Curitiba – Parque Estadual João Paulo II


Imagem: CPC

O Parque Estadual João Paulo II, com uma área de 46.337m, evoca a visita do Papa a Curitiba e homenageia a colonização polonesa.

CPC – Coordenação do Patrimônio Cultural
Nome Atribuído: Parque Estadual João Paulo Ii
Localização: Curitiba-PR
Número do Processo: 012/90
Livro do Tombo: Inscr. Nº 21-I
Lei de Criação do Parque

Descrição: Situado a apenas 3Km do centro da cidade, às margens do Rio Belém, o Parque, com uma área de 46.337m, evoca a visita do Papa a Curitiba e homenageia a colonização polonesa. Possui vegetação característica da região, na qual sobressaem as araucárias e preserva um conjunto de casas de troncos, características da imigração polonesa. No dia 5 de julho de 1980, em uma dessas construções, transplantada da colônia de São Miguel Arcanjo para um estádio de futebol, deu-se o encontro de João Paulo II com os descendentes de poloneses. Posteriormente foi a casa desmontada e recolocada, junto a outras, congêneres, nesse Parque, passando a abrigar uma capela evocativa da visita do Papa. É o Parque um memorial evocativo desse acontecimento e de saga dos poloneses, que constituíram o mais numeroso contingente étnico a se instalar no Paraná.
A imigração polonesa teve início em 1871, com a fixação de 164 poloneses na colônia do Pilarzinho, a 3Km do centro de Curitiba. Distinguiu-se de outras correntes imigratórias pelo seu caráter eminentemente camponês e por um singular apego às suas tradições culturais, inclusive na agricultura, que incluía não só produtos mais adequados às condições mesológicas como o milho, a batata e o feijão, como também o centeio e a “tartaca”, componentes essenciais para o fabricação de um item básico da culinária tradicional: a broa preta. Estendeu-se essa atitude de preservação das tradições aos demais aspectos da vida do imigrante polonês – religião, vestimentas, festas, linguagem e, evidentemente, à arquitetura.
O programa arquitetônico de cada unidade familiar rural abrangia a moradia, o paiol e os galpões para “animais” e implementos agrícolas. Os sistemas construtivos variavam conforme as regiões de origem dos imigrantes. Além da madeira como matéria prima, construíram também em alvenaria de tijolo, e com estruturas de madeira (enxaiméis) vedadas por taipa de mão. Mas sem dúvida foi a técnica de construção com troncos de pinheiro que se identificou como tipologia arquitetônica do imigrante polonês, pois foi o único grupo étnico que a empregou. Técnica milenar, cujos testemunhos mais antigos foram resgatados em pesquisas arqueológicas realizadas na região de Luzice, no Oeste da Polônia, veio para o Sul do Brasil e ali foi implantada não só pelo atavismo de um grupo étnico camponês, mas também pela disponibilidade de matéria-prima – a madeira de pinho – em uma região coberta, ainda, por grandes extensões de florestas de araucária. O conhecimento acumulado e transmitido de geração a geração, de construir com troncos de árvores, vai induzir o imigrante a aplicar a mesma técnica, substituindo apenas o aberto de sua terra natal pelo pinheiro – a araucária – do Novo Mundo.
O sistema utilizado para as moradias, galpões e paióis, consiste em paredes feitas com troncos, falquejados em quatro faces, dispostos horizontalmente e encaixados nas extremidades. As coberturas em duas águas, com a cumeeira paralela à fachada principal, possuíam originalmente telhado feito com tabuinhas – pequenas telhas de madeira. À medida que se implantaram olarias, foram sendo substituídas por telhas alemãs ou por telhas francesas, como é o caso das construções instaladas no Parque João Paulo II.
A iniciativa de transplantar essas casas foi a solução encontrada pela prefeitura diante do risco de desaparecimento que corriam. Duas delas foram doadas por seus proprietários: a que foi visitada pelo Papa e um antigo paiol. A primeira, doação da família Pianowski, tem registrada na viga central a data de 1883. A capela nela instalada é dedicada a Nossa Senhora de Montes Claros, a Virgem negra de Czestochowa, devoção maior da Polônia. No paiol foi montado um pequeno museu agrícola, onde estão expostos instrumentos rudimentares dos primórdios da colonização.
As duas outras edificações do Parque foram adquiridas pela Prefeitura Municipal. Ali funcionam o Museu da Habitação do Imigrante, com mobiliário e utensílios domésticos e uma loja de venda de artesanato da cultura polonesa.
Fonte: CPC.

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