Curitiba – Estação da Estrada de Ferro de Curitiba


Imagem: CPC

O projeto da Estação da Estrada de Ferro de Curitiba-PR coube ao engenheiro, de origem italiana, Michelangelo Cuniberti. Ampliado em mais um pavimento em 1894.

IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional
Patrimônio Cultural Ferroviário

Nome Atribuído: Estação Ferroviária de Curitiba; Terreno I; Terreno II; Terreno III.
Localização: Curitiba-PR
Decreto de Tombamento: Lei nº 11.483/07 e Portaria IPHAN nº 407/2010

IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional
Patrimônio Cultural Ferroviário

Nome Atribuído: Edifício Engenheiro Teixeira Soares; Área de terreno ocupado pela Garagem de Automotrizes de Curitiba; Terreno; Prédio da Escola Municipal Durival de Brito; Depósito/Garagem de Automotrizes; Área de terreno com 19.579,02 m²
Localização: Curitiba-PR
Decreto de Tombamento: Lei nº 11.483/07 e Portaria IPHAN nº 407/2010

CONJUNTO:
Curitiba – Estação da Estrada de Ferro de Curitiba
Curitiba – Depósito de Locomotivas de Curitiba
Curitiba – Edifício Engenheiro Teixeira Soares
Curitiba – E. M. Durival de Brito

CPC – Coordenação do Patrimônio Cultural
Nome Atribuído: Estação da Estrada de Ferro de Curitiba e Viaduto João Negrão
Localização: Av. Sete de Setembro, esquina com R. João Negrão – Curitiba-PR
Número do Processo: 57/76
Livro do Tombo: Inscr. Nº 56-II
Uso Atual: Museu Ferroviário

Descrição: Ao iniciar-se, em 1880, a construção da ferrovia ligando Curitiba a Paranaguá, a comissão encarregada dos estudos para a localização da estação ferroviária solicitou à municipalidade a doação do terreno à Companhia Geral de Estradas de Ferro. Como se tratava, porém, de terreno aforado, somente nove anos depois foi o mesmo adquirido. O projeto da estação coube ao engenheiro, de origem italiana, Michelangelo Cuniberti.
Em 1894 o edifício foi ampliado com a construção de mais uma pavimento, obra atribuída ao engenheiro Rudoy Lange. Com a transferência, em 1918, dos escritórios da companhia para outro local, passou o edifício por modificações que incluíram a criação de um salão nobre. Com o desativamento da estação, após a inauguração, na década de 70, da rodoferroviária, foi nela instalado um museu projetado por museólogos da Rede Ferroviária Federal. Construção de dois pavimentos, em alvenaria de tijolo, possui cobertura em duas águas, de telhas francesas, e platibanda abalaustrada. Sua fachada, simétrica, é valorizada no centro da composição pelo soerguimento de um frontão, ladeado por volutas, encimado por tímpano e tendo ao centro um relógio emoldurado por arco pleno. O parâmetro da fachada, a bossagem, tem, com ornamento, pilastras ressaltadas em ponta de diamante. A fachada posterior, mais simples, tem de interesse a estrutura metálica formada por colunas cilíndricas e braços em T, que suportam a cobertura da plataforma.
Próximo, está localizado o viaduto, tombado juntamente com a estação. A primeira ponte foi inaugurada em 2 de fevereiro de 1885 e era conhecida como Ponte Rua Schmidlin, porque passava sobre a via assim denominada em homenagem ao proprietário dos terrenos do local. Em época de chuva, transformava-se a área em um lodaçal, o que motivou o soerguimento da ferrovia e a construção do viaduto. Com o aumento do tráfego ferroviário foi construída outra, inaugurada em 1944, com estrutura metálica, importada dos Estados Unidos, e montada sob a supervisão do seu projetista, o engenheiro Oscar Machado da Costa. Conhecida como “Ponte preta”, devido à cor com que por muitos anos foi pintada, esse viaduto foi desativado nos anos 70 devido a inauguração da rodoferroviária.
Apoiada em pilares de cantaria, sua estrutura principal compreende três vigas, com altura variável – 2,50m nos apoios e 1,520m no centro do vão, com contrapesos formados por blocos de concreto armado destinados a reduzir os momentos no vão central. O comprimento total da ponte é de 32,893m, sendo que o vão central possui 21,285m e os laterais 5,804m. A distância entre as vigas principais é de 5,0m. Em 2012 a ponte foi restaurada.
Fonte: CPC.

Histórico das ferrovias no Brasil: A história das ferrovias no Brasil inicia-se em 30 de abril de 1854, com a inauguração, por D. Pedro II, do primeiro trecho de linha, a Estrada de Ferro Petrópolis, ligando Porto Mauá à Fragoso, no Rio de Janeiro, com 14 km de extensão. Mas a chegada da via à Petrópolis, transpondo a Serra do Mar, ocorreu somente em 1886.
Em São João del Rei (MG), o Museu Ferroviário preserva a história da antiga Estrada de Ferro Oeste de Minas, criada em 1872. Seu percurso ligava a cidade de Sítio (atual Antônio Carlos) à Estrada de Ferro D. Pedro II (posteriormente, Central do Brasil), partindo daí para São João del Rei. Com novas concessões, a ferrovia Oeste de Minas se estendeu a outras cidades e ramais, alcançando, em 1894, um percurso total de 684 km, e foi considerada a primeira ferrovia brasileira de pequeno porte.
As dificuldades e desafios para implantar estradas de ferro no Brasil eram muitos. Procurando atrair investidores, o governo implantou um sistema de concessões, que se tornou característico da política de infra-estrutura do período imperial. Entre o final do século XIX e início do século XX os recursos, sobretudo dos britânicos, alavancaram a construção de linhas férreas.
A expansão ferroviária, além de propiciar a entrada de capital estrangeiro no país, tinha, também, o objetivo de incentivar a economia exportadora. Desta forma, as primeiras linhas interligaram os centros de produção agrícola e de mineração aos portos diretamente, ou vencendo obstáculos à navegação fluvial. Vários planos de viação foram elaborados na tentativa de integrar a malha ferroviária e ordenar a implantação dos novos trechos. Entretanto, nenhum deles logrou êxito em função da política de concessões estabelecida pelo governo brasileiro.
Fonte: Iphan.

Patrimônio Ferroviário: A Lei 11.483, de 31 de maio de 2007, atribuiu ao Iphan a responsabilidade de receber e administrar os bens móveis e imóveis de valor artístico, histórico e cultural, oriundos da extinta Rede Ferroviária Federal SA (RFFSA), bem como zelar pela sua guarda e manutenção. Desde então o Instituto avalia, dentre todo o espólio oriundo da extinta RFFSA, quais são os bens detentores de valor histórico, artístico e cultural.
O patrimônio ferroviário oriundo da RFFSA engloba bens imóveis e móveis, incluindo desde edificações como estações, armazéns, rotundas, terrenos e trechos de linha, até material rodante, como locomotivas, vagões, carros de passageiros, maquinário, além de bens móveis como mobiliários, relógios, sinos, telégrafos e acervos documentais. Segundo inventário da ferrovia, são mais de 52 mil bens imóveis e 15 mil bens móveis, classificados como de valor histórico pelo Programa de Preservação do Patrimônio Histórico Ferroviário (Preserfe), desenvolvido pelo Ministério dos Transportes, instituição até então responsável pela gestão da RFFSA.
A gestão desse acervo constitui uma nova atribuição do Iphan e, para responder à demanda, foi instituída a Lista do Patrimônio Cultural Ferroviário, por meio da Portaria Iphan nº 407/2010, com 639 bens inscritos até 15 de dezembro de 2015. Para inscrição na Lista, os bens são avaliados pela equipe técnica da Superintendência do Estado onde estão localizados e, posteriormente, passam por apreciação da Comissão de Avaliação do Patrimônio Cultural Ferroviário (CAPCF), cuja decisão é homologada pela Presidência do Iphan.
Os bens não operacionais são transferidos ao Instituto, enquanto bens operacionais continuam sob responsabilidade do DNIT, que atua em parceria com o Iphan visando à preservação desses bens. Esse procedimento aplica-se, exclusivamente, aos bens oriundos do espólio da extinta RFFSA. Os bens que não pertenciam à Rede, quando de sua extinção, não são enquadrados nessa legislação, podendo, entretanto, ser objeto de Tombamento (Decreto Lei nº 25, de 30 de novembro de 1937, aplicado a bens móveis e imóveis), ou ao Registro (Decreto nº 3.551, de 4 de agosto de 2000, aplicado ao Patrimônio Cultural Imaterial).
Fonte: Iphan.

CONJUNTO:
Curitiba – Estação da Estrada de Ferro de Curitiba
Curitiba – Viaduto João Negrão

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Manual Técnico do Patrimônio Ferroviário


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