétricos, tornando-se um equipamento de múltiplo uso. O proprietário do engenho era chamado engenheiro e o no séc. XIX, mesmo com o trabalho escravo e rústica tecnologia, o engenho era classificado como uma “indústria”.
Além de representar todo um período econômico paranaense, o velho moinho da Rondinha é um dos poucos remanescentes desta época de transição entre o processamento manual e as indústrias altamente tecnificadas.
Adquirido pelo Estado do Paraná, o engenho e a chácara onde se localiza tornou-se o Museu /Parque do Mate.
Fonte: CPC.

FOTOS:

MAIS INFORMAÇÕES:
CPC
Prefeitura Municipal
Governo do Estado
Wikipedia
Wikimapia


1 comments

  1. Sou muito grato por esse moínho ter sido comprado pelo meu bisavó Pedro Marchiorato. Minha mãe morou ali por pouco tempo.

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