Curitiba – Passeio Público e seu portão


Imagem: CPC

As propriedades adquiridas para a construção do Passeio Público pertenciam em sua maior parte ao município, outra parte desapropriada era da viúva Hauer.

CPC – Coordenação do Patrimônio Cultural
Nome Atribuído: Passeio Público
Localização: R. Presidente Farias e Av. João Gualberto – Curitiba-PR
Número do Processo: 02/96
Livro do Tombo: Inscr. Nº 22-I

Descrição: Um dos grandes obstáculos a serem superados pelas cidades brasileiras no final do século XIX era a higiene pública. Com a emancipação política do Paraná que ocorreu no ano de 1853, Curitiba, Capital da Província, começa a modificar o quadro de sua urbanização procurando modernizá-la.
Um dos aspectos que as autoridades públicas se preocupavam era com a questão dos rios, que estavam localizados no centro da cidade. O rio Ivo, por exemplo, mereceu uma atenção maior, realizando-se nele uma grande limpeza. Quanto ao rio Belém, por situar-se num local afastado, não recebeu as mesmas atenções. Localizado no Boulevard 2 de julho, atual Avenida João Gualberto, é descrito por alguns pesquisadores como um rio muito estreito e sinuoso, o qual alagava todas as suas margens. Além disso, a estagnação de suas águas, a acumulação de resíduos vegetais e o forte calor convertiam este rio num foco transmissor de várias doenças.
Com o passar dos anos o local tornou-se o objeto de interesse das autoridades locais. Gerou-se muita polêmica com relação ao encaminhamento que dariam a este problema. Enquanto uns sugeriam aterramento do local, outros acreditavam que esta medida não seria suficiente para que pudessem eliminar de uma vez por toda este foco infeccioso.
O discurso da administração pública defendia a necessidade de criar um parque público, que também serviria para o lazer dos cidadãos curitibanos. Diante de tanta discussão o Presidente da Província Sr. Alfredo D’Escragnolle Taunay, juntamente com o Comendador Francisco Face Fontana resolveram implantar um projeto criando um parque público naquela parte da cidade, onde se encontrava terrenos baldios e pantanosos.
Este método sempre foi utilizado durante quase todas as administrações municipais, em Curitiba. Os vários parques que hoje fazem parte da paisagem curitibana e que servem de referencial de lazer dos seus habitantes é o resultado de estudos que visam a contenção das águas em época de chuvas. Isso é devido a própria localização geográfica de Curitiba onde predominam vários rios e riachos que sem uma boa vazão sempre alagaram a cidade. Como forma de solucionar este problema foram criados esses espaços para: l.º) contenção da ocupação populacional descontrolada que provoca vários problemas como o uso dos rios como depósito de lixo e esgoto; 2º) controlar a vazão através de diques; 3º) fazer replantio de espécies da flora nativa nas margens dos rios.
Hoje contamos com vários parques que, assim como o Passeio Público, além de servirem de espaço de lazer, tornam a cidade mais humana por sua beleza natural e contribuem para uma melhor urbanização da cidade.
LOCALIZAÇÃO: Situava-se, na época, entre as seguintes divisas: ao Norte com Boulevard 2 de julho (atual Avenida João Gualberto), a Oeste a Rua Fontana (atual Rua Presidente Faria), ao Sul a Rua do Serrito (atual Rua Presidente Carlos Cavalcante) e a Leste, os terrenos do Coronel Joaquim José Bellarmino Bittencourt (atual sede do Círculo Militar) e de D. Laura Borges (atual Colégio Estadual do Paraná).
Os terrenos hoje ocupados pela Casa do Estudante, sito á rua Luiz Leão e o Colégio Estadual pertenciam à Dona Laura Borges, como consta no mapa original do Passeio Público, datado de l887, e a sua enteada Dona Benedita do Sagrado Coração de Maria. Parte dos mesmos foram desapropriados para aumentar a área do Passeio Público. Outra parte que correspondia a três quartos do total da área era de propriedade do município. O Largo do Bittencourt conhecido como engenho do Bittencourt, também foi desapropriado, sendo que algumas décadas depois, foi cedido para a instalação do Círculo Militar. A área total destas propriedades era de 95.000m dentre os quais 25.000m eram lagos e canais. Cabe ressaltar que sua área original era maior, e foi mutilada por doações do governo. Por isso, as propriedades adquiridas para a construção do Passeio Público pertenciam em sua maior parte ao município, outra parte desapropriada era da viúva Hauer.
Fonte: CPC.

CPC – Coordenação do Patrimônio Cultural
Nome Atribuído: Portão do Passeio Público
Localização: Av. João Gualberto, esquina com Av. Presidente Faria – Curitiba-PR
Número do Processo: 52/74
Livro do Tombo: Inscr. Nº 51-II
Descrição: O Passeio Público, parque recreativo municipal, localizado em plena área central de Curitiba, foi inaugurado no dia 17 de fevereiro de 1886. Iniciativa do presidente da província do Paraná, Alfredo D’Escragnolle Taunay, o parque resultou do saneamento, arborização e urbanização de uma área pantanosa, de aproximadamente 50 hectares, dos quais apenas uma oitava parte constituía terreno firme, doada ao governo provincial por Francisco Fontana, a quem coube, inclusive, a direção dos trabalhos. O portão principal, iniciativa da Prefeitura, foi construído em 1910, obedecendo a projeto inspirado na entrada do Cemitério de Cães d’Asnières, situado nas proximidades de Paris, cujo desenho muito impressionara o engenheiro Cândido de Abreu, então prefeito de Curitiba.
Compõe-se de um conjunto de três portões: o central, mais largo e mais alto, destina-se ao tráfego de veículos; e os laterais, à passagem de pedestres. Uma estrutura de alvenaria de tijolo com arcos de plena volta possui ornamentos em massa, formando volutas de desenho influenciado pelo movimento art nouveau. Os portões propriamente ditos, que guarnecem os vãos, são de ferro forjado com desenho inspirado em formas vegetais.
Fonte: CPC.

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