Casa Branca – Antigo Asilo Colônia Cocais


Imagem: Condephaat

O Asilo Colônia Cocais, em Casa Branca-SP, é um dos remanescentes da rede paulista de profilaxia e tratamento da hanseníase (denominada lepra até 1976).

CONDEPHAAT – Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico
Nome Atribuído: Antigo Asilo Colônia Cocais
Localização: Rodovia SP 340, km 238 – Casa Branca-SP
Processo de Tombamento: Processo de Tombamento n° 72140/14
Resolução de Tombamento: Decreto de Tombamento n° SC-25, de 27/03/2018 – publicada no DOE de 28/03/2018, p. 48-49

Descrição: O Asilo Colônia Cocais é um dos remanescentes da rede paulista de profilaxia e tratamento da hanseníase (denominada lepra até 1976), construída com base no modelo hospitalar de isolamento adotado em vários países do mundo no final do século XIX. No Brasil, tais projetos surgiram no início da década de 1920, em um contexto higienista e disciplinador no qual a internação compulsória dos hansenianos foi determinada por força de lei no país até 1962. Os debates médicos perpassaram a estrutura de saúde pública, influenciando a elaboração do respectivo aparato legal, sendo instituído o Departamento Nacional de Saúde (1920).
Especificamente, o Decreto 5.027 (1931) dispôs acerca da implantação do que se convencionou chamar de ―tripé profilático‖: uma rede de profilaxia e tratamento da hanseníase composta por asilos colônia, dispensários e preventórios. As três vertentes institucionais desempenhavam funções específicas para que a rede funcionasse: Dispensários (ambulatórios destinados ao exame, triagem e encaminhamento dos portadores da doença identificados e dos ―comunicantes‖ -aqueles que tiveram contato com doentes); Asilos Colônia (complexos delimitados, construídos em locais afastados, com edificações e regramentos capazes de garantir o isolamento compulsório); e Preventórios (espécies de ―orfanatos que abrigavam os filhos sadios dos hansenianos internados nos asilos colônia);
Em São Paulo, a lógica de distribuição territorial da rede axilar pautou-se na malha ferroviária existente e sua implantação foi concluída na década seguinte, com a construção de cinco Asilos Colônia: Santo Ângelo (1928, em Mogi das Cruzes), Padre Bento (1931, em Guarulhos), Pirapitingui (1931, em Itu), Cocais (1932, em Casa Branca) e Aimorés (1933, em Bauru).
Além dos pavilhões de tratamento, os Asilos Colônia foram idealizados para funcionar como ―minicidades‖. Contavam com espaços e edificações que atendiam às mais diversas necessidades diárias daqueles que lá viviam reclusos: desde a assistência religiosa (igrejas e templos) e a promoção do lazer (teatro, cinema, rádio, campos de futebol, quadras, bares), até o acesso a produtos manufaturados em pequenas fábricas instaladas no interior dos complexos. Embora os asilos cumprissem a mesma função na rede, desempenhavam papéis específicos na dinâmica da mesma.
O Asilo Colônia de Cocais foi construído mediante fundos angariados pela Comissão das Municipalidades da Zona Mogiana, reunida na cidade de Mococa, em 1927. Nessa ocasião, todos os municípios se comprometeram a contribuir com 10% de suas rendas anuais por até dois anos. O local escolhido foi a Fazenda Mil Réis, situada a 8 km da estação ferroviária de Cocais. A propriedade foi comprada e repassada para a Fazenda Pública do Estado em 13 de agosto de 1928 e ampliada com a aquisição das terras ao redor. As obras começaram algum tempo depois, porém foram paralisadas, em 1931, por falta de recursos e reiniciadas sob a gestão do Dr. Salles Gomes. Em 17 de abril de 1932, o asilo recebeu os primeiros pacientes. Por conta de diversos fatores, como a distância da capital, o elevado número de internos e o reduzido quadro clínico, as condições do Asilo Colônia de Cocais eram consideradas precárias em relação ao restante da rede asilar. Hoje, no antigo Asilo Colônia de Cocais opera o Centro de Reabilitação de Casa Branca destinado ao tratamento psiquiátrico.
Fonte: Condephaat.

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11 comments

  1. Mauricio Mujollo |

    Uma história triste e cruel,de como o sistema gestionou este problema.
    Sou filho de pacientes que passaran por este antigo hospital colônia,onde eu nasci.Eu e meus irmaos somos frutos de uma relaçao de conveniencia por parte de meus pais,os jovens solteiros iriam para uma outra colônia, e os meus pais casaran-se para nao tem que ir a outra triagem.Nascido aquí fui para Educandario Santa teresinha-Carapicuiba,onde nao guardo nenhuma boa lenbramça.En 1978 fui expulso de la,pela finada irma Paolina Doninelli,no qual a nossa relaçao ficou insustentavel.Hoje tenho 57 anos, e posso dizer que sai de lá com bastante secuelas,nao só a famílias foran vítimas mas nós filhos tanbém.Essa é só parte da minha história e de muitos outros filhos.

  2. Boa tarde procuro meus antepassados pelo nome de LUGATTO AFFONSO casado com BONEZO BOTILLE imigrantes italianos, pais de ADÃO LUGATTO nascido em Casa Branca – sp em 28-01-1895 devidamente registrado no cartorio de registro civil das pessoas naturais de Casa Branca-sp

    1. Paulo Augusto |

      Bom dia sr Roberto!!! Procure pela família Lugatto no site famylisearch ok….apenas uma dica.

  3. Onde estao os prontuarios dos pacientes? Estou procurando uma paciente chamada maria bonini ou Maria Pierina que faleceu neste lugar. Esposo Florindo Garducci (nascido em 12/06/1908 em Batataes), ela nascida em 06/02/1912 em Jardinópolis), filha de Miguel Bonini (42 anos) e Italina Losnardi (38 anos).

  4. Olá Boa tarde, gostaria de saber como eu consigo o contato, número de telefone ou email deste asilo. Alguém consegue me ajudar?

  5. Paulo Augusto |

    Minha avó paterna ( Maria Borges Augusto )ficou 20 anos nesse hospital e meu pai( Aristides Augusto, 20/03/49) nasceu aí..

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