Diamantina – Igreja de São Francisco de Assis


Imagem: Google Street View

Data de 1762 o início da construção da Igreja de São Francisco de Assis, em Diamantina-MG, por iniciativa de sua Ordem Terceira.

IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional
Nome atribuído: Igreja de São Francisco de Assis
Localização: Diamantina-MG
Número do Processo: 409-T-1949
Livro do Tombo Belas Artes: Inscr. nº 335, de 06/12/1949

Descrição: Data de 1762 o início da construção da igreja de São Francisco de Assis por iniciativa de sua Ordem Terceira. A fachada apresenta a mesma compartimentação vertical observada nas igrejas do Carmo e do Rosário, e que se traduz pela presença de quatro áreas principais e uma secundária, delimitadas por esteios e cunhais de madeira pintados em cores vivas. As secções laterais são ocupadas por portas-sacadas com guarda-corpos de ferro e a central, pela portada encimada por óculo. O brasão da Ordem, composto por duas cartelas, rematadas pela coroa de espinhos e dois braços com as chagas, dispõe-se entre os ornatos de madeira pintada da sobreporta. Sobre a saliente cimalha que contorna todo edifício, destaca-se ainda na fachada, o frontão de madeira, com contornos de linhas quebradas, e um óculo, de formas geométricas, sugerindo obra do século XIX.
Quanto à ornamentação interna, o destaque maior é a pintura do forro da capela-mor, executado entre 1782/1783, pelo Guarda-mor José Soares de Araújo. Esta obra difere de suas execuções anteriores (Carmo e Rosário), caracterizando-se por um despojamento da trama de perspectivas arquitetônicas, resumindo-se, efetivamente, aos quatro maciços pilares unidos por dois arcos centrais, acompanhando a curvatura da abóbada junto ao arco-cruzeiro e altar-mor, interligados por duas balaustradas decoradas com vasos de flores nas extremidades laterais. Ao centro, está a Virgem da Conceição num medalhão emoldurado por conchóides, guirlandas e outros temas ornamentais, inaugurando a influência do rococó no trabalho do artista. Documentos pertencentes a Ordem, datados de 1793 a 1798, informam que José Soares de Araújo também executou pinturas no corpo da igreja, infelizmente perdidas, provavelmente quando dos trabalhos de modernização do templo, realizados em 1917.
Interessantíssima é a pintura existente no forro da sacristia, datada de 1795, e atribuída a outro importante pintor da região na época, Silvestre de Almeida Lopes. Representa São Francisco de Assis em mística conversação com o Cristo Crucificado. Em torno deste quadro central, o autor desenvolveu uma densa trama decorativa repleta de rocalhas, motivos florais e quatro graciosas figuras de anjos colocados nos eixos laterais da composição. Abaixo do quadro, estão inscritas as frases do diálogo místico. Na capela-mor, o retábulo em estilo D. João V é constituído de quatro colunas de fuste reto com caneluras, sobre consolos, sustentando cimalha e, sobre ela, concheados que ladeiam dossel do remate superior. A decoração da nave, concluída no século XIX, resume-se a um púlpito e dois retábulos de inspiração neoclássica, embora ainda ostentando elementos ornamentais do estilo anterior. O douramento destes altares foi ajustado com Antônio José Duarte de Araújo Godim (1874 e 1880) mas, na realidade, quem executou este trabalho foi Agostinho Luiz de Miranda, como atestam os recibos de pagamento. Miranda foi também responsável pelas pinturas no frontispício da igreja em 1894.
Observações: O tombamento inclui todo o seu acervo, de acordo com a Resolução do Conselho Consultivo da SPHAN, de 13/08/85, referente ao Processo Administrativo nº 13/85/SPHAN.
Fonte: Iphan.

FOTOS:

PANORAMA 360 GRAUS

MAIS INFORMAÇÕES:
Selma Melo Miranda
Patrimônio de Influência Portuguesa
Iphan


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